Nosso hino


Estamos nos preparando para premiar os professores que mereceram o selo MESTRE OH. Quem é um MESTRE OH? Não é aquele que promove o aluno com nota máxima ou o faz "produzir" um caderno bonitinho, nem aquele que o faz passar no vestibular. MESTRE OH é aquele que respeita e sabe lidar com a criança e o adolescente, que conquista sua admiração com sua postura e sabedoria, que desperta a curiosidade para a leitura do mundo e da vida. O nome do selo veio da inspiração da nossa webmaster e designer Vera Vaz pela canção italiana Bambini fanno OH, cujo original você encontra no link de textos. A tradução fizemos a quatro mãos e esperamos ter conseguido manter a poesia da letra.

Os MESTRES OH são poucos no Brasil e no mundo. Apesar de tantos estudos, a visão da criança como um ser tão importante quanto o adulto ainda é muito recente. Se você conhece um MESTRE OH, por favor nos indique!

CRIANÇAS FAZEM OH
Giuseppe Povia

Quando as crianças fazem oh
vi um ratinho!
quando as crianças fazem oh
vi um cachorrinho!
agora eu sei que nunca mais
verei um lobo mau beijando
um carneirinho.

Quando as crianças dizem “oh
me dê a mão, não me deixe só!”,
você sabe que sozinho não dá não:
ninguém consegue ser alguém.

Por uma boneca ou um carrinho
talvez briguem um pouquinho
mas a briga sempre acaba em paz.

Assim tudo é novo, tudo é surpresa
e mesmo quando chove as crianças dizem “oh
olha a chuva! que maravilha! que maravilha!”.

E eu me sinto um bobo, porque
não sei mais fazer oh nem tudo
que me dá na telha.

Porque as crianças não têm pelos
nem na barriga
nem na língua.

Crianças são indiscretas
mas cheias de segredos
como os poetas.

Crianças vivem a fantasia
e alguma mentirinha, mas
quando um grande chora
as crianças dizem “oh, machucou?
quem mandou?”

E eu me sinto um bobo, porque
não sei mais fazer oh
não sei mais ir no balanço
não sei mais fazer um colar
de um fio de lã.

Enquanto os tolos dizem «Eh?»,
enquanto os tolos dizem «Hein?»,
enquanto os tolos dizem «Bah?»
tudo fica igual,
mas se as crianças dizem «ooh»
basta a vogal.

No entanto os grandes dizem «Não!»
e eu peço asilo. Como um gato
eu quero andar de quatro.

Cada um é perfeito,
da mesma cor,
viva os loucos que entendem
o que é o amor:
um gibi de letras estranhas
que eu nunca li.

Quero tornar a fazer oh
porque as crianças não têm pelos
nem na barriga
nem na língua.

Tradução livre de Giulia Pierro e Vera Vaz

Comentários

Anônimo disse…
Já que a moda é divulgar musiquinhas, com traduçoes livres, eu resolvi apresentar a tradução da "CASA" (do Vinícius de Moraes) para a a "ESCOLA" (de todos nós):

A ESCOLA
"Era uma escola
Muito engraçada
Não tinha mestre
Não tinha nada
Ninguém ganhava uma lição
Porque "mané" vive de tostão
Ninguém podia pedir revista
Porque a grana se cobra à vista
Ninguém podia aprender ali
Porque ali só se faz pipi
Mas ela engana com muito esmero
Fala que é boa
Mas vale zero",

(Paródia ao poema "A Casa" de Vinícios de Moraes)
Postado por Mauro A. Silva -