Mídia nota zero!



Nunca, desde o início dos anos 90, o “clima” dentro das escolas foi tão ruim. E a mídia nunca foi tão incompetente para tratar do assunto. Basta acompanhar as últimas matérias sobre violência nas escolas para perceber que a pauta é dada pela corporação. Como foi dito em um comentário, é só o aluno torcer um cabelo de um professor para ser "demonizado". Ninguém lhe pergunta se foi por legítima defesa ou por ter sido provocado à exaustão. Alguns exemplos recentes:

- Em São Bernardo do Campo, SP, professora corre atrás de aluno até o banheiro (qual o motivo mesmo?...), ele bate a porta e o dedo da professora vai para o chão. Lugar de professor é onde mesmo?...

- Em Fernandópolis, SP, uma aluna é retida à força pela professora dentro da classe, para receber punição devido à falta de uniforme. A aluna tenta desvencilhar-se e empurra a professora, que bate o braço contra o quadro negro, fraturando um osso. O repórter não perguntou para a aluna suas razões, nem mencionou (e ele sabe???...) que a exigência de uniforme nas escolas públicas é ilegal, no entanto reproduziu a FOFOCA da professora, de que o pai da aluna tinha antecedentes criminais...

Infelizmente não existe “corporação do aluno”, ou seja, sempre que um aluno é agredido por algum profissional dentro da escola, os pais procuram contemporizar por medo das perseguições de que já falamos aqui exaustivamente. E a mídia, lógico, ouve apenas o lado de seu maior pauteiro, o sindicato. Alguns exemplos:

- Em Belo Horizonte, MG, alunos de uma escola ficaram nus durante uma revista para procurar o celular de uma menina. O aparelho não foi encontrado. A escola negou ter obrigado qualquer aluno a tirar a roupa, alegando que alguns teriam baixado as calças "espontaneamente"...

- Em São Gonçalo, BA, um professor contou para os alunos aquela famosa "piadinha" de que uma macaca e uma negra dão à luz dois macaquinhos. Brincadeira ingênua, não é?...

- Em São Paulo Capital, um professor chamou um aluno de 'bicha' em plena sala de aula, após agarrá-lo e agredi-lo fisicamente. Em um relatório assinado por três supervisores, a Diretoria de Ensino afirmou que tratou-se de uma brincadeira para "cativar" o aluno. Este fato ocorreu em 2004, o professor foi promovido a coordenador "pedagógico" em outra escola e nenhum meio de comunicação se interessa em acompanhar o assunto...

A situação vai piorar bastante, pois os sindicatos ESTÃO APAVORADOS com a grande "novidade" da política educacional: o risco de os professores virem a ser avaliados! (Aliás, já o foram e todos os índices indicam que o resultado é PÉSSIMO.) É por esse motivo que eles correm a informar para a mídia todo e qualquer deslize dos alunos contra essa "vítima" que é o professor. O coitadismo continua de vento em popa!

Nós aqui somos macacos muito velhos para acreditar que o governo vai realmente fazer a avaliação contínua da classe docente, pois os órgãos públicos da "educação" são cabides de emprego lotados de pessoas filiadas aos sindicatos! E muito menos acreditamos que a mídia vá cobrar do governo essa avaliação...

Apenas para dar uma idéia de como é o "clima" dentro de uma escola pública, assista a esse BARRACO filmado... por alunos. Ou você achou que algum jornalista se daria a esse trabalho? rsrs



