Apenas 48% dos jovens brasileiros estudam

Reforçando o fato de que apenas 30% dos jovens matriculados no Ensino Médio conseguem terminar o curso, segue matéria do site www.aprendiz.com.br informando que apenas 48% dos jovens brasileiros estudam e 20% não estudam nem trabalham. Quem ainda acha que a educação brasileira “vai bem” não precisa ler esta matéria. Mais uma vez repito aqui que nosso objetivo não é demonizar o profissional do ensino (não sei porque muitos vestem a carapuça, rsrs), mas conscientizar sobre a gravidade de um assunto que há décadas é empurrado com a barriga pelo governo e pela sociedade.

Quase sete milhões de jovens não têm emprego e estão fora da escola

Contrariando imagens estereotipadas referentes à juventude brasileira, mais de 80% dos jovens desenvolvem alguma atividade considerada legítima e apropriada para a idade: estudam, trabalham ou fazem as duas coisas ao mesmo tempo. Entretanto, quase 20% dos jovens não estudam nem trabalham, o que representa um contingente de quase sete milhões de pessoas entre 15 e 24 anos em situação de elevada vulnerabilidade, de acordo com o Índice de Desenvolvimento Juvenil (IDJ) 2007, estudo que focaliza a situação social e econômica dos jovens do Brasil, divulgado nesta quarta-feira (19), em Brasília.

Aproximadamente 30% dos jovens só estuda, 18% estuda e trabalha, 32% só trabalha, e 20% nem estuda nem trabalha. Os jovens que conciliam trabalho e estudo têm o maior nível de renda e a maior média de tempo de estudo, e isso acontece também com os jovens que somente estudam. A proporção de jovens que concilia trabalho e estudo aumenta com o nível de renda, principalmente para as mulheres.

A construção do IDJ baseou-se em critérios semelhantes aos utilizados pelo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), feito pela Organização das Nações Unidas (ONU), mas adaptando-os de modo a contemplar questões específicas dos jovens na faixa etária de 15 a 24 anos.
O estudo sobre o desenvolvimento juvenil no Brasil foi elaborado pelo sociólogo Júlio Jacobo Waiselfisz, com apoio da Rede de Informação Tecnológica Latino Americana (RITLA), do Instituto Sangari e do Ministério da Ciência e Tecnologia. Trata-se do terceiro relatório sobre o assunto. Os anteriores foram divulgados em 2003 e em 2005.

No campo econômico, foi possível verificar que renda familiar per capita da juventude brasileira caiu entre 2001 e 2003 de 1,46 para 1,31 salário mínimo per capita, o que representa um decréscimo de 10,2%. Já no período seguinte, de 2003 a 2006, a queda foi bem menor: de 1,31 salário mínimo para 1,23, com queda de 6¨%. Com isso a queda da renda acumulada no período analisado foi bem significativa: 15,7%.
Segundo o estudo: a renda média dos homens foi de R$ 442,10, e a feminina foi de R$ 370,10, isto é, os homens recebem 19,5% mais que as mulheres. A distorção não se resume a isso, pois as mulheres com ingressos próprios têm 9,4 anos de estudo e os homens só 8,5. Mas, apesar da maior escolaridade, o ingresso dos homens resulta 18% superior ao das jovens.

O estudo destaca a universalização da TV nos domicílios e a rápida expansão do celular nos lares dos jovens: em 2006 quase 70% contava com um aparelho no domicílio, quando essa proporção, em 2003, foi de só 12,3%. O crescimento nos últimos três anos foi de 462%.
Em relação a presença de computador ou internet nos domicílios, apenas 24,3% dos jovens contavam com o primeiro, e 18,6% com o segundo. O acesso à Internet, de acordo com o estudo, é um fenômeno essencialmente jovem. O pico de utilização é encontrado nos 17 anos de idade, pois 35% dos jovens usaram internet nos meses anteriores à pesquisa. O faixa jovem – 15 a 24 anos – teve um índice de 32,3%. De 25 a 64 anos de idade o índice cai para 18,6%.

Do site Aprendiz - Coluna Imprescindível

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