Gestão democrática na escola


Muitas vezes percebo que estamos pregando no “deserto”, de tanto que batemos sempre nas mesmas teclas. Mas, de vez em quando e muito timidamente, a mídia mostra exemplos que vêm de encontro às nossas propostas. Infelizmente são casos pontuais, que não recebem o aval das Secretarias da Educação, a não ser apoios “entusiasmados” das autoridades de plantão nos telejornais. Falar é muito fácil e estamos cansados de blá-blá-blá!...

É o caso da Gestão Participativa na Escola, assunto que estamos desenvolvendo há pelo menos quinze anos e que está na lei, ou melhor, na Constituição!!! Refrescando a memória, leia aqui nosso “eterno” artigo Gestão participativa na escola: a exclusão da comunidade
http://educaforumtxt.blogspot.com/2007/01/gesto-participativa-na-escola.html

A aplicação das medidas básicas que permitiriam a realização desse processo esbarra no autoritarismo da rede pública de ensino. Quem manda é a corporação, que mantém o cabresto bem apertado. E que os Secretários da Educação, principalmente Maria Helena de Castro e Alexandre Schneider, responsáveis pelas redes do maior estado e município do País, não venham com o argumento de que fazem “o possível” para implantar a gestão democrática em suas redes! A prova cabal do contrário é a seguinte:

Nunca se viu, nos sites das Secretarias Municipal e Estadual da Educação de São Paulo, qualquer incentivo às escolas e, principalmente, aos diretores, para que se realizasse a eleição democrática dos Conselhos de Escola, muitos deles reduzidos a tribunais de exceção para a expulsão de alunos, conforme os inúmeros casos já trazidos aqui no blog.

É isso que não cabe na “cachola” dos nossos Secretários da Educação: em primeiro lugar, é necessário atuar sobre os diretores de escola, garantindo que eles aceitem e apóiem a gestão participativa. Mas, macacos velhos que somos ( rsrs) sabemos muito bem que não é do interesse das próprias Secretarias de Educação a real democratização da rede pública de ensino. Caso contrário, muitos diretores autoritários e até perversos seriam simplesmente demitidos.
Exceções existem e é sempre um prazer vê-las publicadas na mídia. Todas elas provam por A+B que é impossível a gestão democrática numa escola, sem a adesão do diretor. Leiam aqui a matéria da Revista Nova Escola de março, O líder que faz a diferença
http://revistaescola.abril.com.br/edicoes/0210/aberto/mt_271324.shtml
Aliás, também nesses casos, na falta de incentivo oficial, a iniciativa de democratizar a gestão da escola partiu dos próprios diretores...

Destaca-se nessa edição o depoimento do diretor Braz Rodrigues, da EMEF Campos Salles, em Heliópolis, que encontrou uma forma estratégica de “conquistar” a comunidade local: após saber que seria o novo diretor da escola, começou a freqüentar a favela sem se identificar como educador, inclusive pulando o muro da escola para jogar bola junto com outros moradores... Muito admira que ele não tenha sido “escorraçado” pelo antigo diretor, rsrs. Pois é, se fosse do interesse das Secretarias da Educação que as escolas fossem geridas de forma participativa, nenhum diretor de escola precisaria se apresentar como cidadão “comum” para merecer a simpatia dos pais e alunos, rsrs. Que o digam os pais e alunos vítimas das “jararacas” protagonistas dos episódios resumidos aqui
http://educaforum.blogspot.com/2008/02/rainhas-da-cocada-preta.html

Comentários

Ricardo Rayol disse…
por que trazer a população para a gestão da coisa pública já que desviar dinheiro é tão fácil?
Rejane Cenci disse…
Adorei seu blog! é bem dinâmico e interessante. Os assuntos tratados são de extrema relevância e devem ser divulgados cada vez mais...