Tomaram providências!!!



Isto é incrível!!! No dia seguinte à denúncia feita no jornal global SPTV, o professor Luís Bispo e a diretora da escola foram afastados (veja post de ontem). Pela primeira vez em 17 anos de denúncias, vemos uma ação tão rápida das autoridades nesse sentido. Parabéns ao SPTV e a...quem? Qual é a autoridade a quem devemos agradecer?

EducaFórum/Escola do Saber



Imagem George Deem

Comentários

Anônimo disse…
Giulia,

Já conhecemos bem essa historia, o sujeito é afastado, pega a aposentadoria antecipadamente e depois volta a dar aula numa boa, muitas vezes na mesma escola. Não queremos apenas o afastamento, queremos um processo legal e a devida punição prevista em lei para os culpados. Só assim o pessoal vai levar o dever mais a sério.
Anônimo disse…
É isso aí. Tem de haver uma sindicãncia para apurar as irregularidades e punir os responsáveis.
No caso do professor, parece que o seu afastamento significa não receber "salãrio", pois o mesmo "ganhava" por aulas.
A situação inusitada é a da "diretora". O seu afastamento é "remunerado". Neste período de "afastamento", nada impede que ela faça "bicos" em outras escolas, aumentando sua renda mesmo no período em que foi afastada por supostas irregularidades no desempenho de suas funções em uma escola pública.

A Secretaria de Educação deveria pedir os relatórios da "supervisão de ensino". Será que a Diretoria de Ensino Sul 3 não sabia de nada?

Tem gente já apostando que a "diretora" vai ser promovida a "supervisora de ensino"...

S. Paulo, 25/11/2006
Mauro
Movimento Comunidade de Olho na Escola Pública
http://www.geocities.com/coepdeolho
Giulia disse…
Pois é, agora nós é que temos que ficar de olho na situação e COBRAR DA MÍDIA que continue a noticiar! A situação não é inusitada pela situação em si, mas pela rapidez com que as providências foram tomadas. Mauro,se você puder fazer um "book" (muito chique, né??? rsrs) de todos os casos que a mídia divulga - o tal do clipping de que te falei - uma hora as coisas vão ter que se acertar. Nem que a gente tenha que levar pessoalmente para a Unesco, que aparentemente não enxerga absolutamente nada. Vai demorar, a gente sabe que não é da noite para o dia, mas precisamos saber quais são nossos aliados. Por enquanto, a nossa melhor aliada(ironia?) é a Internet. Antigamente a gente tinha que camelar atrás de jornalista para mostrar o óbvio e só ficávamos com um pedaço de papel, agora as coisas aparecem e permanecem no ar!
Ricardo Rayol disse…
Estou boquiaberto com a velocidade das providências... nada como a Globo denunciando.
Anônimo disse…
Ricardo, não fique tão animado, afastamento não quer dizer rigorosamente nada, isso é a solução padrão há anos, simplesmente não funciona. E também não podemos depender da SPTV para resolver as esquemas e mazelas da rede pública. A imprensa quer manchete, logo cansam e certamente não tem interesse em procurar as causas ou pressionar para soluções.
Giulia disse…
Agora vou surtar!... Ainda bem que vocês já me conhecem, então fico à vontade rs. No Brasil inteiro falta a noção do valor social do trabalho. Desde o cobrador de ônibus, que fica à vontade pra ficar cochilando e se aborrece se você o acorda, até o professor e - obviamente - o jornalista. O professor se encosta na imagem melosa do pobre coitado sacrificado e o jornalista se preocupa em não perder o emprego, o que implica em agradar ao dono do jornal e ficar de olho nos numerosos concorrentes que tentam passar-lhe a perna. Quantas e quantas vezes eu já ouvi jornalista falar - em off - isso ou aquilo a editoria não vai deixar passar! E realmente a matéria não saía. Várias vezes tive que pedir para os pais de uma escola ligar alternadamente para a redação de um jornal de dez em dez minutos, para que a reportagem saísse. Quem já viu jornalista peitar o editor: - Eu vou publicar essa matéria, sim! (Eu nunca vi!...) É o mesmo caso de professor defender um aluno agredido por um colega no meio de uma reunião de conselho. Alguém já viu? Não, porque o corporativismo impede. E isso tem tudo a ver com o interesse exclusivamente pessoal, de um indivíduo ou de uma classe - não de um país. Quem tem espírito público, quem tem interesse social, entende o trabalho como algo que vai além do ganha-pão e do status. Há uns dois anos, fui convidada para participar de um grupo de jornalistas chamado "Anjos org", que se denominavam "jornalistas sociais". Começou com temas bem interessantes e discussões de nível, mas quando começaram a aparecer os problemas da VIDA REAL, como esses que a gente coloca aqui em nossos blogs, o papo começou a divagar e generalizar. A prova dos nove que a mídia não está nem aí com o ensino público é o seguinte: um dia a Folha de SP publicou a nossa denúncia de que a aula vaga consome em média 25% do ano letivo. Publicou, sim, mas em seguida pediu dados estatísticos que comprovassem a percentagem. A Globo também se interessou e pediu os tais dados. Demos uma gargalhada, pois qual órgão público se interessaria em fazer uma pesquisa desse tipo??? Aliás, cansamos de pedir isso para o INEPTTTTT. Então sugerimos o seguinte: no site do PaisOnline é publicado mensalmente um formulário que pode ser preenchido pelos pais de alunos para marcar as aulas não dadas. Bastaria que a Folha e a Rede Globo entregassem uns 25 formulários desses aos seus funcionários (vigias, copeiros, faxineiros, motoristas etc.) que tivessem filhos na rede pública, para ter uma amostragem bastante interessante e incontestável de quantas aulas os alunos deixam de ter durante um mês. Fizeram? Claro que não! Para quê? A mídia vive de contratos governamentais e o dono do jornal não está minimamente interessado. O jornalista tem filho na rede particular, para quê iria peitar o dono do jornal? E assim caminha o Brasil. Já fui acusada de pegar pesado com relação à mídia. Pego mesmo, porque entendo que é o poder mais efetivo e muitas vezes o mais omisso. Hoje, por exemplo, o JT publicou uma reportagenzinha minúscula a respeito de alunos de uma escola que puseram fogo na mesma após esperarem pelos professores durante três horas (aula vaga, para variar!!!). Se o assunto fosse tratado com a seriedade que merece, se fossem entrevistados psicólogos, sociólogos e EDUCADORES (não esses burrrrrrrocratas que lotam as secretarias da educação), o sociedade poderia começar a perceber a gravidade e a complexidade dos problemas que fazem o País passar tantos vexames nos testes educacionais em nível internacional. Mas a quem interessa?...
Haja paciência, hein? Não sei como vocês ainda agüentam esses meus surtos onde fico repetindo sempre a mesma ladaínha! Mas isso se resolve fácil: sempre que meu comentário for maior do que cinco linhas, é surto. Vão direto para outra página! rs
Anônimo disse…
Giulia,

