- por vermos a PM espancando alunos dentro de uma escola. Preocupada apenas com o valor venal do edifício, a sociedade aceita que o prédio, supostamente espaço do saber, seja um antro de lassidão e descaso, onde tudo é possível;
- por vermos esses mesmos alunos, nossos filhos, abandonados dentro de salas de aula sem professor, recebendo a famigerada AULA VAGA, modalidade de ensino em que o Brasil é campeão mundial;
- por uma escola que virou depósito de crianças e adolescentes, não por parte dos pais, que gostariam de ver seus filhos aprendendo, mas de autoridades que largam esses alunos sem ocupação em salas de aula e pátios onde podem brigar, se machucar e ainda apanhar da PM;
- por percebermos que as verbas da educação, em vez de servir para instruir e orientar os alunos no caminho da responsabilidade e da honestidade, são utilizadas para alimentar cabides de emprego que produzem escolas como a depredada, cuja nota do IDESP no Ensino Médio é 0,92;
- por escolas de período integral onde tudo o que o aluno recebe é o dobro de AULAS VAGAS e descaso;
- pelas atitudes e declarações da SEE, que mais uma vez limitou-se a ignorar a lei e a responsabilizar os alunos pelo fracasso da escola, determinando a instauração de mais um tribunal ilegal em que crianças e adolescentes serão, quando não expulsos da escola, pressionados a se tornarem caguetas de seus colegas e a mentirem sobre a violência da PM;
- pela covardia de supostos "educadores" que presenciaram cenas absurdas de violência contra seus alunos e lavaram as mãos, furtando-se ao dever de denunciar as agressões ao Ministério Público e orientar os pais para fazerem exame de corpo de delito;
- pela leviandade da Globo, que forjou flagrantes para demonizar os alunos e aceitou declarações como a da direção da escola, que “não viu” nenhum PM machucar crianças e adolescentes barbaramente agredidos;
- por uma sociedade que encara o vandalismo da classe “docente” em suas manifestações públicas como mero protesto, enquanto coloca mordaça nos alunos e seus pais, que devem engolir a seco uma escola relapsa, incompetente e corrupta.
A rede pública estadual de São Paulo vive um imenso faroeste, onde a Lei e a própria Constituição servem apenas de papel de embrulho.
Leia a íntegra da nota da Secretaria da Educação, publicada em O Globo:
"Sobre a depredação da escola Amadeu Amaral, a Secretaria de Estado da Educação esclarece que pela manhã de hoje (12 de novembro) foi iniciado tumulto após discussão entre duas alunas. Colegas delas se envolveram na discussão e iniciaram a depredação da unidade.
Professores tentaram conter a confusão e decidiram acionar a policia, que chegou ao local e conteve os alunos. A direção da escola informou à Secretaria que os professores não foram acuados pelos alunos. A direção irá identificar os alunos que participaram da depredação e acionará o Conselho de Escola, que reúne pais e educadores, indicando a expulsão e transferência dos envolvidos. Cabe ao Conselho decidir a punição.
Uma equipe da Secretaria irá averiguar os danos causados pelos alunos. Um aluno se feriu levemente, com corte na mão. A direção da escola decidiu suspender as aulas para que os danos sejam avaliados.
A Secretaria lamenta qualquer agressão contra alunos e professores. A direção da escola tomou a atitude correta de acionar a polícia para conter os alunos envolvidos no caso"
Leia agora trechos da matéria publicada pelo CMI, Centro de Mídia Independente, com base em informações da Folha de São Paulo http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2008/11/433457.shtml
Rebelião da Escola Amadeu Amaral: A violencia policial que a mídia escondeu.
"A adolescente T., da 7 serie, de 13 anos, saiu correndo para socorrer a irmã caçula, da 5 serie, de 10 anos, que estava desmaiada. Sentiu o ardor de uma forte cacetada nas costas, desferida por uma policial militar. T. correu, assim mesmo, rumo à classe da irmã. Tomou mais duas borrachadas. No caminho, viu crianças vomitando de medo."
O confronto começou às 9h20 desta quarta-feira (12), quando, sem motivo claro, 30 alunos começaram a destruir a escola. ''Meninos embrulhavam os pulsos em camisetas para estourar os vidros com socos. Cadeiras foram arremessadas do 2º andar, depois de arrebentar as janelas'', contou uma aluna da 7ª série.
O quadro agravou-se porque, dez minutos depois de iniciada a depredação, duas adolescentes, uma de 15 anos e outra de 18 anos, começaram uma briga violenta de unhadas e puxões de cabelos. A rivalidade entre as duas existe desde o início do ano e piorou quando uma acusou a outra de ''prostituta''. Enquanto a destruição se propagava por todo o prédio, os professores, com medo, trancaram-se em uma sala de aula. Não foi a primeira vez que a Amadeu Amaral viu-se às voltas com cenas de violência. Anteontem mesmo, por causa de uma excursão a um museu, quando só uma parte dos alunos foi autorizada a participar do passeio, os excluídos abordaram a vice-diretora, Denise Mayumi Cavali, na hora da saída. Um aluno de 15 anos empurrou a professora contra o portão e xingou-a. Ela teve que pular um muro para fugir.
