Mais uma notícia sobre aluno impedido de assistir aula por ter chegado com atraso na escola. Desta vez a informação foi publicada na Folha de São Paulo do dia 31.
A menina que você vê nesta imagem é Júlia, uma criança de 7 anos, despejada com sua família sem-teto de um prédio invadido na Av. Ipiranga. No dia seguinte ao despejo, após ter acampado na rua, Júlia chegou com oito minutos de atraso à escola onde está matriculada, a EE Prudente de Moraes. Júlia se atrasou porque foi tomar banho em outro prédio invadido e havia fila. A escola, como é de praxe na rede pública paulista, não permitiu a entrada da aluna após o fechamento do portão. Estranhamos muito o depoimento da SEE, segundo a Folha: "A Secretaria da Educação do Estado lamentou que a aluna tenha sido impedida de assistir à aula e afirmou ainda que ia apurar a conduta da agente que atendeu a aluna e sua mãe".
Como assim?... Em nosso último post publicado - leia clicando aqui - a mãe de um aluno de 9 anos contou o que o filho sofreu um dia em que chegou atrasado: ele esperou 45 minutos na calçada e, após a mãe ter ligado para a escola, finalmente foi permitida sua entrada no prédio, mas ele foi impedido de assistir aulas, sendo alvo de chacotas por parte dos colegas. A mãe ficou impossibilitada de buscá-lo, por isso o menino permaneceu na escola até o final do período, sentado em um canto e olhando para a parede. Quando a mãe reclamou pelo tratamento dado ao filho, recebeu a explicação de que nenhum aluno entra após o fechamento do portão, conforme regimento da escola. A entrada do aluno após 45 minutos teria sido uma "irregularidade" e isso só foi permitido após a mãe insistir de que não poderia buscar o filho, devido a uma torção no tornozelo.
A Secretaria da Educação SABE PERFEITAMENTE que as escolas fecham o portão na cara dos alunos, principalmente do aluno trabalhador, esse que chega sempre em cima da hora no período noturno. Elas fecham o portão sim, e não o abrem, fingindo que estão educando os alunos, mas o que realmente querem é ter a escola vazia: quanto menos alunos, menos trabalho.
Levamos esse fato ao conhecimento do Chefe de Gabinete da SEE através do Twitter e ele mandou encaminhar "esses casos" para a Corregedoria da Educação. Como assim, Prof. Padula? Para o jornal vocês respondem que lamentam a aluna ter sido impedida de assistir à aula e para os demais alunos quem "apura" é a Corregedoria?... A SEE desconhece então os regimentos das escolas?
Comentários