A escola tabu nº 9 - Só com advogado!


Um professor de uma escola municipal do Rio de Janeiro estava "tapando buraco" de uma aula vaga (substituindo a mulher), quando os alunos começaram um falatório e ele atirou o apagador na cabeça de uma aluna.

Até aí, nada demais, assunto corriqueiro que comprova o fenômeno da aula vaga, que solapa 30% do ano letivo aos alunos e que é "contornado" enfiando nas salas de aula qualquer um que esteja disponível na escola, seja professor de outra disciplina, seja merendeira ou inspetor de alunos, como você leu no post anterior. Outra forma de "contornar" as aulas vagas é passando nas salas de aula fitas de qualquer tipo e origem, mesmo piratas, como por exemplo Tropa de Elite, que foi exibido a rodo para turmas de Ensino Fundamental em 2008 e o caso só veio a público porque uma garota passou mal e alguém chamou a imprensa.

Enfim, é o que chamamos de "faroeste" na educação. O caso acima, do professor que atirou o apagador na cabeça da aluna, também só veio a público porque a mãe da menina trabalha como empregada doméstica para uma advogada, que imediatamente a orientou para fazer um BO e acusar o professor de agressão. Isso é o que a mídia considera NOTÍCIA. Entenda bem: a notícia não é a agressão do professor, isso é coisa de rotina diária que ninguém levaria a sério. A notícia é a mãe ter ido parar na delegacia, coisa que 99,99% das mães não fazem, pois têm a certeza da impunidade do professor e da perseguição que seus filhos certamente sofreriam. Quando a agressão parte do aluno, imediatamente os sindicatos dos professores correm chamar a imprensa, que nunca se recusa a atender...

Esse professor teve azar, pois a mãe da menina trabalha para uma advogada, o que também não significa que todas as advogadas se empenhariam em defender os filhos de suas empregadas que fossem agredidos na escola. Aliás, a maioria dessas mães não se atreveria em incomodar a patroa com uma questão insignificante... Em resumo, este caso é um bom exemplo da "Escola tabu". E essa advogada é um bom exemplo de cidadania, coisa extremamente rara por aqui. Lembram do apelo que Gustavo Ioschpe fez em nível nacional, buscando um advogado que quisesse acionar o Estado para indenizar o aluno que teve seus pulsos fraturados durante uma aula de educação física? Esse garoto não foi socorrido, foi impedido de ligar para a mãe buscá-lo, ainda teve que fazer uma prova escrita e voltar para casa sozinho. NENHUM ADVOGADO, no Brasil inteiro, se dispôs a assumir o caso. A escola continua uma instituição sagrada onde a culpa de tudo é do aluno.

A mãe da aluna tomou a atitude mais apropriada: mudou a filha de escola, para evitar as fatais represálias. A Secretaria da Educação vai abrir uma sindicância-piada, o sindicato dos professores vai alegar que o profissional estava "estressado" e provavelmente conseguir uma licença para o mesmo...

Veja agora e compare os dois vídeos que relatam o caso:




O vídeo acima é da TV Record, que atrapalhou um pouco as informações, já que uma aluna de 11 anos é uma criança, não uma adolescente. Em compensação, o vídeo noticia que a mãe da aluna trabalha para uma advogada, esclarecendo assim o motivo pelo qual o caso veio a público.




Este vídeo é da TV Globo e já vai "sem querer querendo" justificar o professor, pois a sala "deveria estar uma bagunça". A reportagem não informa que o fato ocorreu durante uma aula vaga e que a mãe da aluna trabalha para uma advogada, o que justificou a reportagem. Mais uma vez, a Globo ataca com sua pedofobia.

Alguém tem um palpite sobre como essa história vai acabar?...

Leia agora o comentário da professora Glória Reis:

"Se fosse a aluna que tivesse jogado um objeto no professor, a notícia sairia até no Jornal Nacional e toda a imprensa estaria pregando aqueles horrores costumeiros contra os "menores", e a menina já teria recebido a sua "pena" (que chamam de medida sócio-educativa), no mínimo, "prestação de serviço à comunidade" (art. 112 do ECA).
Mas tratando-se de professor, a agressão será justificada pelo estresse, baixo salário, falta de valorização do "mestre" e todas essas falácias de sempre. Conheço várias vítimas de lançamento de apagador em sala de aula, todas abandonaram os estudos, pois são também vítimas do abandono e da falta de fiscalização nas escolas. Até quando?"

Comentários

Metas - Bernake disse…
Se mais pessoas lutassem por isso!!!

Tudo poderia mudar, os pais são muito relaxados em relação a educação de seus filhos!!!