Fique à vontade para surtar quando quiser, se toda a população decidisse ter um chilique, talvez iríamos conseguir alguma mudança no rumo do nosso ensino público. A propósito de sua idéia de levar as denúncias a UNESCO, sinto te decepcionar mas há coisa de 2 anos, durante um coquetel consegui cercar a Ambar de Barros (ex-Andi e atual coordenadora do escritório da UNESCO aqui em SP)e peguntei se esse órgão não poderia ajudar, inclusive juridicamente, os pais a pressionar as autoridades em relação as mil e uma denúncias recebidas. Ela olhou para mim e com total frieza falou que não era da competência da UNESCO se envolver com esse tipo de assunto. Naquele momento, ficou muito claro para mim que lhe interessava apenas a fama e a adulação dos puxa-sacos de plantão (a propósito a onde será que vão os bilhões dados pelo UNESCO supostamente para investimento na educação brasileira?).
Giulia disse…
Vera, que imagem linda! Mas reflita comigo: cielo a pecorelle, acqua a catinelle!...
Anônimo disse…
Eu também já enviei inúmeros e-mails para a UNESCO denunciando a situação de nossas escolas... Não dão a mínima.
Anônimo disse…
Não dão mesmo, principalmente por e-mail. Mas não podemos desistir! Inclusive, neste País, não dá para acreditar em instituições ou Ongs. Quem se mexe são PESSOAS e quando essas desistem os movimentos costumam ir para o brejo. Por isso precisamos correr atrás das PESSOAS da Unesco e qualquer dia, quando a mídia nos der mais algum ibope, vamos para lá com repórter a tiracolo, procurar quem tenha responsabilidade e espírito público. O que falta, neste País, é sensibilidade e empatia. Isso, infelizmente, é individual e precisa ser cultivado.