Você que leu nosso post Luto na educação
http://educaforum.blogspot.com/2007/09/luto-na-educao.html, de 03/09, vai gostar de saber que os pais da escola retratada tiveram finalmente a coragem de enfrentar as "feras" da Secretaria Municipal de Educação. Hoje os acompanhamos à SME e ficamos satisfeitos com a presteza do atendimento e o compromisso assumido pela assessoria do Secretário Alexandre Alves Schneider, no sentido de apurar os fatos e tomar providências imediatas.
A gota d´água que levou esses pais a visitar a Secretaria foi a exibição da fita pirata Tropa de elite para uma classe de 6ª Série, além das represálias que estão sofrendo seus filhos, depois de formalizarem as denúncias anteriores à Coordenadoria de Ensino.
Como você leu no post abaixo, o filme Tropa de elite é proibido para menores de 16 anos e foi exibido para crianças de 11 - 12 anos! No caso da escola estadual de Santo André, a turma era de 8ª Série e mesmo assim uma aluna precisou ser socorrida por passar mal durante a exibição. Imagine então o efeito desse filme em crianças ainda menores! Aliás, independentemente de ser proibido para menores e tratar-se de fita pirata, você concordaria que a escola do seu filho passasse esse filme em sala de aula?...
Demos um voto de confiança ao novo Secretário Municipal da Educação, que aliás, através da mídia, chegou a convidar os pais de alunos a levar seus problemas e denúncias à SME. Pedimos também à assessoria que o Disk-denúncias seja reativado, a fim de que os pais possam voltar a ter esse canal de comunicação.
Os pais que tiveram a coragem de manifestar-se estão de parabéns, pois sabemos quantas humilhações sofreram para que se calassem diante do autoritarismo e arrogância da direção da escola e da Coordenadoria de Ensino. Ainda existem tantas escolas públicas "de faroeste" neste país porque a corporação consegue calar os pais hostilizando, humilhando e constrangendo seus filhos. No dia que os pais aprenderem a enxergar nos profissionais da educação SERVIDORES que devem prestar-lhes contas, essa situação caótica começará a mudar.
Esperamos que o ato de coragem desses pais e a acolhida da SME estejam finalmente marcando uma nova fase de abertura na rede pública de ensino. Escola aberta para a comunidade?... Uma falácia!
Se você tiver adivinhado o nome da escola, ganhou um pirulito, rsrs! Mas você já sabe que aqui divulgamos o nome das escolas somente após a solução dos problemas ou quando temos certeza de que falta boa vontade para resolvê-los.
Comentários
Seu secretário preste bem atenção em nossas escolas, rola muita sujeira, principalmente em relação a APM e conselho de escola algumas escolas é a mais pura FACHADA,nós pais estamos de olho.
O filme ,não assisti, porque ainda nao passou, oficilamente nos cinemas.
Escola é um local de educação e discussão,mas sempre apropriado para as idades em questão.
Eu não tenho site, entao só posso declarar meu nome.
Maria Padilha de Albuquerque
Realmente, Giulia, você tem razão, escola aberta para a comunidade é pura falácia!
Porque se você soubesse não teria tido tamanha besteira...!!!
Que tristeza!
Esse blog é ótimo, não é mesmo!
O seu jeito de falar, mais parece com um adolescente revoltado...rsrs
Você deve ser muito infeliz... Que dó!
Aqui é assim mesmo! Argumentou contra o que elas ( ou seus coadjuvantes) escrevem, levou pau na moleira...se é rotulado ou de revoltado, ou de mau profissional, ou infeliz,sindicalista infiltrado e por aí vai...
Então entendam de uma vez por todas: aqui, ou se dança como elas tocam ou então: FORA!
Lastimável...um espaço que tinha tudo pra dar certo!
O inocente consumidor de maconha, sentindo-se conectado com a natureza ou com a leveza espiritual, ou o alto executivo que consome cocaína são apresentados também como sócios do tráfico --e com razão.
