Muitos pedidos de ajuda que recebemos são extremamente difíceis de atender. Trata-se das famosas perseguições e represálias de profissionais do ensino contra alunos, frutos do rancor, da intolerância e, às vezes, até do ódio que certos "educadores" sentem por aqueles que deveriam conduzir.
O final do ano letivo é sempre a época em que recebemos o maior número desses pedidos, pois é quando esses profissionais expressam seus sentimentos através da reprovação de alunos. E ai dos pais que se atrevem a questionar a repetência dos filhos, caso eles permaneçam na mesma escola no ano seguinte: a represália não tardará e possivelmente levará à expulsão dos alunos.
Já falamos bastante aqui da repetência, esse atestado de incompetência da escola, cujo único objetivo é livrar o professor do aluno indesejado, largando-o com outro professor no ano seguinte. Apenas isso.
As maiores vítimas da repetência são os alunos mais inteligentes, aqueles que percebem o imenso tédio da escola tradicional, onde são condenados à eterna cópia & decoreba de conhecimentos geralmente sem nexo com a vida, o que lhes impede de desenvolver seu potencial. A vingança de seus "educadores" se realiza, principalmente, quando esses se sentem provocados pela inteligência dos alunos. E dá-lhe reprovação!
Recebemos este mês dois casos bastante típicos e não soubemos como ajudar, pois nada é mais difícil de provar do que a perseguição do "santo" professor contra o aluno.
O primeiro caso é de um aluno de escola particular de São Paulo, que ficou de recuperação em cinco disciplinas, mas resolveu se esforçar e realmente teve resultados surpreendentes, com notas excelentes em algumas matérias, faltando apenas alguns décimos para fechar a média final. Foi reprovado, não pela falta dos tais décimos, pois o regimento da escola reza que a nota deveria ser arredondada para cima, mas porque o conselho de classe considerou que o aluno "teria se esforçado apenas para passar de ano". Os pais entraram com um recurso inteligente demais, o que nos faz pensar que o resultado será... o indeferimento, rsrs. Eles alegaram que:
- De acordo com o regimento, o aluno deveria ser promovido, já que o arredondamento não foi respeitado.
- A somatória das notas de uma disciplina não batia (!!!), subtraindo ao aluno alguns décimos da média final.
- Em uma das provas dadas - PASME! - foram "corrigidas" 3 palavras grafadas corretamente pelo aluno!
- Outros colegas do aluno, que estavam com pontuação menor que a dele, foram promovidos.
O segundo caso é de uma escola pública tradicional do Rio de Janeiro, famosa por suas intermináveis greves, sendo que a do ano passado durou mais de 2 meses. O aluno em questão tem o enorme "defeito" de facilidade na aprendizagem e costuma se acomodar, garantindo-se no final, o que irrita os professores. Apesar de outros alunos estarem com pontuação menor que a dele, foi o único reprovado da classe. Ele foi para a prova final em 8 disciplinas e obteve êxito em 6.
- Em matemática, mesmo tendo tirado 65, a professora o reprovou por 0,1 na média final.
- Em química, ele foi reprovado por 2 pontos, mas o professor havia lhe falado que, se fosse reprovado só em sua matéria, ele lhe daria os pontos necessários.
- Um funcionário responsável pela disciplina, ao ver o aluno com o cabelo raspado, lhe disse: "Você está parecendo maluco estuprador de velhinhas". O apelido pegou.
Está bem claro que o aluno foi objeto de perseguição, mas dificilmente a escola admitirá sua parcialidade e voltará atrás em sua decisão. Uma escola que merece, sim, ser REPROVADA POR FALTAS, pois solapou 2 meses de aulas aos seus alunos, o que aliás já é uma tradição.
Esses casos de perseguição, na realidade, são "light". Já trouxemos aqui situações muito mais graves, que deixaram marcas profundas na personalidade dos alunos. Mas não vamos relembrá-las: afinal, estamos em tempo de férias, rs...
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