Uma boa notícia


Vejam que boa notícia no blog da professora Glória Reis (link ao lado). Ela mostra uma "outra face" de Delúbio Soares, já bastante conhecido por um crime que poderá ficar impune. Mas o que poucos sabem é que Delúbio "era" professor e recebia como professor, mas não dava aula. E por esse crime ele foi condenado a devolver uma dinheirama, como você pode ler abaixo. A punição se extendeu às funcionárias que assinaram sua "presença" no trabalho.
Antes que o EducaFórum seja mais uma vez acusado de difamar sistematicamente a classe docente, informamos que em nossas andanças na Câmara Municipal, na Assembléia Legislativas e nos Conselhos Tutelares encontramos um número enorme de professores "comissionados" de forma legal ou ilegal (quem fiscaliza?...). Isto significa que os professores que faltam nas salas de aula podem estar "alocados" em gabinetes, conselhos tutelares, sindicatos e partidos políticos. Em São Paulo já houve um primeiro caso de conselheiro tutelar condenado por "exercer" ao mesmo tempo o magistério. Esta notícia a respeito de Delúbio Soares é muito boa, desde que ele realmente devolva o dinheiro ao erário. Por isso vamos acompanhar o caso e cobrar que a mídia não deixe o assunto morrer.

Delúbio Soares foi condenado a devolver aos cofres públicos R$ 164.695,51, recebidos ilegalmente por ter gozado de licenças remuneradas, concedidas para que atuasse no Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Goiás (Sintego) quando, na verdade, residia em São Paulo e não prestava serviços à entidade e nem trabalhava como professor. Também foram condenadas a pagar o montante, solidariamente, as ex-presidentes do Sintego, que atestaram sua frequência: Neyde Aparecida da Silva — que dividirá com ele o pagamento de R$ 90.185,29, referente ao período de sua gestão — e Noeme Diná Silva, a quem caberá pagar juntamente com Delúbio o total de R$ 74.510,22, também referentes ao período em que presidiu a entidade sindical, de acordo com a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de Goiás. Para o juiz, está claro que Delúbio recebeu salários como professor sem trabalhar e suas licenças não tinham amparo legal, respaldando-se apenas em “literal vista grossa” por parte da administração. Ainda a seu ver, ficou comprovado que os pagamentos a Delúbio só se tornaram possíveis porque as sucessivas presidências do Sintego, inclusive nos períodos de Noeme e Neyde, emitiram declarações de freqüência, como se ele desse aula.

“Logo, a ilegalidade está escancarada, tanto pelas licenças sem amparo legal e, por conseguinte, pelos pagamentos indevidos feitos a Delúbio, assim como pela falsidade constante das declarações de freqüência, na medida em que continham informações não verdadeiras e propiciaram o recebimento de salário indevido”, afirmou o juiz em sua decisão.

Comentários

Anônimo disse…
Giulia,

Depois que vi esse cidadão depondo na CPI, nada tira da minha cabeça que ele comprou o diploma dele(alias, prática muito comum entre os professores das redes públicas).
Coitada da lingua portuguesa, tão massacrada assim.
@David_Nobrega disse…
Achei pouco...nem cobraram os juros!
Giulia disse…
Pois é, essas contas são feitas sei lá como. Mas tem aí três questões importantes:
- Ele vai pagar? Ou melhor, o processo está em qual instância? É isso que vamos ficar de olho. De repente, na última instância o juiz resolve dar uma colher de chá para ele. Isso é tremendamente comum, nestepaizz onde a mídia está a serviço dessa corja.
- Se for pagar, será ele mesmo a pagar??? Ou mais uma vez o partido vai "quebrar o galho" desse "cidadão"?
- Este caso vai chamar a atenção sobre o grave problema dos milhares de professores "comissionados" sei lá onde em todo o Brasil? Pois esse "cidadão" nem mesmo no sindicato estava trabalhando (se é que sindicalista trabalha...), ele estava mesmo a serviço do partido!
@David_Nobrega disse…
Postei as imagens que vc pediu Giulia....divirta-se.
Ricardo Rayol disse…
Tinha que pagar dobrado para sentir a dor bem lá no fundo.
Giulia disse…
Se a gente tivesse um judiciário decente, não só o cara pagaria como ficaria em cana. No Brasil ainda estamos rastejando no quesito Justiça. Veja como os EUA prenderam Al Capone: não conseguiram provar seus crimes bárbaros de assassinato e corrupção, mas o enfiaram no xilindró por causa do imposto de renda. Será que o crime desse "professor" comissionado em partido político é passível apenas de pagamento de multa?
Così è, se vi pare... dizia o grande dramaturgo Pirandello.