Comentários

Ricardo Rayol disse…
Enquanto as escolas forem depositos dos filhos para retirar a responsabilidade das costas dos pais nunca irão usar o poder de uma associação d epais e mestres. Aliás, isso ainda existe?
Anônimo disse…
Giulia, um pai postou este comentário no meu blog (no post "Escola expulsa alunos..."): "Meu menino quando estudava em escola pública (hoje tem 24 anos e faz sistema de informação na PUC) foi retirado para fora de sala por que esqueceu um caderno. Escrevi um bilhete para a professora argumentando que ninguém esquece por querer e que ele escrevesse no papel higiênico, mas deveria ficar na sala de aula, visto que era raro o dia em que ele tinha todas as aulas. Tentei formar um conselho de pais, mas esbarrei no corporativismo dos professores e no entendimento da maioria dos pais que consideravam a escola de boa qualidade, apesar de seus filhos nada aprenderem. Disse em assembléia para discutir reposição de aulas, após uma greve, que aquilo era uma peça de ficção, que o calendário não seria cumprido, e que já me daria por satisfeito se os professores ministrassem as aulas no resto do ano."20/09/2007 21:44
Giulia disse…
Olá, Ricardo, ainda existem as APMs e uma instância ainda maior, o Conselho de Escola, cujos representantes deveriam ser eleitos democraticamente, mas isso é muito raro, pois não interessa para a corporação ter os pais presentes dentro da escola. Por esse motivo, as eleições são manipuladas e somente os pais "que interessam" à direção da escola acabam sendo eleitos.
Clau disse…
Giulia, vc advinhou sim, hoje faço 30 e 12 (nada de contar depois dos 40...) ;-)

Que bom que gostou dos trios de Mozart. Pretendo colocar alguns de Haydn tb - são igualmente belos!

Beijos e grata pelos votos :-)
Anônimo disse…
Penso que grande parte dos professores atuais não tem a vocação para o ensino. São embusteiros que querem apenas ganhar uma graninha trabalhando pouco ou doutrinadores partidários que querem fazer a cabeça das crianças.

Para que haja mudança, é necessário que os pais se esforcem para desmontar este esquema criminoso que é o ensino infantil no Brasil, e estabelecerem um novo sistema, congruente com os interesses das crianças (serem educadas com responsabilidade de cuidado).

Isto TEM de começar pelas primeiras séries.

FORA OS IMPOSTORES !!!

Renato
Anônimo disse…
Giulia, a mídia tem medo do professorado, é o que parece. Não sou da área, mas lembro-me de quando estudei em escola pública e não vejo novidade nesses fatos, os quais só pioram a cada ano que passa. Naquela época, década de setenta/oitenta, já haviam abusos colossais e, pelo visto, progridem mais e mais. Lamentável. É como o Rayol comentou, quem pode mudar isso são os pais - e como vc disse - estes contemporizam por medo de represálias. Abraços.
Anônimo disse…
Segundo penso, o estado não deveria impedir que as crianças aprendessem em casa, ou em associações de pais. Um exame de qualificação bem feito, seria o suficiente para obtenção do diploma.

É impressionante a fixação dos brasileiros em diplomas, que muitas vezes não valem nada. Hoje em dia, muita gente até com pós-graduação tem pouquíssimo conhecimento ou capacidade de enfrentar as situações reais da vida.

Assisti outro dia o filme "A procura da felicidade", baseado em fatos reais. Impressionou-me como um homem com apenas o nível médio de ensino foi contratado para um cargo importante, pois o que conta é a qualidade do serviço prestado, não o "canudo".

