A escola que deseduca X - Mais uma do bullying "docente"


Na mensagem que recebemos hoje de uma mãe de alunos fica bem claro o bullying docente de que a filha dela foi vítima logo no início de sua vida escolar. Hoje, aos 15 anos, ela não se recuperou do trauma e corre o risco de ser expulsa por sua "apatia" durante as aulas. E ainda dizem que a escola não deseduca! (Tenho certeza de que vamos receber mais comentários do tipo: essa história não deve ser verídica, rsrs...)

Minha filha tem DDA e sofreu bullying liderado pela professora quando estava no segundo ano primário. Ela colocou apelido de "XXX (nome dela) que não faz nada", "XXX preguiçosa" e agredia ela diariamente. Pegava o caderno dela, andava pela sala inteira mostrando para todos, para humilhá-la. Ela era uma criança hiperativa, alegre, mas naquele semestre passou a ser uma criança totalmente apática. Passava todo periodo da aula debruçada sobre a mesa sem levantar a cabeça. Quando percebemos o que havia de errado, transferimos ela para uma outra escola, mas o trauma já estava instalado. Hoje ela tem 15 anos, até hoje ela sofre de apatia na sala de aula e não conseguimos resolver o problema apesar de nosso empenho, tratamento psicologico e remédios. Hoje, na reunião com a orientadora pedagógica, ela disse que se ela continuar assim, a escola terá que tomar providências pois para os professores é extremamente difícil e não pode ficar nessa situação. Ela não tem NENHUM comportamento delinquente, apenas é apática e não participa nas atividades de aula. A escola pode expulsar um aluno por causa disso?


Leia também o post anterior sobre bullying "docente" clicando aqui.

Comentários

Glória disse…
Giulia, respondi para para o prof. Toninho lá no grupo:

Prof. Toninho
a sua resposta é bem típica de professores de escola pública, sem argumentos pedagógicos e repetindo clichês de um país contaminado pelo preconceito e discriminação, como cito a seguir:
1- os pais pobres são sempre chamados de "alcoolizados".
2- "pais nunca comparecem à escola" (quem gosta de ir à escola só para ouvir falar mal de seus filhos?).
3- "existem bons e maus profissionais em toda e qualquer área" (ninguém diz isso para justificar outros profissionais. Neste caso, não vamos falar mais dos políticos, porque há bons e maus políticos).
4 - Para o aluno, vc disse que foram feitos " diversas ocorrências e chamados, não só para o Conselho Tutelar como tb pra Guarda Metropolitana". Isso aí é escola ou delegacia?
5 - Não precisa de blogs para divulgar "agressões sofridas pelos profissionais da educação" (sic) porque para isso já temos a mídia, os sindicatos, o corporativismo da classe e até as instituições que deveriam defender o aluno.
6 - se a professora que perdeu as estribeiras tivesse falado com educação, tenho certeza que o aluno a atenderia, ela deveria dar o bom exemplo de civilidade.

Nota: sou professora e tb já trabalhei com salas de 45 alunos.

Saudações,
Glória
Rosana Rogeri disse…
Oi, Giulia, já presenciei coisas horríveis na escola e já perdi a paciência e falei bobeira pra aluno também, viu!

Quando eu vejo que magoei, ofendi, peço desculpas, converso, pois eu sei o quanto dói, ouvir agressão de alguém que admiramos tanto, meus alunos até sabem como fazer: a senhora me magoou viu!

Precisamos urgentemente de uma reestruturação desse espaço chamado escola, um passo legal é esse dado aqui no educaFórum. Tem situações insustentáveis, tudo se proíbe, se coíbe, não existe diálogo... acredito que a participação de pais informados e esclarecidos pode ajudar muito e vamos seguir trabalhando...
Giulia disse…
Parabéns pela sua lucidez e honestidade, Rosana. Nós pais também precisamos de educadores como você! Vamos continuar esse trabalho de formiguinhas, aos poucos a mentalidade autoritária que domina nossas escolas deverá mudar.
cremilda disse…
Olha que coisa boa ver o depoimento tão humano e tão decente da Rosana.
Professor erra e erra grandão assim como todo mundo.
Dificil é ter a grandeza e admitir isso.
Bom mesmo ler depoimentos assim
Anônimo disse…
Oi, sou a mãe quem escreveu o depoimento. Obrigada por divulgar nossa experiência.
Apesar de termos condições de pagar escola particular, minha filha quis ser transferida para escola pública, pois achou que a pressão pelo bom desempenho iria diminuir.
Na verdade, tanto as escolas particulares quantos as públicas foram uma decepção para nós. Moramos numa cidade pequena e não temos muitas opções.
Ultimamente a coordenadora pedagógica da escola tem nos ameaçado de denunciar para conselho tutelar. Denunciar o que ? não sei.
A psicopedagoga que está atendendo minha filha solicitou, à direção da escola, um relatório de avaliação do comportamto dela, para que possa auxiliar no tratameto. A escola recusou. A direção disse que os professores são extremamente ocupados.
Esta semana, mais uma vez fui chamada para "reunão" na escola...Estou deprimida. É sempre queixas intermináveis sobre minha filha. Totalmente monólogo. Quando tentamos sugerir algo para que possamos trabalhar juntos, tudo que escuto é -Ah, é difícil, a nos não podemos dar um tratamento escpecial...
A última reunião pedi para que a psicopedagoga participasse junto. Como ela é profissional na área, demonstrou muito mais capacidade de argumentação e conseguimos albumas "promessas" por parte da direção. Só que alguns dias depois falaram que não foi combinada nada daquilo. Parece que apartir da proxima reunião terei que exigir ata.
Giulia disse…
Sim, exigir a ata é fundamental. Infelizmente a preocupação com o aluno em nossas escolas é praticamente nula. Boa sorte para você e sua filha! Mande notícias para o e-mail educaforum@hotmail.com
Giulia disse…
Ah, leia no topo do blog: postei novamente seu caso. Abraço!