A falência da escola


90% das mensagens que recebemos se referem à rede pública de ensino. Ultimamente, os poucos pedidos de ajuda de pais da rede particular têm-nos deixado cada vez mais pasmos!

Acredite, se quiser: numa escola de Santa Catarina, uma criança de seis anos foi acusada por uma coleguinha de tê-la chamado de “idiota” em sala de aula. A criança nega e ninguém confirmou, inclusive a professora estava falando no celular (!) e não ouviu. Mesmo assim, a professora colocou a criança de castigo.
No dia seguinte, a mãe da criança supostamente insultada resolveu tirar o assunto a limpo e enfrentou a menina, chamando-a de mal-educada com o dedo em riste, na frente de diversas testemunhas. O pai da menina ficou tão aborrecido que está pensando em tomar medidas legais.

Gente, o que é isso??? Nem a escola pública nem a particular sabem mais lidar com a espontaneidade e a vivacidade da criança? Não existe mais um único professor que saiba brincar com o dicionário ou trabalhar o sentido das palavras para evitar que pequenas transgressões dos alunos se transformem em ressentimento, ciúme, vergonha, ódio???

O pior de tudo isso é estimular nas crianças a hipocrisia, aquela atitude de esconder seus sentimentos para depois explodirem na adolescência ou apenas continuar minando a personalidade, até “produzir” adultos rancorosos, dissimulados e infelizes.

Senhores professores, estamos cansados de ouvir que “a educação vem de casa”. O que ocorre em sala de aula precisa ser administrado! Castigar uma criança sem ter provas de sua transgressão; negligenciar um problema de relacionamento que poderia ser tranqüilamente resolvido em sala de aula; evitar o diálogo com os pais em situações que precisam ser esclarecidas antes que se tornem críticas e, principalmente, dar o mau exemplo do uso do celular em sala de aula, quando já existe uma lei proibindo essa prática para o aluno, são situações ANTIPEDAGÓGICAS.

Tudo, dentro de uma escola, é ou deixa de ser pedagógico!
Aparentemente a instituição escola, no Brasil, está falida – e não se trata apenas da rede pública de ensino...

Comentários

Anônimo disse…
Engraçado! Ha um tempo atrás vocês condenaram uma professora do nordeste que pediu para que seus alunos da quarta série pesquisassem o sentido dos palavrões que eles tanto falam no pai-dos-burros, conforme reportagem da rede globo. Agora estão sugerindo para a professora faça isso com uma criança de 6 anos!!! Vocês realmente são inimigos dos professores e, consequentemente, contra uma educação de qualidade. Vocês são, no fundo, no fundo, um montão de bosta! Valem menos que um caminhão de merda! Pode repassar isso pra Cremilda!
Giulia disse…
Lucas, por acaso "idiota" é palavrão?...
Tem mais: ninguém aqui é menino de recados! Pode despejar seus palavrões lá na Cremilda que também vai levar! rsrs
Anônimo disse…
Giulia, falta completa de tato por parte dos professores e funcionários despreparados para resolverem os conflitos que ocorrem em sala de aula, desprovidos de vontade de educar, mais preocupados consigo mesmos do que com o cumprimento do dever. E não é só o que falta. Falta vontade dos pais de exigirem que isso mude.
Ricardo Rayol disse…
Apoiado totalmente