Quanto ao aspecto repressivo da escola, a educação é entendida hoje muito mais como uma forma de engenharia social do que como uma ajuda para o desabrochar das capacidades pessoais. Maldito este governo de bandidos, que quer transformar de vez este país em uma ditadura !!!
Anônimo disse…
O ponto citado pelo Ricardo Rayol é importantíssimo. Os pais tem muito poder potencial, mas não o usam. Grande parte deles não se importam que seus filhos tenham um péssimo ensino.
Giulia Pierro disse…
Gente, para saber o que é um "péssimo ensino" a pessoa tem que ter tido no mínimo um ensino "decente". Muitos pais humildes não têm a menor idéia do que seja um bom ensino. E porque deveriam saber? Eu me lembro de uma colega minha, na Itália, cujos pais eram semianalfabetos e ela era uma excelente aluna. Também diversos amigos dos meus filhos superaram em muito os conhecimentos e a cultura dos pais. A mãe da melhor amiga da minha filha caçula, por exemplo, é manicure. E daí?
Essa moda de colocar a culpa pelo fracasso escolar nos pais de alunos é relativamente recente e tipicamente brasileira. Em geral, trata-se de uma manobra para retirar da escola sua responsabilidade: no mínimo, alfabetizar!
Anônimo disse…
E as pessoas ignoram também que entre as crianças pobres não há isso de "pais". A maioria pertence a algum núcleo que chamamos família, mas na verdade sem pai (quando há são padrastos e muitas não têm nem o nome do pai no registro, ou se tem, o pai desapareceu)assim também como grande parte sem mãe, são criados por avós ou outro parente, e outro segmento que vive em abrigos. Já mesmo antes de eu me aposentar, os livros de matrícula nas escolas já usavam a palavra "responsável" em vez de pai, devido ao grande número de alunos só com mãe ou mesmo sem pai e mãe. Portanto, falar em "pais" como referência e estrutura para nossas classes empobrecidas é desconhecer a cruel realidade dessas crianças.
Giulia disse…
Glória, você tocou num ponto crucial. Esse tipo de argumento, porém, não sensibiliza as pessoas que tem "família estruturada" (sei lá o que elas entendem por isso, já que tem tantos jovens problemáticos nesse "tipo" de família...). Essas pessoas se acham "modelo" e simplesmente condenam os pais pobres com muitos filhos, como se todos fossem fornicadores e procriadores compulsivos a abandonar seus filhos para outros tomarem conta. É um círculo vicioso, pois muitos desses pais foram por sua vez expulsos da escola ou marginalizados por falta de condições de sobrevivência digna.
É por isso que bato tanto na tecla da escola desumana: você como eu já viu - quantas vezes? - a escola bater a porta na cara de pais e alunos, sem a menor cerimônia!
Anônimo disse…
Os pais não se importam que seus filhos tenhma um péssimo ensino, porque pouco se importam com os próprios filhos.
Pais onissos, filhos livres
Quando os pais não cuidam, traficantes adotam.
Luciana Bonaventura
Anônimo disse…
Giulia e Glória

Fui eu que fiz o comentário das 19:30. Eu sei perfeitamente da situação de desestruturação familiar (glorificada pela nossa cultura, que ama a idéia da "produção independente"). Estou perfeitamente ciente de que muitas crianças não tem pais, e que muitos pais não tem condições de cobrar um bom ensino das escolas. Sei também que o poder público não pode ser aliviado de suas responsabilidades.

Mas, independentemente disto, muitos pais que são capazes de cobrar um bom ensino, não se importam. Outros pensam apenas em notas, e não em educação.

Há uns 15 anos atrás, no banco em que eu trabalhava, uma colega estava tirando cópias xérox de uns livros de história, creio. Ante minha surpresa, ela me explicou que ela estava preparando um trabalho para o seu filho. Ela fazia questão de fazer os trabalhos, para que ele pudesse ter uma boa nota. Isto não é exceção. Mesmo pais com nível de escolaridade médio ou superior acham que estão fazendo um bem quando fazem os "trabalhos" de seus filhos. Eles não tem a menor idéia do que seja ensino.

Enquanto isto, professores preguiçosos dão péssimas aulas e pedem "trabalhos" ou "seminários" para “dar notas” a alunos que não aprenderam a matéria ...
Giulia disse…
Anônimo, agora entendi! Mas olha, a ignorância é geral. E muitas vezes os pais fazem o trabalho para os filhos "de boa vontade", achando que está certo...
Que tal você arrumar um nome para a gente não se confundir com outros "anônimos"? Eu papo é bem interessante.
Anônimo disse…
Olha Giulia, esse seu blog é verdadeiramente uma merda!Totalmente à favor das "gracinhas" dos pobres aluninhos. É por causa de gente do seu tipo,da sua laia que defende esses marmanjos sem o que fazer, que estão na escola para tumultuar, é que as escolas estão do jeito que estão.E tendem a piorar.
Quer dizer que o "barraco" de chamar a professora de química de "puta", em alto e bom som, para o mundo inteiro ver, não lhe dói sequer a consciência, pelo contrário, é mola propulsora para você continuar com essa sua conversinha fiada de APM, ECA e outras melecas?
Por a culpa no governo? Claro é muito fácil. Você é que é uma desocupada e fica aí, pregando falácias e divulgando as barbaridades como certas. Noutras palavras estimulando o que é errado.Incentivando que alunos depreciem mesmo os seus professores.
Vou denunciar isso aqui, e saiba, que vai chover de professores, que assim como eu, vivem essas situações e encontram pelo caminho pessoas que não querem ajudar e sim, depredar ainda mais a imagem do profissional da educação que já não tem ninguém que lhe exalte os pontos positivos.
E pode mesmo deletar esse meu comentário...faça isso mesmo!...tô me lixando pra você e para esse seu grupinho de desocupados que não sabem nem porque o cabrito faz cocô redondo. Ou seja não entendem nem de cocô que dirá de educação.
Passe muito mal. Hipócrita!


