Ainda sobre o post de 09/12, O coitadismo do professor, reproduzo uma carta recebida pela Veja após a publicação do artigo Professor não é coitado (leia o artigo aqui http://veja.abril.com.br/gustavo_ioschpe/index_071207.shtml).
Claro que muitos visitantes vão dizer que escolhemos essa carta por estar de acordo com a "posição" do blog...
Mas não. A escolhemos porque retrata uma situação real, que conhecemos de sobra, já que nossos filhos foram vítimas da falta de escrúpulos de profissionais que chegavam atrasados na sala de aula por ficarem batendo papo ou tomarem cafezinho na sala dos professores. É justamente nesse período que acontecem os maiores problemas de "disciplina" dentro das classes: alunos desmotivados que acabam brigando na sala de aula ou no corredor, enquanto o professor não chega... Aliás, esse é um dos maiores problemas da AULA VAGA: muitas vezes os alunos ficam sabendo que o professor faltou somente vinte ou trinta minutos após o início da "aula". Isso não é o cúmulo do desrespeito? E os diretores acham que os alunos devem ficar como santinhos, grudados à carteira, esperando alguém informar que a aula foi "cancelada"???
Essa carta revela também que o problema do absenteísmo do professor é muito mais grave do que mostram os dados oficiais sobre AULAS VAGAS (que finalmente estão começando a aparecer), pois muitos professores assinam o ponto para os colegas e as aulas dadas "pela metade" são registradas como na íntegra...
A carta recebida pela Veja:
Concordo com o seu ponto de vista e acrescento: trabalho há oito anos na Secretaria de Estado da Educação de Sergipe. Exerço a função de pedagogo, no horário noturno - das 18h40 às 22h40. Rotineiramente e diariamente até as 19 horas nenhum professor foi para a sala de aula, ficam na sala de professores batendo papo. Às 22 horas encerram suas aulas. Ou seja, 1 hora e 20 minutos de aula a menos todos os dias. Porém a aula é registrada e assinada como se tivesse sido ministrada na íntegra. Por ocasião de paralisações as aulas são supostamente repostas. O Sindicato, a Secretaria, as diretorias nunca acompanham a efetividade dessas reposições. Nesta época do ano (novembro a dezembro), a evasão é uma realidade cruel. Antes das 22 horas o Colégio já está vazio. (...) Tenho um salário líquido de cerca de 1.000 reais. É pouco? Depende. Não dá para minhas despesas pessoais. Mas estou num país em que o trabalhador recebe um salário de 380 reais para trabalhar oito horas diárias. O coitado sou eu (que trabalho bem menos) ou é esse operário que não teve a oportunidade de trabalhar nas SEED’s espalhadas pelo Brasil? Parabéns pelo artigo, um verdadeiro retrato da nossa educação.
Claro que muitos visitantes vão dizer que escolhemos essa carta por estar de acordo com a "posição" do blog...
Mas não. A escolhemos porque retrata uma situação real, que conhecemos de sobra, já que nossos filhos foram vítimas da falta de escrúpulos de profissionais que chegavam atrasados na sala de aula por ficarem batendo papo ou tomarem cafezinho na sala dos professores. É justamente nesse período que acontecem os maiores problemas de "disciplina" dentro das classes: alunos desmotivados que acabam brigando na sala de aula ou no corredor, enquanto o professor não chega... Aliás, esse é um dos maiores problemas da AULA VAGA: muitas vezes os alunos ficam sabendo que o professor faltou somente vinte ou trinta minutos após o início da "aula". Isso não é o cúmulo do desrespeito? E os diretores acham que os alunos devem ficar como santinhos, grudados à carteira, esperando alguém informar que a aula foi "cancelada"???
Essa carta revela também que o problema do absenteísmo do professor é muito mais grave do que mostram os dados oficiais sobre AULAS VAGAS (que finalmente estão começando a aparecer), pois muitos professores assinam o ponto para os colegas e as aulas dadas "pela metade" são registradas como na íntegra...
A carta recebida pela Veja:
Concordo com o seu ponto de vista e acrescento: trabalho há oito anos na Secretaria de Estado da Educação de Sergipe. Exerço a função de pedagogo, no horário noturno - das 18h40 às 22h40. Rotineiramente e diariamente até as 19 horas nenhum professor foi para a sala de aula, ficam na sala de professores batendo papo. Às 22 horas encerram suas aulas. Ou seja, 1 hora e 20 minutos de aula a menos todos os dias. Porém a aula é registrada e assinada como se tivesse sido ministrada na íntegra. Por ocasião de paralisações as aulas são supostamente repostas. O Sindicato, a Secretaria, as diretorias nunca acompanham a efetividade dessas reposições. Nesta época do ano (novembro a dezembro), a evasão é uma realidade cruel. Antes das 22 horas o Colégio já está vazio. (...) Tenho um salário líquido de cerca de 1.000 reais. É pouco? Depende. Não dá para minhas despesas pessoais. Mas estou num país em que o trabalhador recebe um salário de 380 reais para trabalhar oito horas diárias. O coitado sou eu (que trabalho bem menos) ou é esse operário que não teve a oportunidade de trabalhar nas SEED’s espalhadas pelo Brasil? Parabéns pelo artigo, um verdadeiro retrato da nossa educação.
Comentários
Por exemplo: Na EMEF IMPERATRIZ DONA AMELIA, ficou "determinado"que as aulas iriam até 20/12, mas foi só pra constar, porque a realidade foi bem outra. Duas semanas anteriores a data determinada como início de férias, a nossa diretora orientou os professores a dispensarem os alunos com o seguinte argumento:
As notas estão fechadas e não haverá mais chamada, se vocês quiserem podem ficar em casa, ou então podem vir a escola... Mas, a escolha é de vocês, é de responsabilidade dos pais de vocês...
Sinceramente, qual aluno que após ouvir isso iria à escola?????????
E qual pai ou mãe, ao saberem que não haveria mais matéria enviaria seus filhos pra escola????????
Conclusão: Nessas duas semanas antecedendo o dia 20/12, apareciam na escola, apenas uns "gatos pingados", que eram reunidos em uma única sala, e tinha a supervião de um professor, conforme o revezamento já combinado, e os demais ficavam na sala batendo papo, ou simplesmente iam embora...