Na escola pública de SP, o crime compensa?

Do blog http://cremilda.blig.ig.com.br

Na EE David Eugenio dos Santos (zona norte da Capital), um grupo de mães e uma corajosa educadora que fazia parte do Conselho de Escola resolveram denunciar os maus tratos, torturas físicas e perseguições que os alunos sofriam. Denunciaram também, acompanhados de farta documentação, os indícios de desvio de verbas. A diretora, depois que o caso saiu nos jornais, foi afastada, mas continuou assinando ponto na Diretoria de Ensino Norte 2. Processo de averiguação, aparentemente abafado, produziu o resultado: a vice- diretora foi promovida a supervisora. A diretora vai voltar para a escola. A supervisora da escola foi promovida a Dirigente Regional. O Dirigente Regional foi promovido a Coordenador da COGSP (Coordenação Geral de Ensino da Região Metropolitana da Grande São Paulo). Valha-nos, Deus! As mães que denunciaram não podem voltar com as filhas lá na escola. Elas têm medo. A educadora que reuniu provas e documentos e que ajudou as mães foi punida com 90 dias de suspensão sem vencimentos. Como esse não é o único caso assim que vemos, parece que o caminho mais rápido para uma promoção em Escola Estadual de S. Paulo é cometer abusos... isso devidamente amparado por uma panelinha, amigos influentes... Se não for assim, esperamos que a Secretaria de Educação explique essas estranhas promoções...Ou então fica provado o seguinte: O crime compensa quando é praticado na escola pública de São Paulo.

Enviada por Cremilda

Comentários

Anônimo disse…
São inúmeros os casos de violência contra alunos assistidos e vivenciados por nós, pais e ex-pais de escolas públicas, ao longo dos anos em que nossos filhos tiveram a sorte de freqüentar as aulas na rede pública de ensino. Disse SORTE sem ironia, pois eles sobreviveram (por terem o apoio da família), e tiveram a oportunidade de aprender coisas às quais o aluno da rede particular não tem acesso. Em primeiro lugar, eles não foram vítimas do apartheid que separa o Brasil em dois: os filhos das famílias "de bem" (socialmente e economicamente falando) e os filhos das famílias "carentes". Portanto, nossos filhos cresceram dentro do espírito democrático, sabem que o Brasil é um só e que pessoas eventualmente mais "carentes" do que eles são também concidadãos que merecem todo o seu respeito. Além disto, nossos filhos conhecem bem a classe docente deste país, que é uma na rede particular e outra na rede pública. Na verdade, são os mesmos professores, mas na escola pública eles tiram a máscara com expressões do tipo: "Aqui eu falto mesmo, o que me importa é manter meu emprego na escola particular, onde tenho bolsa para meus filhos", ou então "Teu pai te abandonou: matriculou você na escola pública", ou ainda "Vocês já foram derrotados, nunca vão poder freqüentar uma faculdade pública". Enfim, nossos filhos, alunos e ex-alunos de escolas públicas, conhecem bem o País em que vivem e foram vacinados contra o discurso hipócrita de todas as autoridades, que começa justamente na escola. Se o Brasil não muda, é porque seus filhos das famílias "de bem" vivem no faz-de-conta, não conhecem seu País e não se importam que ele continue na lama. O que aprenderam em casa e na escola é a cuidar apenas de seu próprio umbigo.
Anônimo disse…
Qual é o problema de querer uma escola diferenciada para nossos filhos. não é justo querer o melhor para eles? Eu acho que seus filhos devem ser muito frustados, isso sim.