Superdotados. O que fazer?


Helena Antipoff (1892 - 1974) foi uma das especialistas que se destacaram pelos seus trabalhos relacionados à inteligência, realizados na França e Suíça, e no Brasil chamou atenção para as necessidades de uma identificação precoce do superdotado e de serviços educacionais para os alunos que se destacavam por habilidades e talentos especiais. Alguns trabalhos realizados pela especialista merecem destaque, pois incentivou melhorias na educação, assim como programas de atendimento ao aluno com habilidades especiais tanto da zona rural quanto da periferia urbana. 
Trecho de Educação e superdotados: uma análise do sistema educacional

A educadora Helena Antipoff já falava em superdotação na década de 20! Ainda hoje, no Brasil, não existe programa pedagógico para permitir o desenvolvimento harmonioso de alunos que se destacam por habilidades e talentos especiais. O mínimo que o país poderia fazer, para não prejudicar tanto esses cérebros privilegiados, é permitir que ao menos pudessem frequentar o ano escolar adequado ao seu desenvolvimento. Mas não!

Este blog chato registra os dias e até as horas que os pais e alunos perdem em intermináveis idas e vindas na busca de seus direitos. Vamos contar as novidades do caso da menina Valéria, cuja história narramos no post O Brasil jogando cérebros no lixo.

Bom, a história havia parado na quarta-feira dia 16, com a visita à Subsecretaria da SEE, no gabinete do Prof. José Benedito. Na sexta-feira dia 18 os pais da Valéria foram ao Conselho Estadual da Educação, para reunião agendada às 10:00, que deveria ser com a conselheira Neide, mas foram atendidos por uma (?) chamada Ivana, que os recebeu no saguão e já foi declarando que nada poderia fazer.

Voltamos a cobrar uma atitude do Prof. José Benedito, que pediu aos pais irem à Diretoria de Ensino, para "resolver" junto à dirigente Maria Lígia.

Na segunda-feira dia 21 os pais foram à DE Sul 2 e ouviram da dirigente que a única coisa que poderia "resolver" seria um laudo de superdotação da menina, emitido por um profissional da psicologia. Cabe agora a seguinte pergunta: que tipo de avaliação poderia ser mais confiável do que o teste de prontidão para o 2º ano, que a aluna fez sob pressão psicológica na própria escola, e no qual teve 100% de acertos??? Como se a aluna quisesse ir para a faculdade e não para o 2º ano do Ensino Fundamental!!!

Cabe mais uma pergunta superimportante: por que a escola mandou a aluna fazer o teste, de pelo menos 10 páginas, SE SUA RECLASSIFICAÇÃO NÃO SERIA ACEITA? Seria talvez para dar uma "lição de moral" aos pais, mostrando-lhes que sua filha não teria condições de passar para o 2º ano? Seria por isso que, durante o teste, a menina foi acompanhada pela mesma "leoa de chácara" que a arrastou escada acima e a traumatizou chamando-a de "adiantada"? Suspeitamos que essa figura tenebrosa da EE Rev. Prof. Manoel da Silveira Porto Filho, de nome Sonia e cujo cargo até agora não foi esclarecido, pretendeu assim intimidar a aluna, na esperança de que ela não passasse no teste e a família ficasse desmoralizada, quem sabe até tirando a menina da escola... Assim o problema seria resolvido!!! Mas, infelizmente para a tal figura, Valéria acertou 100% das perguntas, mesmo sob pressão.

Bem, inconformados, na terça-feira dia 22 os pais foram junto com a Cremilda procurar o Defensor de Direitos da Criança e do Adolescente, Dr. Flávio Frasseto. Muito gentilmente, ele esclareceu que a Diretoria de Ensino teria solicitado o laudo de superdotação como uma forma de "se calçar juridicamente", caso "alguém" viesse a contestar a reclassificação da menina. Quem seria esse alguém? A Presidenta Dilma?... Quem contestaria um teste de mais de 10 páginas com 100% de acertos e letra perfeitamente harmoniosa, feito por uma menina de 6 anos sob a pressão de uma "leoa de chácara" que torcia pelo fracasso dela?

Não sabemos quantos dias de trabalho e de sufoco os pais dessa aluna ainda vão perder atrás de um laudo de "superdotação", dado por um profissional que dificilmente vai fazê-lo de graça e provavelmente vai exigir uma série de exames... Esperamos que, ao término dessa "novela", o Dr. Flávio Frasseto seja mais objetivo e resolva cobrar, para essa criança e seus pais, danos morais por todo o constrangimento, tempo e dinheiro perdidos em busca de algo óbvio e devido. Esse dinheiro não vai recuperar nada do que a menina perdeu, mas talvez abra um precedente para que outras crianças com habilidades e talentos especiais não tenham que passar pela mesma via crucis.

Comentários

cremilda disse…
Giulia
Pena que eu só lí esse seu texto agora.
As 15 horas eu fui no Palácio do Governo e protocolei um segundo documento dando as "novidades" desse caso da Valéria, e cobrando o andamento do primeiro.
Pena que senão eu teria protocolado o seu também. Sempre é tempo, se amanhã não houver uma novidade, vou ver se volto lá segunda e protocolo o seu.
Deixei também na Rádio Bandeirantes, é caminho. Deixei as cartas na Bandeirantes e de lá que é pertinho fui até o Palácio.
Vamos ver agora se consigo falar com Dr. Kfouri para marcar uma reuniao na OAB. Levaremos todos os casos da Sul 2, sei que mudar a dirigente não vai adiantar, mas pelo menos se ela sair dá um alô para quem fica.