Escola pública X particular


Muito legal o comentário da professora Marta Bellini de Maringá, http://martabellini.blog.uol.com.br sobre a entrevista de Júlio Groppa na Carta Capital, que está dando o que falar nos quatro cantos do País. A entrevista é muito longa e cada leitor se identifica com algum trecho. Concordo com as colocações e com a seleção da Marta, que estou reproduzindo aqui, para esquentar um "velho assunto" que é dos meus preferidos, escola pública x particular.

Júlio Groppa Aquino, professor da USP, São Paulo, dá entrevista polêmica na Carta Capital. Chama Chalita e Gilberto Dimenstein de repetidores midiáticos (opinião que partilho). Diz que os professores faltam muito e que 70% deles não gostam do que faz (também partilho desta opinião). Leia a entrevista na íntegra:

http://www.cartacapital.com.br/index.php?funcao=exibirMateria&id_materia=3198

Alguns trechos:

CC: Segundo levantamento citado no livro A Escola Vista por Dentro, de Simon Schwartzman e João Batista Oliveira, 77% dos professores do ensino fundamental público culpam o desinteresse dos alunos pela alta repetência. Essa é uma das teorias que o senhor mencionou?

JG: Claro. É como dizer que o problema da saúde são as doenças, e o da Justiça, os delitos. “Se fôssemos um povo menos criminoso, a Justiça seria melhor. Se fôssemos mais interessados em educação ou, em outras palavras, menos ignorantes, a educação seria melhor.” É a lógica dos mitos. E esse talvez seja o maior deles: o de responsabilizar o alunado. Não faz o mínimo sentido, mas está generalizado não só entre os profissionais da educação, como também na opinião pública, que ratifica esses clichês, esses abusos cometidos contra os jovens.

CC: E em relação às particulares, também não falta cobrança?

JG: As escolas privadas são a cara da elite brasileira. Fazem parte do seu “pacote existencial”: academia, shopping, condomínio fechado, escola privada. Elas vendem aquilo que a elite quer: uma farsa com fachada de excelência. O processo de desinstitucionalização escolar, que na escola pública assume a forma de deserção, na escola privada confirma-se como fraude pedagógica. Não há o mínimo de supervisão, de controle. O ensino particular é um Velho Oeste. Tem jurisdição própria e transparência zero. E não há debate algum sobre isso. A escola privada, no Brasil, está acima de qualquer suspeita, como se seus resultados fossem sempre ótimos. E a imprensa em geral só faz alimentar a mistificação, como o ranking das melhores escolas privadas feito pela Veja em 2001. Em meados deste ano, a Folha de S.Paulo publicou um caderno especial intitulado Colégios, em que mostra o cotidiano das escolas campeãs do vestibular. E o que lá se vê? Hiperconcorrência entre os alunos, “baias” individuais, avaliação frenética, vigilância digital, exclusão sistemática dos “mais fracos”. Um dos destaques é o Colégio Objetivo, que pertence ao “barão” do modelo escolar vigente, o senhor (João Carlos) Di Genio. Não dá para acreditar que essas “corporações” espalhem impunemente seus horrores pedagógicos e que a imprensa seja servil a isso tudo. É preciso ter coragem para desmascarar esse estado lamentável das coisas na educação, seja particular, seja pública.

Comentários

Anônimo disse…
Acompanho escolas públicas, e a todo momento deparamos com professores que não valoriazam e nem acreditam que a transformação do jovem depende da educação. E ainda culpa todo mundo menos ele. A escola particular pode ter os seus méritos, porém a escola pública pode ser melhor, a partir do momento que todos se sentirem co-responsáveis, ser valorizada como merece e bem administrada pelos seus gestores. Aí sim, alcançaria o patamer ideal que é a qualidade no ensino, pois bons profissionais é o que não falta.
Anônimo disse…
Acompanho escolas públicas e a todo momento deparamos com professores que não valoriazam e nem acredita que a transformação do jovem depende da educação. E ainda culpa todo mundo menos ele. A escola particular pode ter os seus méritos, porém a escola pública pode ser melhor a partir do momento que toodos se sentirem co-responsáveis, ser valorizada como merece e bem administrada pelos seus gestores. Aí sim, alcançaria o patamer ideal de qualidade, pois bons profissionais é o que não falta.