É fácil apenas culpar o governo, a polícia, os traficantes, e assim
por diante. Mais difícil é nos culparmos --e, aí, está um dos
problemas brasileiros. A culpa é sempre dos outros. Vejamos:
Muito mais do que as drogas, o que mais mata no Brasil é o álcool, uma
das causas das cem mortes diárias e mais de 100 mil feridos por ano no trânsito. Nem os publicitários nem os veículos de comunicação que
exibem os anúncios de cerveja, com sedutores apelos, se sentem
minimamente responsáveis por essa tragédia. A culpa? Só do governo.
Um motoboy morre por dia apenas nas ruas da cidade de São Paulo (e
mais 25 por dia ficam feridos). Isso porque contratam-se empresas
irresponsáveis de entrega. Mesmo sabendo que já existe um selo de
qualidade para motofrete. A culpa? Só do governo.
As pessoas emporcalham as ruas com lixo apenas porque não têm lugar e paciência de jogá-lo em algum lugar apropriado. Madames não se
incomodam que seus cachorros façam das calçadas banheiros. A culpa? Só
do governo, que não limpa as ruas.
O governo sobe os impostos sem parar assim como contrata novos
funcionários públicos sem parar. Pouco se faz contra essa extorsão.
Nem mesmo sabemos como o orçamento é feito. De quem é a culpa? Do
governo.
Deputados, senadores, vereadores cometem crimes e fazem negociatas,
mas pouco acompanhamos seus mandatos. Durante a campanha, preferimos o show do marketing à análise de propostas. Até nos esquecemos em que votamos. De quem é a culpa? Dos políticos.
Não quero deixar, claro, de responsabilizar os governos. Mas apenas dizer que, num mundo civilizado, todos deveriam saber não só quais são seus direitos mas também seus deveres. Isso é o básico de cidadania, cuja discussão o filme, através da droga e da violência, lança com
alto teor pedagógico --portanto, deveria ser obrigatório na escolas.
É um bom debate para que saiamos dessa adolescência da cidadania, com muitos direitos e poucos deveres.
Assim como é obrigatório pensarmos que, no futuro, a droga não será um
problema de polícia, mas apenas de saúde pública. Não sei se a
repressão não acaba fazendo mais mal do que bem no combate ao vício.
Gilberto Dimenstein, 48,
Fazer uma criança assistir um filme, alegando que ela deve ver a realidade nua e crua é o mesmo que tirar de um bebê sua mamadeira e dar-lhe uma feijoada... Tenha dó, né!
O senhor chama isso de preparar uma criança para a vida???
E agora povo?
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Tropa de Elite: A CRIMINALIZAÇÃO DA POBREZA!
TROPA DE ELITE:
A CRIMINALIZAÇÃO DA POBREZA!
(Ivan Pinheiro)
"Homem de preto.
Qual é sua missão?
É invadir favela
E deixar corpo no chão"
(refrão do BOPE)
Não dá cair no papo furado de que "Tropa de Elite" é "arte pura" ou "obra
aberta". Um filme sobre questões sociais não podia ser neutro. Trata-se de
uma obra de arte objetivamente ideológica, de caráter fascista, que serve à
criminalização e ao extermínio da pobreza. É possível até que os diretores
subjetivamente não quisessem este resultado, mas apenas ganhar dinheiro,
prestígio e, quem sabe, um Oscar. Vão jurar o resto da vida que não são de
direita. Aliás, você conhece alguém no Brasil, ainda mais na área cultural,
que se diga de direita?
Como acredito mais em conspirações do que no acaso, não descarto a hipótese
de o filme ter sido encomendado por setores conservadores. Estou curioso
para saber quais foram os mecenas desta caríssima produção, que certamente
foi financiada por incentivos fiscais.
O filme tem objetivos diferentes, para públicos diferentes. Para os
proletários das comunidades carentes, o objetivo é botar mais medo ainda na
"caveira" (o BOPE, os "homens de preto"). O vazamento escancarado das cópias
piratas talvez seja, além de uma estratégia de marketing, parte de uma
campanha ideológica. A pirataria é a única maneira de o filme ser visto
pelos que não podem pagar os caros ingressos dos cinemas. Aliás, que
cinemas? Não existe mais um cinema nos subúrbios, a não ser em
shopping, que não é lugar de pobre freqüentar, até porque se sente excluído
e discriminado.