Fundada em 1909 no largo do Belém, bem em frente à igreja, a escola ocupa um prédio amplo, tombado pelo patrimônio histórico, mas que hoje é usado por apenas 277 alunos, atendidos por 63 professores. É uma das 500 escolas em que a Secretaria de Estado da Educação implantou o regime de turno integral. Alunos entram às 7h e saem às 16h.
''Isso aqui é um fracasso como escola'', diz Neide Catarina Nascimento, 46, cozinheira e mãe de um aluno de 16 anos da 7ª série que ''nunca passa de ano mesmo''. ''Todo mundo tenta transferir os filhos para outra escola, já que nesta ninguém aprende nada.'' Pouco depois, o aluno W., de 14 anos, conta como foi expulso da escola, há três semanas. ''Eu joguei uma cadeira na coordenadora e já bati em vários professores'', diz. Como a dicção do menino é precária, pede-se que ele escreva o seu nome em um papel. Ele não consegue. ''Só sei copiar'', diz. ''Mas sou uma máquina copiadora.''
A evasão na esola é grande. Uma das salas de aula começou o ano com 37 alunos - hoje só tem oito. Na classe de A., 14 anos, 8ª série, a lista de presença cita 24 alunos. Doze ainda vão. Na classe de J. e U., as brigonas da 7ª série, 24 se matricularam. Hoje, oito assistem às aulas. Segundo a Secretaria da Educação, a evasão total neste ano foi de apenas 19 alunos.
Responsável pela operação da Polícia Militar na escola Amadeu Amaral, o capitão Alessandro Marcos de Oliveira disse ontem que os estudantes foram contidos no ''berro''. ''Com a criançada você dá dois ou três berros e eles sossegam um pouco. Se um mais exaltado vem para cima, você berra um pouquinho mais forte e ele pára'', disse o capitão. Mas a versão do capitão não condiz com a versão dos estudantes e professores. A Folha conversou com ao menos 35 alunos e todos afirmaram que a PM utilizou cassetetes para conter o tumulto dentro da escola.
''A PM tratou os alunos como se fosse uma rebelião da Febem'', diz Leandra Firmino, 34, mãe de quatro filhos, três deles alunos do Amadeu. ''Aqui eles não voltam, mesmo que percam o ano.''
Na porta da escola, após a confusão, os jovens mostravam os machucados. L., 15, exibia sangue no peito: ''Fiquei trancado em uma sala, me deram soco e golpe de cassetete. A PM falava que era ela que mandava na escola.'' A estudante T., de 13 anos, que cursa a 7ª série, conta como apanhou dos policiais. Ela estava escondida na sua sala de aula, no segundo andar do prédio da escola, quando colegas vieram avisá-la de que sua irmãzinha, F., de dez anos, da 5ª série, estava jogada no chão de sua classe, inconsciente. ''Desmaiou de medo'', T. explica. A adolescente saiu correndo para socorrer a caçula. Sentiu o ardor de uma forte cacetada nas costas, desferida por uma policial militar. T. correu, assim mesmo, rumo à classe da irmã. Tomou mais duas borrachadas. No caminho, viu crianças vomitando de medo. Viu também a diretora da escola, Maria Regina de Negreiros, subindo as escadas e gritando: ''Não fui eu, não fui eu'', em resposta às perguntas dos alunos sobre se havia sido ela que acionara a PM. Em seguida, a própria Regina desmaiou. Durou dez minutos a ocupação da escola pela PM.
Comentários
Barbara Gancia chamou alunos de escola pública de
BESTAS FERAS.
O Diario de SPaulo disse que na escola são duas facções criminosas iguais aquelas que existem nas peniténciárias entre elas citou
O COMANDO VERMELHO
São facções criminosas que se enfrentam sempre e quebram tudo.
Então os pais é que devem se pronunciar...
Eu sou professora de escola pública
e estou diárimente na escola.Não vejo alunos assim
Tive pequenas diferenças com alunos que as vezes exageram, mas nada que uma boa conversa na sala de aula mesmo não resolva.
Tenho sobrinhos que estudam em escola pública e fico vendo a pacifidade com que os pais leem essas declarações e ficam calados.
Você viu que o Fernando Padula (chefe de gabinete da SEE-SP) vai criar um "manual" para orientar os diretores nos casos de violência escolar?
Será o "Manual do Inquisidor"?
SE PENSAR MUITO TALVEZ MEUS NEURONIOS DERRETAM , É Q JÁ FORAM TORTURADOS DEMAIS , MUITA EXIGENCIA , QUANDO SERÁ Q TEREMOS NOTICIAS BOAS SOBRE A EDUCAÇÃO??
SERIA TÃO BOM POSTAR AQUI NOVIDADES Q PUDESSEM MUDAR O RUMO DE TUDO ISSO.
UMA EDUCAÇÃO COM PRINCIPIOS E VOLTADA PARA A REALIDADE DO MUNDO CAPITALISTA EM Q VIVEMOS SERIA O IDEAL PARA ESSA JUVENTUDE CONTURBADA.
SERÁ Q VIVEREI O SUFICIENTE PARA VER ACONTECER ESSA TAL EDUCAÇÃO IGUALITARIA , PARA TODOS SEM DISTINÇÃO DE CLASSE , COR OU RELIGIÃO?
" QUEM VIVER VERÁ."