Educadora nota dez


Resumimos aqui o sensacional comentário do Mauro Alves da Silva, postado ontem no blog da Cremilda, sobre caso publicado na Folha de São Paulo de 19/10/06:

Diretor é demitido do cargo após seu subordinado aplicar castigo coletivo em 110 alunos com idades entre 11 e 14 anos...

NÃO. NÃO SE TRATA DE UM DIRETOR DE ESCOLA.
NÃO. O SUBORDINADO NÃO ERA UM PROFESSOR.
NÃO. OS ALUNOS NÃO ERAM DE UMA ESCOLA PÚBLICA.
NÃO. O ABUSO NÃO FOI DENUNCIADO PELOS PROFESSORES.

O caso é o seguinte: um guarda municipal da cidade de Amparo-SP, sob a alegação de estar procurando quem atirara uma pedra em seu colega, ordenou a 110 alunos do SESI (de 11 a 14 anos) que se ajoelhassem sobre pedriscos para serem interrogados. Os garotos estavam indo assistir uma peça de teatro.

"Cala a boca todo mundo. Ajoelha e põe as mãos pra cima."

E como acabou a história (que foi filmada atráves de um celular)? Acabou quando a atriz Arminda Riolo entrou na cena dizendo: "Você não pode fazer isso, eles são menores, estão todos de uniforme. Saia daqui agora", rememora uma aluna. O guarda valentão saiu.
Nota dez para a atriz, uma verdadeira educadora, já que a educação se dá pelo exemplo.
A aluna? Bem, agora quer ser atriz quando crescer.

Nosso comentário: talvez, se algum dos professores presentes tivesse tomado a nobre atitude da atriz, os alunos quisessem ser professores quando crescessem...

Leia mais:
Diretor da Guarda Municipal de Amparo é afastado (Folha Online, 20/10/2006)"
Polícia vai analisar gravação de celular que flagrou castigo (Folha Online, 20/10/2006)

Comentários

Ricardo Rayol disse…
Caraca, isso não é possível. Me lembra os velhos tempos da ditadura quando esse tipo de sujeito se achava acima da lei. FDP.
Ricardo Rayol disse…
E como é que se consegue esse banner maneiro ao lado?
Giulia disse…
Não só é possível, como foi para o jornal. Impressionante foi a atitude de omissão dos professores que estavam levando as crianças. Se não fosse a atriz...
Quanto ao disco voador, posso te mandar o arquivo, se quiser. Eu copio e colo toda vez, pois não sei fixar ele no topo do blog, hehe.
Anônimo disse…
Giulia,

A própria Arminda Riolo entrou em contato e fez uma correção:
"... O acontecido foi registrado por uma máquina fotográfica digital.
Mais cultura e Ignorancia zero, vamos cobrar das autoridades suas responsábilidades, para que possamos realmente diminuir a vulgaridade do mundo!!!!!".

Aproveito para chamar-lhe a atenção para o nome correto da atriz de Amparo-SP: ARMINDA (com "i").

Quem quiser ver o perfil da atriz, basta entra no orkut.com
http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=6344351353929050750
Giulia disse…
Obrigada pelas dicas, Mauro! Vou dar os parabéns para ela.
Anônimo disse…
Gostei também da atitude do prefeito de exonerar o comandante responsável pela guarda. É este o caminho: cobrar das autoriadades competentes. Se cada diretora onde houvesse um episódio de desrespeito e abuso contra a criança, fosse despedida, exonerada, os desmandos cessariam... Bastaria uma só, as outras mudariam, num passe de mágica.
Giulia disse…
Você está me assustando, Glória! rsrs Então, a única maneira de "educar" esses "educadores" é a linha dura?
Anônimo disse…
E aí, Giulia. Quando passar na banca, pegue a revista que eu falei e leia a página 43. Com certeza vai lembrar de uns tempos bem bacanas hehe. Bem, o estudo sobre a progressão continuada vai ter de esperar um pouco hehe. abs
Anônimo disse…
Giulia, cobrança é algo normal, normalíssimo... Acontece em todas as instituições sérias. Só que, como sói (acho esse verbo tão bonitinho) acontecer, na educação, qualquer cobrançazinha pro lado da corporação, muda de nome e chamada de "linha dura"... Pois é, não defendem tanto limites e linha dura para as crianças?
Anônimo disse…
Glória,

É isso mesmo, cheguei à conclusão que só vamos avançar a partir do momento que os pais tem amplo accesso à assistência jurídica provida gratuitamente pelas autoridades e andam pela escola não com uma vassoura/brocha embaixo do braço, mas com a constituição, o ECA e todas as leis do ensino. Por isso fiz questão de tentar colocar no artigo *com apoio incondicional, INCLUSIVE JURÍDICO*, mas Giulia é muito boazinha e cortou...hehehe
Giulia disse…
Querida Caroline, você sabe quanto te estimo e fiquei muito balançada para incluir o "inclusive jurídico", mas acho que a paulada já ficou de bom tamanho e a gente precisa ir um pouco mais devagar, para não arrumarmos mais inimigos do que já temos... Queremos abrir e não fechar portas. Se isso acontecer, aí sim, poderemos falar tudo com todas as letras.