Diário, meu querido Diário!


Finalmente, um educador entendeu a que veio a Isadora Faber e seu Diário de Classe no Facebook.  Trata-se apenas de um diário, como as crianças e os jovens sempre fizeram. O problema é que o diário da Isadora ficou público e a maioria dos profissionais da educação está assustada com isso!

Seguem abaixo trechos de um texto do educador Sidiney Rodrigues, extraído do blog  Pedagogia Social. Sidiney se dirige a outros educadores, de forma sincera e corajosa. Parabéns, Sidiney, você foi muito feliz em suas colocações! Pedimos desculpas por marcar em vermelho um trecho que nos sensibilizou em especial. Fique à vontade para reclamar nos comentários, ok? rsrs

É essencial compreender o fenômeno que vai só crescer, não tem jeito, os alunos estão nas redes sociais, estão se comunicando por 140 caracteres, com fotos, com figurinhas, estão escrevendo vc, vdd, estão enfim se comunicando, quebrando o ensino das quatro paredes, hoje google e facebook são seus maiores parceiros, buscam informações, leem artigos, leem piadas e toda sorte de informação disponível ao simples digitar e “enter”, em sua forma peculiar de comunicação estão trocando informações e não vai demorar, todas as escolas estarão em evidência em suas comunidades, sendo criticadas. Desta feita, cumpre à Escola entender o seu papel enquanto agente Educacional e não de instituição da Idade Média. 

Hoje irritado já com essa situação, enquanto Pedagogo e Educomunicador, entrei no Diário de Classe da Isadora Faber, não questiono de nenhum modo a produção e o Diário, fazer isso seria negar o direito a informação. Percebi que Isadora está fazendo uma coisa simples, que os professores ensinam, sim um diário, e o problema agora é outro, o diário dela é público. Enquanto o professor anota seus planos individuais, faltas e elucubrações sobre o ato de ensinar no qual ele acredita que educou, mas isso vai parar no arquivo morto da escola. Sim, a história de educar é anualmente sepultada.

Então é chegada a hora da escola colocar seus educadores em rede, é hora da escola produzir seu JORNAL ESCOLAR VIRTUAL. Dialogar na rede, conversar, expor seus problemas.
Torna-se necessário realizar interação para construção do saber e o espaço para isso é a escola, não tem outro. É tempo de se refazer, é tempo de pensar por que não ouvimos mais os educandos. A lição está vindo de forma amarga e doce. Através de uma menina de 13 anos. Ou teremos que ver a tragédia acontecer, a escola dispensada de sua função, dando lugar ao ensinar frio, sem valor e sem moral das mídias informatizadas.

E a escola em questão poderia ser a minha escola, a sua escola, sendo eu educador ou educando, pai, mãe, tio ou tia, motorista de ônibus ou a cozinheira. Todos estão se conectando, não dá mais pra deixar de fazer isso, não ache que por seu aluno não ter acesso hoje, ele não terá amanhã.

É evidente, Educador, a Guerra de informação, ela é claramente evidenciada na Internet, numa briga entre Direita e Esquerda, opressores e oprimidos, as redes sociais estão salvando cachorros, mas as escolas estão inertes nesse movimento. Inertes pois, não acompanham a evolução tecnológica na sua velocidade, a escola não quer salvar os homens. Os professores das Salas Informatizadas realizam trabalhos de intermediação didática junto aos professores e eles é que vão ter maiores condições neste momento de auxiliar na discussão deste problema. 

É essencial começar a Twittar, AMANHÃ, REUNIÃO PRA REFAZER O PPP.

Temos sim, que twittar um novo PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO compreensível e de 140 caracteres, estabelecendo que sim, a comunicação agora é por frases curtas. Ou vamos nos conformar que perderemos nossos adolescentes, e que eles estão sendo educados e se formando por humoristas e outras pessoas que não sabemos quem são. 

Meu amigo Educador, não dá mais pra ficar inerte a esse fenômeno, pois amanhã o nome que poderá estar sendo linchado nas redes sociais é o seu. Ou entramos nas redes sociais, e compreendemos que um Boletim de Ocorrência jamais restaurará sua honra e mérito de educador, ou ficaremos reféns de um sistema educacional que, como pedra, está sendo lixado pelo sistema e não sai de seu lugar, pois os Educadores se limitam sempre a dizer: falta educação do lado de lá. Desculpa-me, amigo Educador, nos formamos pra isso, pra educar sim o lado de lá, com amor, carinho, respeito e saber.

A Educação, como diz Rubem Alves, não é piruá, está sendo queimada pra virar pipoca, e isso vai acontecer. Talvez, se eu soltar uma única frase os adolescentes já entenderão, agora, para educadores são necessários grandes textos, pois não acreditamos na comunicação breve e temos que sempre nos alongar nas teses, nos livros, nos longos artigos. Para os adolescentes bastaria Twittar "Salve a Escola! É lá q homem se faz! É nela q começa 1 nova história! A Faber só qr mais cores e nós tbém. A tecnologia é pra libertar!"

Estranhamente, enquanto a Isadora escreveu em seu diário, uma educadora triste dizia em meu facebook: não sei o que fazer com a minha autoridade de ensinar!  Prezada educadora, temos que educar, ensinar o computador faz! Nosso papel é outro, é de libertar.

Vamos nos armar com nossos “mouses” e fazer educação sem hora pra começar e nem terminar. Pois, se não fizermos isso, o computador frio fará, e de nada pra nós vai adiantar manter-se a lamentar.

Sidiney Rodrigues, educador

Da caixa de comentários:
Rico Guarani Kaiowá Mäder disse:

Excelente!!!!
É preciso se ajustar à realidade educacional. E o momento é AGORA!
A cada dia fica mais patente essa necessidade, ou teremos futuros adultos na busca de outras formas de se EDUCAR.
A linha tênue entre EDUCAR e INSTRUIR precisa ser trabalhada a fundo nas escolas, pois a verdade é que a educação atual é como diz acertadamente o texto: Medieval...
portanto, velha, arcaica e ultrapassada.
É um desafio, porém merece ser encarado e superado e acredito, temos e somos capazes syn!

Comentários

Rico Mader disse…
Excelente!!!!
É preciso se ajustar à realidade educacional. E o momento é AGORA!
A cada dia fica mais patente essa necessidade, ou teremos futuros adultos na busca de outras formas de se EDUCAR.
A linha tênue entre EDUCAR e INSTRUIR precisa ser trabalhada a fundo nas escolas, pois a verdade é que a educação atual é como diz acertadamente o texto: Medieval...
portanto, velha, arcaica e ultrapassada.
É um desafio, porém merece ser encarado e superado e acredito, temos e somos capazes syn!
Grato pelo post!!!
Sidiney disse…
Olá Amigos,

Fico feliz que minha reflexão tenha causado boa repercussão entre nós que estamos preocupados não só com a escola, mas com os rumos da educação nesse país.

Vocês podem me adicionar ao Facebook. http://www.facebook.com/sidiney.rodrigues e poderemos trocar idéias, e quem sabe batermos um papo.

Meu blog está apresentado no texto, agradeceria a visita e com com o auxílio em divulgação. Estou retornando ao trabalho com mídias educacionais, após ter vivido uma outra experiência profissional que foi enriquecedora na Assistência Social, no Sistema Único de Assistência Social, do qual é resposável, dentre outras coisas pela emancipação e reinserção das famílias do Programa Bolsa Família.
Giulia disse…
Mais uma vez parabéns, Sidiney. Entre todas as reflexões que encontrei na net sobre o Diário de Classe a sua é na minha opinião a mais inteligente, a estou divulgando também no twitter. Um abraço!