A escola que mata a curiosidade

De vez em quando recebemos mensagens tão desesperançadas que não sabemos o que responder! Leiam por exemplo essa:


Sou mãe de um menino de 10 anos, moro no Rio Grande do Norte, ele não sabe ler, mal junta as palavrinhas, estive na escola e pedi se tem como trabalharmos de outra forma p que ele se desenvolvesse, a escola disse que eu teria que pagar um reforço escolar fora da escola! Não tenho condições mesmo o que posso fazer?? No que posso exigir que a escola me ajude? Mesmo sem ele saber ler queriam dar a aprovação dele p o 5°ano, não aceitei, se ele já sofre constrangimento por não SABER LER NO 4° IMAGINE NO 5°.O que posso fazer?

O que sugerir para essa mãe? Leia nossa resposta e dê seus palpites!

Lamentamos muito sua situação! Infelizmente o caso do seu filho não é raro e dificilmente a escola vai resolvê-lo, pois obviamente ela é incompetente. Repetir mais um ano na mesma escola, com os mesmos professores, não vai resolver ou poderá agravar o problema. Sinceramente, procure na sua comunidade alguma ação voluntária ou uma ONG que possa ajudar seu filho. Na verdade, ele não precisa de "aulas de reforço", precisa de alguém que consiga mostrar-lhe a beleza da língua e o prazer de ler e escrever! Toda criança tem curiosidade natural para o aprendizado, que uma escola incompetente consegue "matar". Mas isso pode ser mudado, ainda há tempo! Procure e confie, seu filho NÃO é problema, problema é a escola que ele frequentou até hoje. Boa sorte e mande notícias para o e-mail educaforum@hotmail.com Um abraço!

Para você, que não faz ideia de como pode ser tratada uma criança com dificuldades de aprendizagem dentro de uma escola incompetente, sugiro que leia o livro O estuprador. Não se assuste com o título e leia até o fim. É uma história verídica cujo final foi inventado, pois a escola mostrou-se totalmente inepta para ajudar o aluno, aliás o prejudicou até à evasão. Clique no link para ler o texto: http://www.giuliapierro.xpg.com.br/OEstuprador01.htm


Comentários

Anônimo disse…
Tudo culpa da tal empurração automática é nisso que dá
Giulia disse…
Anônimo, você está apenas repetindo um chavão! Aguardo um comentário pensado com sua própria cabeça, não um repeteco do que se fala por aí, sem nexo. Ah, por favor, assine seu comentário, se não quiser se expor, invente um nome!
Luiz Silverio disse…
E se esse aluno tiver dislexia ou outro disturbios deaprendizado?
Giulia disse…
Pior ainda, pois o que a escola sugeriu para a mãe foram "aulas de reforço"...
Parece claro que o garoto tem algum problema. E isso precisa ser investigado. Procurar uma ONG na região, por exemplo, parece ser uma ótima solução, já que a escola não se ofereceu para dar qualquer suporte. Porém, tenho outras sugestões para a mãe:
- Se tiver condições, estimular o garoto a aprender o be-a-dá em casa mesmo. Cito um caso: frequentei pouco mais de um semestre do primeiro ano do ensino fundamental, pois tive sérios problemas com as amígdalas, não podendo ir à escola; assim, minha mãe fazia o papel da "professora presente", passando e repassando a cartilha todos os dias.
- Procurar um Posto de Saúde e insistir para que o menino seja atendido por um clínico e um psicólogo, para que passe por exames.
Giulia disse…
Olá, Haroldo, pode ser que o garoto tenha algum problema, mas também que tenha sido tão inibido que ficou travado na aprendizagem. Isso é muito comum, infelizmente! As escolas públicas, salvo raríssimas exceções, não têm ferramentas eficazes de recuperação. Agora, pasme: as particulares também não têm! Elas são as primeiras a sugerir - e até exigir! - aulas particulares, quando não, consultas a psicopedagogos conveniados, cujo resultado é quase sempre nulo. Vivenciamos muitos casos nesse sentido e o mais grave foi de um garoto que aos 12 anos ainda não estava alfabetizado, fez todos os exames que constataram TDAH, a mãe gastou muito com psiquiatra e psicopedagogas (várias) e no final o menino foi simplesmente expulso da escola. Uma escola da linha Waldorf, você acredita?... Tudo se resolveu em apenas um semestre, quando ele mudou para a Escola Lumiar, com pedagogia de ponta, que percebeu e soube explorar o potencial do menino, inteligente demais para uma escola... comum. Gostei da sua sugestão de o garoto aprender em casa, eu faria isso. Aconteceu o mesmo com o Carpinejar, sabia? A mãe recebeu um "laudo" da escola de que o menino era deficiente mental, nunca falou isso para ele, meteu a mão na massa e olha no que deu! Infelizmente muitas mães se sentem impotentes e o pensamento dominante é o seguinte: se a escola, com profissionais formados, não conseguiu alfabetizar meu filho, imagine eu?... Ótima também a sugestão de procurar um posto de saúde. Continue mandando seus excelentes comentários, é disso que precisamos aqui! Obrigada e um abraço!