O custo do atraso


Samuel Pessoa, professor da Escola de Pós-Graduação em Economia e pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia, ambos da Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro, é incisivo. Ele aponta que o tipo de contrato de trabalho que se estabelece entre o setor público e os profissionais da Educação gerou um corporativismo na categoria impensável entre outros tipos de trabalhadores. "Se o professor falta, não é punido no bolso e poucos têm coragem de discutir a culpa dele quando o aluno fracassa. Tudo é responsabilidade do sistema e ficamos por isso mesmo", ataca.

Revista Nova Escola – fev 07

Comentários

Santa disse…
Giulia,

Você não faz idéia do que é isso no ensino superior. Dificilmente é computada falta de professor e, se registrada (no caso de muuuuitas faltas...) desconheço, até hoje, advertência, punição, desconto em salário, etc.

Bjs
Ricardo Rayol disse…
Pois é... foi na veia.
Ricardo Rayol disse…
A propósito, essa camiseta ao lado aí é campnha contra a aula vaga?
Giulia disse…
Se faço idéia??? O único dos meus filhos que não tem muitas aulas vagas é o que estuda matemática, parece que professor de ciências exatas é mais responsável... A minha mais velha estudou filosofia na USP e foi um "festival" de aulas vagas, que ela aliás adorou, pois paralelamente estava fazendo curso de design. A mais nova está fazendo o TCC em artes plásticas na Unesp e todo o curso foi uma vivência TRÁGICA e traumatizante, da qual só se recuperou fazendo cursos paralelos. A única "aula" que ela tinha SEMPRE era cerâmica, como TAPA BURACO para todas as outras matérias, ou seja, se enfiava no atelier de cerâmica e fazia trabalhos lá...
Enfim, no Brasil, o aluno que se vire! Nas universidades particulares não é melhor, aliás não entendo como os alunos se sujeitem a tanto sucatamento, vejam por exemplo o caso do Fernando, o aluno do ProUni que pediu ajuda porque a Uni Sant´Anna suspendeu o curso de Ciências Sociais este ano. Inclusive ele me escreveu que resolveu mesmo dar um tempo este ano para colocar a cabeça em ordem e retomar sua vida acadêmica. Claro! Como fica a cabeça de um garoto de vinte anos numa situação desse tipo? Não é de pirar? Um menino inteligente como esse se sujeitar a um curso meia-boca?...
Giulia disse…
É isso, Ricardo. As camisetas (a Vera criou várias) são para fazer campanha contra a aula vaga. Já que tanta escola exige uniforme, vamos nós criar o nosso, né?...
Anônimo disse…
Puxa, Giulia, esse professor Samuel Pessoa acertou na mosca... É exatamente isto: " tipo de contrato de trabalho que se estabelece entre o setor público e os profissionais da Educação gerou um corporativismo na categoria impensável entre outros tipos de trabalhadores." Vamos gravar, é o x da questão.