Ana Maria Magalhães
Professora de Escola Pública de Minas Gerais - Indignada com esse blog que diz uma coisa e faz outra!
Anônimo disse…
Cara Giulia

Meu nome é Renato, sou o anônimo lá de cima (15:52).

Peço aos colegas que assinem a petição:

http://www.deolhonamidia.org.br/Peticoes/mostraPeticao.asp?atual=true

Vejam quem é Frank Weltner:

http://idgnow.uol.com.br/internet/2005/09/09/idgnoticia.2006-03-12.9378964049


Cara Ana Maria

Eu já dei aulas de física, por pouco tempo, em uma escola estadual. Me solidarizo com os professores que procuram dar aulas de qualidade, mas não encontram condições. Entretanto, esta discussão que poderia ser bem mais proveitosa, foi iniciada de forma totalmente incorreta por você. Você pensa que pode mudar a opinião de alguém com tal tipo de palavreado?
Giulia disse…
Ana Maria, você abocanhou a isca!rsrs Eu tinha certeza de que pelo menos um professor hipócrita iria assistir o vídeo e se escandalizar com o palavrão final dos alunos. Apenas com o palavrão dos alunos!! Como se o BARRACO mostrado não tivesse qualquer importância. E, principalmente, como se a reação dos alunos não tivesse nada a ver com a maneira como foram tratados. Ana Maria, você trata seus filhos dessa forma, na sua casa? Se esses garotos fossem seus filhos, você aceitaria que fossem tratados assim na escola? É até possível, pois deixou bem claro ser uma pessoa desequilibrada e bastante familiarizada com uma linguagem de baixo calão. Pobres de seus alunos!
Ah! Por favor, faça a gentileza de postar cada comentário apenas uma vez, não pense que postar várias vezes faça mais efeito...
Glória Reis disse…
Que nível, heim Giulia! Já imaginou isso dando aula?? Que se pode esperar da educação no Brasil se este é o perfil da maioria dos nossos professores? Dá para sentir o ódio, aquele ódio que eu lhe falo, que elas sentem pelos alunos. E ainda por cima, totalmente desinformada, não deve ler nenhum jornal ou qualquer outro meio de comunicação para dizer uma inverdade dessa: "a imagem do profissional da educação que já não tem ninguém que lhe exalte os pontos positivos". Será que ela não assiste nem ao Fantástico da Globo?
Giulia disse…
Glória, nem eu assisto o Fantástico! Mas você tem razão: é ódio mesmo que elas sentem, as mensagens dessas pessoas estão carregadas disso.
Anônimo disse…
Giulia, eu me referi ao Fantástico (aliás, todo o jornalismo da Globo) porque ele tem reservado espaço quase toda semana para glorificar os professores e demais profissionais da rede pública, assim como fazer o maior alarde quando acontece um acidente como aquela professora que teve o dedo machucado quando um aluno bateu a porta do banheiro, e outros. Eu confesso que também não assisti nem assisto, mas às vezes ouço as chamadas e o Mauro e a Cremilda sempre reproduzem com críticas no site deles. Coloquei ontem lá no meu blog sobre o comentário maquiavélico (pobre Maquiavel!)dessa professora mineira no seu blog.
Anônimo disse…
Giulia,

