Minecraft como ferramenta de aprendizagem




A Folha de São Paulo de hoje noticia que o jogo virtual Minecraft está sendo usado como ferramenta de ensino em um pequeno, mas significativo numero de escolas ao redor do mundo. Isto nos lembra a recente história do Christian, um garoto brilhante que aprendeu sozinho a navegar pelo Minecraft e com ele construiu para si um mundo de conforto e aconchego, após ter sido "gentilmente" convidado a se retirar da escola Rudolf Steiner, uma renomada unidade da pedagogia Waldorf. Aos 12 anos, Christian ainda não estava alfabetizado e a escola julgava não poder fazer mais nada por ele. Pois é, escola particular não expulsa, convida a se retirar, mas o empurrão é firme e certeiro! Até então, Christian dormia na classe, incapaz de assimilar aulas certamente maçantes e repetitivas para sua inteligência brilhante. O aluno sonolento e sonhador revelou-se porém um estudante participativo e interessado quando mudou para a Lumiar, a escola fundada por Ricardo Semler, aquele que "virou a propria mesa" e com isso também ajudou crianças e adolescentes desprezados por escolas limitadas e pouco compromissadas com seus alunos. Certamente foi no Minecraft que Christian encontrou um refúgio para se proteger do abandono e manter sua autoestima minimamente elevada, além de alimentar sua mente sedenta de desafios. Para os que não o conhecem, o Minecraft é um jogo sofisticado e inteligente, com recursos ilimitados, mas só para quem se aventura nele com criatividade e espirito empreendedor. Isto demonstra quanto potencial humano as nossas escolas costumam desperdiçar, ao focarem apenas no adestramento de seus alunos, em lugar de despertar neles o prazer do conhecimento e a satisfação do aprendizado, acompanhando os tempos e adequando-se às descobertas da ciência e da tecnologia.

Parabéns, Christian, você foi pioneiro no uso do Minecraft como ferramenta de aprendizado e descobriu isso sozinho! Um jogo virtual, daqueles muitas vezes desprezados por supostos educadores, teve para você maior utilidade do que os anos em que foi obrigado a esquentar uma carteira escolar, forçado a aprender um be-a-ba que não lhe fazia o menor sentido.

