Todo ano, o EducaFórum faz algumas reflexões e sugestões para a melhoria do ensino público. Veja também nosso site, www.webamigos.net/educaforum. Tristemente, as sugestões são quase sempre as mesmas e isso mostra que nada mudou para melhor nos últimos anos. O pior de tudo é a indiferença da sociedade, o que mostra um cada vez maior entorpecimento das consciências. No Estado de São Paulo, cartão postal do País, continua firme o "projeto" de fechamento de escolas e classes, iniciado com a secretária Rose Neubauer, que se desculpava dizendo que a palavra de ordem do governador era "economizar". Gabriel Chalita tem sido o campeão da alienação, com seu discurso meloso e vazio sobre "afeto", enquanto os alunos são vítimas de toda sorte de abusos dentro das escolas. As Febens nunca estiveram tão lotadas e a solução está longe de construir novas unidades. A grande maioria dos garotos internos são alunos que foram expulsos ou evadiram da escola, por um motivo ou outro. Infelizmente, as discussões sobre este assunto costumam ser intermináveis e estéreis, assim tudo fica como está. Então, nossa primeira sugestão do ano é para o INEP, no sentido de fazer uma pesquisa para apurar a percentagem dos internos da Febem expulsos ou evadidos da escola. Poderá ser um primeiro passo para buscar uma verdadeira solução para a infância e adolescência marginalizada. Aliás, o INEP ainda está devendo para a sociedade uma pesquisa sobre a "aula vaga", essa que é a maior praga do ensino público no Brasil. Leia o artigo Aula Vaga na nossa página de textos, link à esquerda. Nós, pais de alunos de escolas públicas, sabemos que em todo o país a média de aulas vagas está entre 20 e 30%, mas essa realidade não é reconhecida por falta de "dados estatísticos". Propusemos a alguns meios de comunicação que fizessem essa pesquisa, recolhendo dados entre seus próprios funcionários com filhos na rede pública, mas o assunto não interessou, provavelmente porque filho de jornalista estuda na rede particular... Considerando que filho de político idem, inclusive filho de professor e diretor de escola pública, continuamos a bater na mesma tecla: para que a educação realmente mude neste País, é necessário que a classe mais favorecida social-, economica- e culturalmente aceite que seus filhos se sentem nos mesmos bancos escolares com aqueles que se encontram a alguns degraus de distância. De um modo geral, a classe média coloca seus filhos na rede pública somente quando não pode pagar escola particular e muitas vezes acontece um fenômeno preocupante: aliviados por escapar do pagamento de altas mensalidades, esses pais resolvem contribuir de forma consistente com a APM, pensando que assim irão ajudar a melhorar o nível da escola, mas isto acaba aumentando o apartheid social, criando as chamadas "escolas públicas de classe média", que expulsam os alunos mais pobres e mal escolarizados. Mais uma vez deixamos claro que as contribuições para a APM precisam ser espontâneas e não podem ser impostas. Além disso, as verbas destinadas ao ensino são suficientes para manter todas as escolas de forma digna, o grande problema é que muitas vezes existem desvios devidos à corrupção. Portanto, pais de alunos, vão atrás de seus direitos! A escola pública é muito bem paga com o dinheiro dos nossos impostos e ela precisa manter suas portas abertas para todos. O Brasil continua o campeão da desigualdade social e a educação é o maior exemplo disso. É também pela educação que a situação poderá começar a mudar.
Feliz 2006 e muitas conquistas para todos, principalmente para os pais do Colégio Pedro II no Rio de Janeiro! Acompanhem as discussões e comentários no blog Pais Conversando.
Feliz 2006 e muitas conquistas para todos, principalmente para os pais do Colégio Pedro II no Rio de Janeiro! Acompanhem as discussões e comentários no blog Pais Conversando.
Comentários
Mas, Marina, discuta essa situação com os outros pais da escola do seu filho e reivindique que a escola cumpra o mínimo. Só com a pressão dos pais a educação poderá mudar!