Maus professores

Finalmente a sociedade acordou para o fato de que existem maus professores, da mesma forma como existem maus médicos, maus engenheiros, maus funcionários públicos etc. etc. O mito do professor “santo” e “mártir” está acabando e o nosso amigo Mauro, do Movimento Comunidade de Olho na Escola Pública, foi um dos primeiros a levantar essa “lebre”, há muitos anos. Leia a carta que o Mauro enviou à Folha de São Paulo e que serviu para alimentar ainda mais a polêmica:

Educação - 06/01/2007(Painel do leitor)
"Todo mundo fala que devemos investir na formação do professor, na capacitação continuada, nas boas condições de trabalho, na boa remuneração, mas não vemos ninguém apresentar soluções para acabar com os ‘maus professores’! A valorização dos bons professores só terá efeito prático se punirmos ou demitirmos os maus professores."
MAURO ALVES DA SILVA (São Paulo, SP)

A carta do Mauro recebeu a seguinte resposta do professor sindicalista Renato Ferreira de Brito:

Educação - 07/01/2008(Painel do leitor)
”Sugiro ao senhor Mauro Alves da Silva (6/1), que cobrou punição aos ‘maus professores’, que procure estudar - isso mesmo, estudar - o conjunto de políticas educacionais implantadas pelas administrações Mário Covas, Geraldo Alckmin, Cláudio Lembo e, agora, José Serra, para verificar como foi se constituindo o atual quadro de crise: o fim do "Centro de Formação e Aperfeiçoamento do Magistério", que formava excelentes professores; o empréstimo de servidores da educação para outros setores, aliado a uma política de não-contratação de novos, prejudicando seriamente o atendimento oferecido aos alunos; e a contratação de professores sem concurso público, dando margem às piores práticas de clientelismo, fora a criação do sistema de "promoção automática", pelo qual o aluno deve ser aprovado mesmo que não tenha condições para sê-lo."
RENATO FERREIRA DE BRITO (Lins, SP)

Leia agora a réplica do Mauro:

Resposta ao leitor-professor-sindicalista da Folha de São Paulo:
"Sugiro ao professor Renato Ribeiro de Brito que deixe de enrolação e responda à pergunta: o que fazer com os maus professores? O professor-sindicalista da Apeoesp (sindicato de professores de SP) acusa os quatro últimos governadores pela atual crise na educação. Esta posição política é respeitável, mas não serve para "desculpar" nenhum "mau-professor" que esteja atuando na escola pública. O fim do Cefam (Centro de Formação e Aperfeiçoamento do Magistério) não explica os 'maus-professores'. Estes já existiam na época do Cefam. A nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei Federal 9394/1996) exige formação em curso superior. O Cefam oferecia formação em nível médio.O desvio de servidores para outros setores é uma questão grave. Temos o caso de 'sindicalista' que compareceu apenas 7 dias na escola durante o ano de 2007. Esse professor-sindicalista é um bom ou um mau professor? O professor-sindicalista deveria denunciar as piores práticas de clientelismo na contratação de professores sem concurso. Enquanto não der "nome aos bois", todos os professores ficam sob suspeita de serem maus professores. A Progressão Continuada foi transformada em ‘promoção automática’ por maus professores que não têm compromisso com o ensino/aprendizagem dos alunos. O professor-sindicalista deveria assistir ao documentário ‘Pro Dia Nascer Feliz’. Nele, uma professora declara que prefere aprovar um aluno ao invés de preencher relatórios para justificar os motivos que levaram à reprovação do aluno... A professora deve provar que houve recuperação paralela e continuada ao longo do ano letivo... Para não confessar a oferta irregular do ensino, o mau professor e a má direção escolar preferem promover o aluno automaticamente!

Finalizando, uma última pergunta de R$ 235 milhões/ano: o professor-sindicalista é contra a punição dos maus professores? (este valor é o custo da substituição dos professores que diariamente faltam às aulas na rede estadual de São Paulo)

Comentários

Anônimo disse…
É isso aí, giulia.
Tive que pesquisar para saber que o tal professor é sindicalista da Apeoesp.

Mudando de assunto: você leu a noticia da condenação da professora italiana que cortou a língua do aluno de 7 anos?
a imprensa brasileira falou em 2 meses de suspensão. Mas, na verdade, foi uma condenação de 2 meses de prisão ("reclusione")!
Tradutore traidore!
você bem que poderia reproduzir e traduzir a notícia do Corriere Della Sera:
Ferì alunno, maestra condannata a due mesi
http://www.corriere.it/vivimilano/cronache/articoli/2008/
01_Gennaio/08sentenza_maestra.shtml

é só por enquanto.

Mauro
Giulia disse…
Oi, Mauro, sabe por que não publiquei a notícia? (Até meu filhote da Espanha me mandou a matéria.) Porque o professor brasileiro ia dizer que esse tipo de coisa só acontece no Exterior, rsrs.
Anônimo disse…
Bingo!!!
Veja o que uma professrinha escreveu no orkut (comunidade Profissão Professora):
"Cynthia
Bom pelo menos quando nos disserem que "No Brasil não se tem justiça", podemos dizer que na Itália também não"

A professorinha nem se deu conta de que a prefeitura de Milão suspendeu a professora italiana imediatamente!

É isso.
Anônimo disse…
EU NÃO ACREDITO QUE, ALGUM DIA, HAVERÁ PUNIÇÃO PARA ESSES 'MAUS PROFESSORES'.

EU NÃO ACREDITO, PORQUE ISSO VEM LÁ DE CIMA!
luciana disse…
como faço para denunciar duas professoras da minha filha?
Hellen Marah disse…
sim infelizmente eles existem eu mesmo sou prova disso eu era uma menina quando sofri horrores nas mãos de uma professora de uma escola publica, e lá se vão 20 anos dos quais até hoje tenho traumas ea Depressão que ainda me acompanha, na época ela nos ameaçava dizendo que era conhecida da diretora da escola e que poderiamos ir até o Secretário da Educação; que quem perderia seria nós (os alunos) nunca ela (afinal nos eéramos o lado mais fraco da corda e tínhamos medo muito medo de deunciá-la) não esqueço das minhas colegas soluçando diante daquele "monstro impiedoso vestido de educadora" ! só quem passa é que sabe, os outros ´não querem comprender, porque não aconteceu com o filho deles !