Recebemos a seguinte mensagem de uma mãe de aluno da rede privada em Minas Gerais:
Preciso de orientação em uma situação que tenho enfrentado em minha família:
meu filho de 7 anos de idade estava matriculado em uma escola particular na cidade onde moro. Comecei a perceber mudanças no comportamento dele, pois, durante as tarefas, ele sempre repetia: "eu não consigo aprender"; "eu sou burro"; "a professora vai brigar comigo".
Preciso de orientação em uma situação que tenho enfrentado em minha família:
meu filho de 7 anos de idade estava matriculado em uma escola particular na cidade onde moro. Comecei a perceber mudanças no comportamento dele, pois, durante as tarefas, ele sempre repetia: "eu não consigo aprender"; "eu sou burro"; "a professora vai brigar comigo".
Ele também relatou que a professora rasgava as páginas do caderno dele toda vez que ele errava algo. Daí, numerei as páginas do caderno para saber se a informação procedia e, infelizmente, faltavam páginas (ele não tem o hábito de arrancar folhas do caderno). Tentei conversar com a supervisora, mas o que percebi foi o famigerado corporativismo, e ela disse simplesmente que não percebia nada disso e que seria imaginação do meu filho.
Bem, mudei-o de escola nesta última terça-feira (16/03), após 2 meses de convívio com esta "professora". No ato da solicitação de declaração escolar (tinha 2 filhos nesta escola), a diretora de ensino quis conhecer os motivos da retirada de alunos e eu os narrei. Obviamente, ela elogiou bastante a professora (que é esposa de destacada figura política local) e disse que seria imaginação do meu filho e que, se eu o retirasse da escola, ele saberia que consegue me manipular e que eu deveria tomar as rédeas da educação da criança. Sinceramente, preferi nem comentar, tal a ganância capitalista desta instituição, interessada unicamente em aumentar seus erários, a custa de agressões psicológicas de crianças.
Bem, ontem minha sobrinha (que estudava com meu filho) narrou-me mais um capítulo desta história: ela disse que, sempre que meu fillho errava algo, a professora chamava as professoras das salas vizinhas para mostrar o caderno e dizia em alto e bom tom: "Olha aí, está vendo? Eu não disse?" Fiquei furiosa ao saber disso e pretendo acionar o Conselho Tutelar, o Ministério Público, a Secretaria Estadual de Educação e quem mais for de direito. Vou acionar um advogado contra o colégio por danos morais contra meu filho.
Preciso de uma palavra, conselho, sugestão, até mesmo repreensão de vocês. Me ajudem.
Preciso de uma palavra, conselho, sugestão, até mesmo repreensão de vocês. Me ajudem.
Nossa resposta para essa mãe:
Prezada, o que você relata é muito comum! A diferença é que a maioria das mães não tem a coragem e esperteza que você teve, ao buscar os motivos do mal-estar do seu filho. Geralmente, elas o mudam de escola e preferem esquecer o passado.
Seu relato mostra direitinho a mesquinhez e a hipocrisia da escola, sempre tentando acusar as crianças de mentirosas e encobrindo todos os abusos dos profissionais. Você não faz idéia o que se passa na rede pública, onde os profissionais são inimputáveis e os pais não têm o direito de escolher a escola!
Essa escola merece uma intervenção, mas você só vai conseguir isso se convencer outros pais a tirar seus filhos de lá e se unir a você. Infelizmente, uma andorinha não faz verão. Saiba que será difícil conseguir testemunhas, pois, como você mesma disse, o corporativismo é forte e NENHUM funcionário irá arriscar seu emprego. Entre os pais das crianças dificilmente alguém se atreveria a ir contra a escola, por temer represálias contra os filhos, com muita razão, pois nessa idade não sabem contar as formas de perseguição de que são vítimas. Por isso todos os pais denunciantes precisam primeiro mudar seus filhos de escola.
Se você conseguir convencer outros pais (no mínimo três), junte o grupo, dirijam-se primeiro ao Conselho Tutelar, em seguida ao Ministério Público. Por último, com os protocolos em mãos, dirijam-se à Secretaria da Educação e peçam intervenção na escola.
Mande notícias e boa sorte!!
Comentários
Na realidade nós "tamu" td é ferrado!
Desculpe se estou sendo repetitivo, mas eu gostaria que você publicasse esse meu desabafo a respeito da greve dos professores.
Sou professor efetivo e atualmente coordenador pedagógico de Ensino Médio. Sempre me empenhei nas minhas obrigações. Fui aprovado em concurso público ELIMINATÓRIO, na primeira vez em que prestei o concurso. Na época, eu lecionava como professor eventual de Segundas às Quartas-feiras, às Quintas, Sextas e Sábados me dedicava ao meu Mestrado, e aos Sábados à noite e Domingos de manhã, tarde e noite eu ainda trabalhava em uma churrascaria para poder ganhar o dinheiro que eu necessitava para sustento da minha família e para arcar com as despesas do meu Mestrado. Eu esperava o concurso público para poder me dedicar às aulas como professor efetivo e ao Mestrado. Percebe-se que eu tinha pouco tempo para estudar para o concurso, mas eu sempre “arrumava” um tempo quando estava no ônibus, quando ia ao banheiro, durante as madrugadas.... ou seja, me esforcei muito para passar no concurso. Eu tinha poucos “pontos”, por isso não conseguia aulas atribuídas e sabia que para me efetivar, precisaria ter um bom desempenho na prova ELIMINATÓRIA. Consegui. E hoje, apesar de todas as dificuldades, exerço com o máximo afinco minhas obrigações.
Aí aparece a APEOESP, “carregada” de professores que estão na rede há 30 anos e que nunca conseguem passar em concursos. Fico me perguntando: por quê? Talvez porque passem o tempo em politicagem sindical. Estudar mesmo, não os vejo fazer. Ao contrário, os grevistas mais afoitos são professores que eu vejo faltarem a mais da metade das aulas durante o ano todo. São pessoas que eu vejo “fugir” de cursos de atualização. São pessoas que não vejo procurar atualizações.
Percebo que a grande reivindicação dessa greve é o fim das provas para ACT e a exigência de concurso classificatório, para efetivar esses professores que se acomodaram nos “pontos”. Na minha época de ACT, eu não tinha pontuação, somente tinha minha capacidade que não era testada. E eu sei que, se naquela época, houvesse prova pra ACT, eu conseguiria aulas, pois estava sempre estudando e me atualizando, apesar do tempo escasso.
Enfim.... grevistas que acompanham a APEOESP, sejam primeiro bons professores. Façam reivindicações justas. A reivindicação por salário maior é justa, mas percebe-se que isso não está na pauta de preocupação de vocês.
Como mencionei no post anterior, se mais pessoas fizessem isso tudo seria diferente.
Giulia,
Parabéns pelo trabalho.