Ovadas no final da greve, bom exemplo para o aluno!


Se um aluno se atrever a atirar ovos ou qualquer outro objeto na escola, é sumariamente expulso. Para não falar das famigeradas bombinhas de São João: nesse caso, a expulsão é acompanhada de viagem do aluno à delegacia dentro de um camburão. Os casos mais "tenebrosos", esses que além da expulsão valem a execração pública em toda a comunidade, são o roubo, o bullying e colocar fogo na lata de lixo da classe.

Esses "crimes", que pela ordem natural das coisas poderiam ser desculpados nas crianças e adolescentes - seres em formação que necessitam de bons exemplos e modelos - na escola são punidos da forma mais drástica.

No entanto, aqueles que deveriam servir de exemplo aos próprios alunos, pois pela ordem natural das coisas estão suficientemente "crescidos" para comportar-se de forma civilizada, não apenas deixam de receber qualquer punição, como seus crimes não causam qualquer comoção na sociedade...

Professor não é ser humano: é santo, anjo, mártir. Ninguém, na sociedade, se atreve a criticar esse arquétipo da "abnegação".

Então acontecem fenômenos absurdos e descabidos como a greve política que acabou de penalizar o aluno da rede estadual de São Paulo, e a sociedade se faz de morta. O fim da greve foi marcado por ovadas, socos, bombas e outras "amenidades", como você pode ler abaixo na matéria publicada ontem pelo JT.

Professor pode tudo: queimar livros na rua, atirar bombas, invadir locais públicos, brigar à vontade: nada disso abala sua imagem na sociedade. Isso é fruto do extraordinário marketing dos sindicatos da "educação", que conseguiram essa fantástica inversão de valores.

Quando se fala em professor, a imagem evocada é a do coitadinho que se mata para dar conta de uma classe de pequenos demônios. Certamente, não é esse o caso dos grevistas que passaram o dia de ontem trocando ovadas e pontapés. Aliás, muitos sindicalistas nunca pisaram numa sala de aula...

O pior professor, no entanto, nem é o sindicalista: é aquele "dependurado" como um fantasma nos gabinetes da educação e dos políticos, aquele que permite o desvio de verbas das salas de aula - o que constitui ROUBO - aquele que promove tumultos na escola para desviar a atenção de suas FALCATRUAS ou abusos de poder, aquele que MANIPULA os Conselhos de Escola para obter vantagens ou esconder seus desmandos. Enfim, mais uma vez lembramos: os piores professores não estão na sala de aula! E não se esqueça: quando se fala em professor, fala-se também de diretor de escola, coordenador pedagógico, supervisor e dirigente de ensino. Esses também são professores, e sua responsabilidade é maior!


Jornal da Tarde - Sexta-feira, 9 abril de 2010

Professores trocam socos no fim da greve
Assembleia no Masp teve direito a briga, discussão e ovos atirados contra a presidente do sindicato

Luciana Alvarez, Marcela Spinosa
Em assembleia tumultuada, com bate-boca, brigas, ovadas e bombas, professores da rede estadual de ensino decidiram ontem encerrar a greve que já durava um mês. O anúncio veio depois de o governo do Estado informar anteontem que abriria a mesa de negociações caso a paralisação terminasse. Os docentes não tiveram nenhuma das reivindicações atendidas, o que foi motivo de revolta para grevistas contrários ao fim do movimento. Uma nova assembleia foi marcada para 7 de maio.
A Secretaria de Estado da Educação, apesar de não ter divulgado data, informou em nota que irá se reunir com a categoria. Mas adiantou que não aceitará mudanças em leis e programas (leia ao lado). A classe pede, entre outras coisas, 34,3% de reajuste salarial.
Cerca de mil professores, segundo a Polícia Militar, se concentraram no vão livre do Masp, na Avenida Paulista, às 14 horas. “Não há recuo (do movimento). Há o reconhecimento de que alguns professores não podem passar mais de 30 dias em greve porque não terão como colocar comida na mesa”, argumentava Maria Izabel Noronha, presidente do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo (Apeoesp), sobre o carro de som para justificar a importância do fim da greve e a diminuição do número de grevistas.
Os docentes em greve tiveram o ponto cortado e não recebem pelos dias que não foram trabalhar.
Enquanto Izabel era vaiada pelos manifestantes, um grupo de professores concentrados do outro lado da via com um pequeno carro de som tentava convencer os colegas a dar continuidade ao movimento grevista. “Sou a favor da suspensão da greve se o governo negociar. Ele não negociou. Apenas discutiu a possibilidade de rever as faltas”, disse o professor de História de Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, Erlon Chaves, que alugou o veículo sozinho para fazer seu protesto porque “não deixam ele subir no carro da Apeoesp”.
Por volta das 15 horas, os dois grupos se concentraram em frente ao Masp. Professores discutiram e trocaram socos pelo menos quatro vezes durante o ato.
Quando a assembleia começou, às 16 horas, os ânimos estavam contidos. Entretanto, depois que a maioria decidiu encerrar o movimento, houve tumulto. Alguns dissidentes cogitaram virar o carro de som no qual estava a presidente da Apeoesp . “Oposição faz parte da democracia. Não posso impor para a minoria aquilo que a maioria quer”, disse Izabel ao deixar a Paulista cercada de seguranças e com seu casaco sujo por ovos atirados contra ela.
Ela explicou que a principal razão para o fim da greve foi a adesão de grevistas, que caiu. Segundo a entidade, mais de 60% da categoria chegou a aderir à paralisação, mas nesta semana começou a haver um “refluxo”, com professores voltando às salas de aula. A Secretaria da Educação diz que a greve atingiu 1% das escolas.
Segundo a Apeoesp, novas manifestações serão realizadas em frente à sede da pasta, na Praça da República, no Centro, quando houver reuniões de negociações.
Trânsito
As faixas da Paulista, no sentido Consolação, foram bloqueadas por duas horas. O congestionamento chegou a 1,6 km, às 16 horas, segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego, e melhorou às 17 horas, com o fim do ato.

Comentários

Valdecy Alves disse…
Essa forma como a greve chegou ao fim em São Paulo foi decepcionante. Não é exemplo a ser seguido. GREVISTA TEM QUE SABER QUE GREVE É UM CONFLITO SOCIAL PROFUNDO! Se é pra voltar sem nada, então pra que fazer greve? De greve, só volta com algo na mão! OS PRIMEIROS GREVISTAS FORAM ENFORCADOS COMO CRIMINOSSOS PARA GARANTIR O DIREITO DE GREVE! Essa história de voltar da greve para negociar ou porque o salário foi descontado desonra a história e o próprio direito de greve! A SOLUÇÃO FOI VERGONHOSA! MEUS PÊSAMES! Se com um instrumento de pressão poderoso nada conseguiram, vão contar com o que agora? Com a boa vontade do patrão?! ACORDEM!

Leia em meu blog sobre o rombo no regime próprio de previdência dos servidores municipais de Fortaleza:
www.valdecyalves.blogspot.com
Vitor disse…
Um sindicato falido e dirigido por encostados que não pisam em uma sala de aula há decadas só poderia promover esse tipo de festival de horrores. Mas isso só aconteceu porque alguns professores descompromissados deram força à essa palhaçada. Agora só espero que saibam aturar as consequencias.
Metas - Bernake disse…
E pessoal, e o pior é que qualquer sindicato nesse país tem a mesma postura e situação do dos professores!!!!

Apenas repare todos os anos a papagaiada que o sindicato dos Bancários e Metalúrgicos fazem todo o ano.
Anônimo disse…
Isso é culpa dos professores que esses professores tiveram na infância...