Comentários

Giulia disse…
Respondendo a um internauta (por sinal, muito educado) que não conseguiu postar seu comentário aqui: não temos nada contra a escola "convencional" (carteiras enfileiradas e lousa), desde que ela seja atraente. Um professor vocacionado e entusiasmado consegue fazer milagres até com giz e lousa. O que questionamos aqui é a escola pobre e desestimulante - pior, a escola que não consegue conceber outra forma de ensinar do que martelando informações na cabeça dos alunos, sem perceber quando isso não dá certo. Infelizmente, muitas vezes "dá certo", ou seja, a escola consegue "domesticar" seus alunos, que porém perdem a curiosidade natural e com isso a vontade de aprender, limitando sua inteligência ao que foi "dado" na escola. Essa é a escola que não percebe seus limites e nada faz para superá-los, tachando de burros ou limítrofes os alunos que fogem a esse padrão. Quanto aos comentários, deixamos mais uma vez claro que só são publicados os educados, sem palavras de baixo calão, sarcasmo ou tendenciosidade.
Beatriz Gerber disse…
Meu filho, por motivos aliados ao TDA ou mesmo por ter entrado na escola um ano antes do que deveria, por avaliação da escola enfim... mesmo tendo sido comunicado por mim ANO A ANO sua defasagem com a classe ele foi levado aos limites da loucura.
Inteligente, amoroso, amigo de todos e amava a escola ... era só adaptar meu filho a sua série EMOCIONAL, visto que esta escola prega que os alunos devam entram um ano mais tarde do que as outras escolas, fato não levado em consideração com ele. Paralelo a isso nunca me neguei a fazer tudo o que foi pedido nas ajudas extra curriculares... mas o tempo que é implacavel fez meu filho crescer...e ele passou a ter VERGONHA de sua DEFASAGEM... AUTO ESTIMA, LIDER DOS AMIGUINHOS , AUTO CONFIANÇA...e finalmente a escola mandou o CONSELHO TUTELAR falando que eu me negava a leva-lo para a escola. E isso só foi desfeito pela SECRETARIA DA EDUCAÇÃO . Meu filho nesse ano chegou a falar : Mãe Deus esqueceu de nós né? .... Enfim se uma escola abre suas portas ela tem obrigação em saber ouvir a familia, ver nosso histórico familiar, e saber trabalhar porque é por isso que estão lá, que recebem. E não venham errar durante anos para depois USAR a lei para nos coagir. TUDO FOI UMA VERGONHA e que não foi esquecida como nunca será.... E tem mais essa não é uma escola comum quem opta por ela opta por um conceito de vida e o que eles fazem no insucesso deles: JOGAM AS CRIANÇAS NQ RUA e nunca mais perguntam se a criançça esta bem. UMA VERGONHAAAAAA
Giulia disse…
Lindo seu comentário, Beatriz! O tempo porém sabiamente demonstrou que essa escola era inadequada para seu filho, que merece mais do que a mediocridade geral. Agora ele encontrou uma escola que percebeu e soube aproveitar seu potencial. Parabéns a você e a seu filho por terem conseguido suportar as ofensas e insinuações de uma escola que sempre tentou responsabilizar a família por suas próprias falhas! A melhor coisa que você pode fazer é esquecer mesmo tudo isso, essa escola não merece tanta atenção...
Joana dos Santos disse…
Como podem falar isso da escola Rudolf Steiner, que tem uma pedagogia moderna e voltada para o desenvolvimento do ser humano? Meu filho e muitos outros foram felizes nessa escola.
Giulia disse…
Oi, Joana, se trata aqui de uma situação real, que não ocorreu somente com o menino Christian! Sempre investigamos antes de publicar algum assunto e houve diversos outros casos de expulsão daquela escola. A palavra expulsão costuma ser considerada muito forte, mas não estamos aqui para colocar panos quentes na situação, pois estamos carecas de publicar casos de expulsão de alunos, tanto da rede pública, quanto da particular. A única diferença é que a rede pública expulsa abertamente e a particular tenta dar um ar politicamente correto à situação, alegando que seria melhor a criança estudar em outra escola, pois lá ela não se sente bem, bla bla bla... Portanto, não se trata de um caso isolado, nem na Rudolf Steiner nem em outras escolas. Agora a situação se agravou de forma geral, pois a inclusão é uma realidade e a maioria das escolas não se adequou. Educação é assunto sério e a escola que não se atualiza vai perdendo a credibilidade.
Aline disse…
Entendo o constrangimento da família ao receber o tal "convite". Porém, a família não tinha notado que o problema poderia ser a escola? Acho normal que pessoas diferentes se adaptem a métodos de ensino diferentes, e o desânimo com a escola é um dos sintomas. O sistema Waldorf, p. ex., pode servir para mim, mas pode ser sinônimo de frustração para os meus filhos. Eu, como mãe, tenho dever de observar e testar todas as possibilidades e a escola também cumpre seu papel ao conversar honestamente e dizer que a criança não está se adaptando, mesmo que isso incomode a família (principalmente se a família está pagando pela escola: quem quer pagar para seu filho ser infeliz?). Para acionar o conselho tutelar, no entanto, a escola tem que ter feito algumas tentativas de contato POR ESCRITO (carta registrada) sem ter obtido retorno da família. Caso contrário, a família pode acionar a justiça.
Que sirva como exemplo para escolas agirem dentro das leis e para pais observarem seus filhos e não terem receio de mudá-lo de escola quantas vezes for preciso, até encontrar um lugar a que se adaptem e se desenvolvam de forma plena.
Beatriz Fleury Gerber disse…
Aline para o teu conhecimento não existe lei com as escolas e sim, ano a ano eu me comuniquei com a escola ANO A ANO pedindo que ele fosse para classe correta e fazendo as terapias que a escola pedia e tinha a certeza da escola que tudo iria se resolver. Agora o que fico impressionada nesse pais é como colocam em cima da família uma competência que não é dela e principalmente em cima da mãe. A escola errou, mentiu e agiu de forma ineficaz e contra fatos não existe argumentos. E para conhecer melhor nosso sistema de ensino, depois da Steiner pensa que as outras escolas o aceitaram? Não. A vida não se passa nas linhas estáticas da logica.