Quanto ao sujeito desbocado que aqui pousou pergunto o que ele faria se seu filho fosse tratado como a menina do fato aqui exposto. No mínimo é frouxo.. bundão.
Regina Milone disse…
Já escrevi em outros tópicos daqui e repito que, infelizmente, a realidade das escolas públicas é essa mesma.
Como sou pedagoga - orientadora educacional -, mesmo já tendo dado aula, costumo ouvir dos professores as mesmas coisas que muitos pais ouvem, isto é, que nós não sabemos - eles sim - o quanto é difícil a realidade de sala de aula e que, por isso, é que têm que agir muitas vezes como agem.
Castigar é "mais fácil", não há preocupação com justiça - ouvir os dois lados, no mínimo (alguns alunos já são marcados como "os terríveis" e pronto) - ao se tentar resolver conflitos e se conhece pouco e mal sobre as fases de desenvolvimento das crianças e adolescentes, o que poderia evitar uma série de reações absurdas dos adultos em relação a eles. É triste e lamentável...
Quanto a buscar o significado dos palavrões que os alunos usam, concordo com o colega (que, infelizmente, acabou sendo muito grosseiro aqui e se perdeu quando fez isso), pois considerei uma boa idéia da professora do nordeste ir ao dicionário, junto com seus alunos, para que todos soubessem exatamente o que estavam dizendo e, a partir daí, pudessem escolher o que falar e o que não falar e onde falar.
Fora isso, idiota não é palavrão mas é usado de forma pejorativa e isso deveria ser explicado sim, tanto às crianças quanto aos adultos que usam o termo, para que, no mínimo, não usassem dentro da escola. Mas como crianças são espontâneas, falam essas coisas e, muitas vezes, logo depois já estão brincando juntas de novo, não seria caso pra castigo, de jeito nenhum, mas sim para uma repreensão e uma explicação sobre o termo, com calma, levando conhecimento a respeito - papel do educador - e não humilhando a criança.
É o que penso.
Parabéns, mais uma vez, pelo seu blog e pela sua luta, Giulia!
Giulia disse…
Regina, como é difícil o debate de idéias no Brasil! A mídia trata tudo muito superficialmente e a sociedade costuma julgar “assim” ou “assado”, sem entrar no mérito de cada questão. O caso que o seu “colega” professor (não educador!) Lucas menciona foi distorcido pela mídia e hoje o aluno que ousou queixar-se de constrangimento por ter sido obrigado a fazer uma lição de casa sobre palavrões foi alvo de chacota na escola inteira. Depois de o Fantástico mostrar que 75% dos telespectadores apoiaram a atitude da professora, a diretora dessa escola de Capanema expôs o aluno publicamente à zombaria dos colegas e hoje a família inteira está sendo ridicularizada no bairro.
Leia a matéria de O Liberal aqui http://www.orm.com.br/oliberal/interna/default.asp?codigo=285964&modulo=247.
Este caso de Santa Catarina é muito diferente. Trata-se de descaso ou incompetência da professora, que poderia ter feito uma brincadeira sobre a palavra “idiota”, FALADA NA CLASSE, e não castigar uma aluna sem mais nem menos.
De qualquer forma, como você bem coloca, o que vale é a intenção que está por trás das palavras ditas e não o significado que está no dicionário. Parece que a educação brasileira ainda não atinou para isso e a escola continua um lugar antipedagógico e hostil para o aluno.
Regina Milone disse…
Giulia,
Também tenho horror a esse tipo de comportamento de professores (não "educadores"; concordo com vc) dentro das escolas e já enfrentei isso várias vezes (e fui mal falada pelas costas depois, como vc bem pode imaginar...). É crime constranger e humilhar crianças e adolescentes dessa forma, ainda mais na frente de todo mundo! Quanto ao caso dos palavrões, se a profª encaminhou o assunto com raiva, meio que querendo se vingar dos alunos que xingam demais (me ocorreu essa possibilidade agora), aí é lamentável realmente. Não sei de todos os detalhes da história e, por isso, prefiro saber mais antes de dar outras opiniões.
Quanto a esse indivíduo Lucas, ele foi totalmente grosseiro com vc aqui! Um horror!! E não debateu idéias; só agrediu.
É realmente difícil debater idéias em nosso país (concordo com vc), porque quando as pessoas ficam sem argumentos, partem para as ofensas pessoais. Isso é muito comum, infelizmente...
Concordo que a escola tem sido um espaço antipedagógico e que apenas iniciativas individuais procuram minimizar um pouco isso. É o meu caso na escola, onde muitas vezes me vêem como "defensora dos alunos" ou coisa do gênero, quando tomo iniciativas e assumo posições muito diferentes da maioria. Por outro lado, quando chamo a atenção dos alunos por alguma coisa, os meus "colegas" acham que "finalmente estou aprendendo..." É super difícil lidar com isso tudo no dia a dia.
Beijos pra vc...
Anônimo disse…
CARO LUCAS,

Ficou feio pra você, quem fala o que quer escuta o que não quer...rsrsrsrsrsrsrsrs
Se você não tem como argumentar fique de boca fechada.
Faça como eu, prefiro ler os comentários da Regina e da Giulia, duas mulheres INTELIGENTÍSSIMAS!!!
Unknown disse…
"Vocês são, no fundo, no fundo, um montão de bosta! Valem menos que um caminhão de merda!"

Que forte isso hein?
Acho que já li algo semelhante quando me indignei com esse blog...
Unknown disse…
Ah...e esse povo do blog não tem nada do que reclamar!Quem parte pra ignorância sempre são eles, ofendendo professor a "torto e a direito".
Alguém que defende Regina e Giulia deveria pelo menos se identificar...e não postar como anônimo!
Faça-me um favor viu... Hipocrisia ao quadrado...
Regina Milone disse…
Defender Regina e Giulia?
Colocar as coisas nesses termos é meio ridículo, não acha, Luiz?!
O blog é um espaço pra troca de idéias e não para ofensas ou julgamentos, com acusações e defesas PESSOAIS aqui e ali. Quem está do lado de Fulana e quem está do lado de Sicrana? Quem está contra Beltrano? Ora, faça-me o favor! Isso é muita criancice!!
O problema da Educação no país é seríssimo e complexo. Ver de maneira maniqueísta e simplista não leva ninguém a lugar nenhum. Sou professora também, embora agora não atue (trabalho como orientadora), mas acho fundamental termos auto-crítica se quisermos realmente olhar para todos os lados da questão e, a partir daí sim, buscar soluções.
Por isso acho ótima a iniciativa de Giulia e Vera com este blog, assim como apoio outros blogs que mostram outros lados da questão educacional, vistas por outros ângulos.
Respeito e muito a profissão de professor - esse foi um dos motivos que me levou a ser educadora -, mas não posso concordar com aqueles que não agem com a responsabilidade e o compromisso que a profissão exige, e, infelizmente, esses ainda são muitos...
Além de ser professora, como já disse, tenho 3 irmãs que também são e grandes amigas e amigos também da área. Na minha vida pessoal (além de tudo que procuro estar sempre estudando e aprendendo em cursos e etc.), gosto de TROCAR IDÉIAS com eles, com inteligência e mil questionamentos e não com troca de farpas e ofensas grosseiras como, infelizmente, você, Lucas, fez aqui e você, Luiz, apoiou.
Gente, vamos trocar IDÉIAS e respeitar as diferenças e vivências de cada um!!! Senão nenhuma discussão avançará de forma produtiva e útil pra ninguém!!
Beijos para todos...
Anônimo disse…
Regina
É um prazer ter você aqui pra dialogar com a gente! Você não imagina como é difícil para nós encontrarmos pessoas dispostas a falar honestamente do que ocorre nas escolas! Não para falar mal por falar das escolas mas para buscarmos soluções e ações conjuntas! (que poderia ser até uma pressão maior sobre os órgãos governamentais responsáveis!)
Acaba ficando a impressão que inventamos tudo contra os "pobres professores" em favor dos "desprezíveis alunos sem limite"!
Suas interferências são sempre pertinentes! Obrigada!