A Secretaria de Educação de SP introduziu a avaliação de professores em 2000 como um dos critérios pela concessão do famosos bônus de mérito (min de R$ 1,200.00, max. De R$ 5,500.00) que é dado anualmente e cujo objetivo (teoricamente) é de premiar a assiduidade e a dedicação dos professores da rede estadual.
Me lembro que entrei na sala da diretora da escola dos meus filhos um dia justamente quando ela estava preenchendo essa avaliação. Ela me explicou do que se tratava e falou que ela estava dando a nota média para todos os professores, mesmo se eram péssimos ou excelentes profissionais. Justificou sua atitude dizendo que se desse uma nota verdadeira tanto ela quanto os bons professores seriam alvos de represália pela turma dos ruins que dominava o pedaço.
Portanto a pergunta é como fazer com que os avaliadores, avaliam de fato e de maneira isenta os professores?
Bjs
Para quem quer saber mais sobre os critérios do bônus veja esse url (cuidado para não quebrar o link)
http://www.al.sp.gov.br/staticfile/integra_ddilei/decreto/2007/decreto%20n.51.564,%20de%2012.02.2007.htm
Anônimo disse…
Giulia

Creio que existem vários aspéctos a serem considerados. Revolto-me também com o descaso de muitos "professores". São pessoas que não sentem prazer em ensinar. Deveriam estar fazendo outra coisa. Mas a questão da falta de disciplina dos alunos também é complicada. Há muitos alunos que não aprenderem em casa a respeitar os outros. Tais alunos são difíceis.

Renato
Anônimo disse…
Só uma perguntinha básica:
Em todas as profissões que existem, as pessoas que nela trabalham gostam do que fazem? 100%?
Quanta falácia...
Anônimo disse…
Nossa Giulia...o qué é isso hein?
Você tem o dom de fazer fracassar suas amiguinhas que publicam livros (falidos, diga-se de passagem)!!!!
Que cômico!
Por que será que não vendem nada hein?
Ah sim...me esqueci.Isso você não responde, pergunta de professor é papo furado!
Vem cá, seus filhos nunca tiveram professores? Claro que não né, você é tão auto-suficiente!
Que pena dessa Glória, que pena dessa Vera...duas sofredoras mães que estão cheias de boas intenções.
Ahhhhhhhh!
Tenha dó...de boas intenções o inferno tá cheio!
Isca?
Foram vocês que morderam a minha!
Já já você vai saber o motivo tá?
Coitadinha...( e foi chamada de balzaquiana, quanta gentileza!)


P.S: Outra coisa...eu posto comentários quantas vezes eu quiser. Nem pense que vai me dar ordens.

Ana Maria Magalhães
Professora de Escola Pública de Minas Gerais
Anônimo disse…
Se já não bastassem as políticas neoliberais que enxugam todos os recursos da Educação, superlotam as salas de aula, enxugam os salários até a beira da fome, uma nova onda apareceu na mídia escrita, a de atacar os profissionais da Educação, tanto de âmbito estadual quanto municipal e culpá-los por tudo de ruim que está acontecendo no Brasil, desde as baixas cifras que se formam nas Universidades, até o altíssimo número de analfabetos funcionais que assolam o Brasil. Soluções ninguém propõe, a nova onda é gritar na mídia, colocar todos na mesma panela e gritar em alto e bom som: "vagabundos".
Claro que isso se deve a esta abertura absurda que certos "educadores" deram aos leigos de dar palpite na área a qual não pertencem, como consultores do MEC e da CNE (economistas e advogados), para depois encabeçar o ataque à nossa cartegoria.
O engraçado é que nenhuma profissão dá este tipo de abertura. Ninguém chega até um médico durante uma operação e diz: "doutor, acho que o senhor deve cortar mais pra baixo"!
Por que na educação todos querem meter o bedelho?

Luciano Luckesi
Assisti o vídeo e fiquei me perguntando o que estes alunos tinham feito para serem expulsos desta forma? Porque o vídeo só mostrou o momento em que estavam sendo mandados embora da escola?
Não defendo professores porque sei que tem uma grande quantidade deles que realmente não tem vocação, mas fica a dúvida, o que eles (os alunos)fizeram??? No pouco conhecimento que tenho com adolescentes não é raro que após brigas, agressões físicas, xingamentos, e outras ações eles se defendam com a frase "Eu não fiz nada"... Depende, o que é o "nada" para este jovem? Há uma inversão de valores na sociedade...
Concordo que os pais devem ser mais presentes e lutar por uma escola de qualidade...
Unknown disse…
Infelizmente a realidade de quem está dentro de sala de aula é outra, esses meninos quando gravaram esse vídeo, já começaram em um ato errado, eles estava fora da sala de aula enquanto a aula estava ocorrendo e isso deve ser uma constante, basta ter alguma experiência no ambiente escolar, para saber que alguns alunos estão na escola para pertubar e atrapalham aqueles que realmente querem aprender, qual foi a atitute errada nesse caso? Colocá-los para fora da escola? Eles estavam no corredor mesmo, infelizmente temos muitos idealizadores da escola e poucos realmente trabalhando lá dentro, vejo muito blá blá blá de quem não trabalha na escola, garanto que os maiores criticos, são aqueles que estão encostados em secretárias e etc... Quero ver criticas de atitutes como essa de quem está trabalhando em sala de aula
Anônimo disse…
Gente, elas tratam os alunos igual cachorro...Bem, mal comparado porque cachorro é melhor tratado. Como os brasileiros são pacíficos, se fosse nos states, eles teriam voltado com uma arma, com certeza.
Regina Milone disse…
Giulia, estou adorando seu blog!!! Quero te dar os parabéns, em primeiro lugar!
Quanto a este post, vejo o assunto por vários ângulos. Trabalho em escola pública, municipal, na Baixada Fluminense, região mais violenta do Rio de Janeiro. A escola é pobre e a comunidade bastante carente, em todos os sentidos. Lá essas cenas, como a do vídeo aqui colocado, são freqüentes. Mas concordo com a colega que perguntou o que aconteceu antes do que foi mostrado na gravação. É impossível avaliar uma situação dessas sem saber a história toda, pois o risco de sermos injustos com alguém é muito grande.
O que vejo, na maioria das vezes, é o profissional - diretor, professor, inspetor, etc. - perder a paciência com aqueles alunos que vivem fora de sala de aula, que ficam de papo pelos corredores e que são bastante agitados quando em sala de aula, muitas vezes não se dando ao trabalho nem de abrir um caderno. Com esses os profissionais perdem a calma, muitas vezes, e, algumas vezes, extrapolam - nessas horas, quando acabam sendo agressivos ou irônicos, perdem a razão, na minha opinião.
Turmas lotadas, pais (ou avós, tios, etc.; os "responsáveis", enfim) ausentes e falta de material didático, além de precárias instalações (iluminação e refrigeração péssimas das salas de aula, por exemplo) também prejudicam demais o trabalho dos professores e a aprendizagem dos alunos. Essa é a realidade que vejo todos os dias e me solidarizo, nesse ponto, com o professor (também sou professora), que acaba exausto e estressado por causa disso tudo.
Por outro lado, concordo que muitos estão na profissão errada, não gostam nem querem aprender como funciona uma criança ou um adolescente, por exemplo (isso evitaria que se estressassem com coisas absolutamente normais em certas faixas etárias) - só querem que lhes obedeçam e pronto - e realmente não deveriam exercer uma profissão de tamanha responsabilidade quanto a de professor.
Ouço absurdos todos os dias também, vejo os alunos sendo rotulados, muitos professores chegam a pregar a volta de castigos como o de ajoelhar no milho, isso em pleno século XXI! É terrível!!!
Falam mal do ECA - que é uma grande conquista em termos de direitos humanos e cidadania! -, dizendo que "hoje em dia não podemos nem tocar num aluno senão vamos presos!", reclamando bastante disso, entre outras coisas do tipo. Posições retrógradas, rascistas e até mesmo fascistas são comuns e fico indignada. Como pedagoga - orientadora educacional - e psicóloga, procuro questionar, orientar, chamar à reflexão e, quando possível, conciliar.
Cada caso é um caso, precisamos avaliar sempre com calma, mas tudo isso - toda a realidade mostrada e discutida aqui - é muito comum sim, infelizmente.
O corporativismo dos professores também é forte e cego, muitas vezes; já penei por causa disso, em certa ocasião.
Enfim... Todo esse assunto dá panos pra manga!
Mais uma vez, Giulia, parabéns pelo blog e pelos temas levantados!
Beijos...