No filme, os "caveiras" são invencíveis e imortais. O único que morre é
porque "deu mole". Cometeu o erro de ir ao morro à paisana, para levar
óculos para um menino pobre, em nome de um colega de tropa que estava
identificado na área como policial. Resumo: foi fazer uma boa ação e acabou
assassinado pelos bandidos.
Para as classes médias e altas, o objetivo do filme é conquistar mais
simpatia para o BOPE, na luta dos "de cima", que moram embaixo, contra os
"de baixo", que moram encima.
Os "homens de preto" são glamourizados, como abnegados e incorruptíveis.
Apesar de bem intencionados e preocupados socialmente, são obrigados a
torturar e assassinar a sangue frio, em "nosso nome". Para servir à "nossa
sociedade", sacrificam a família, a saúde e os estudos. Nós lhes devemos
tudo isso! Portanto, precisam ser impunes. Você já viu algum "caveira" ser
processado e julgado por tortura ou assassinato? "Caveira" não tem nome, a
não ser no filme. A "Caveira" é uma instituição, impessoal, quase secreta.
Há várias cenas para justificar a tortura como "um mal necessário". Em
ambas, o resultado é positivo para os torturadores, ou seja, os torturados
não resistem e "cagüetam" os procurados, que são pegos e mortos, com
requintes de crueldade. Fica outra mensagem: sem aquelas torturas, o
resultado era impossível.
Tudo é feito para nos sentirmos numa verdadeira guerra, do bem contra o mal.
É impossível não nos remetermos ao Iraque ou à Palestina: na guerra, quase
tudo é permitido. À certa altura, afirma o narrador, orgulhoso
: "nem no exército de Israel há soldados iguais aos do BOPE".
Para quem mora no Rio, é ridículo levar a sério as cenas em que os "rangers"
sobem os morros, saindo do nada, se esgueirando pelas encostas e ruelas, sem
que sejam percebidos pelos olheiros e fogueteiros das gangues do varejo de
drogas! Esta manipulação cumpre o papel de torná-los ainda mais invencíveis
e, ao mesmo tempo, de esconder o estigmatizado "Caveirão", dentro do qual,
na vida real, eles sobem o morro, blindados. O "Caveirão", a maior marca do
BOPE, não aparece no filme: os heróis não podem parecer covardes!
O filme procura desqualificar a polêmica ideológica com a esquerda, que
responsabiliza as injustiças sociais como causa principal da violência e
marginalidade. Para ridicularizar a defesa dos direitos humanos e escamotear
a denúncia do capitalismo, os antagonistas da truculência policial são
estudantes da PUC, "despojados de boutique", que se dão a alguns luxos, por
não terem ainda chegado à maioridade burguesa.
Os protestos contra a violência retratados no filme são performances no
estilo "viva rico", em que a burguesia e a pequena-burguesia vão para a orla
pedir paz, como se fosse possível acabar com a violência com velas e roupas
brancas, ou seja, como se tratasse de um problema moral ou cultural e não
social.
A burguesia passa incólume pelo filme, a não ser pela caricatura de seus
filhos que, na Faculdade, fumam um baseado e discutem Foucault. Um
personagem chamado "Baiano" (sutil preconceito) é a personificação do
tráfico de drogas e de armas, como se não passasse de um desses meninos
pobres, apenas mais espertos que os outros, que se fazem "Chefe do Morro" e
que não chegam aos trinta anos de idade, simples varejistas de drogas e
armas, produtos dos mais rentáveis do capitalismo contemporâneo. Nenhuma
menção a como as drogas e armas chegam às comunidades, distribuídas pelos
grandes traficantes capitalistas, sempre impunes, longe das balas achadas e
perdidas. E ainda responsabilizam os consumidores pela existência do tráfico
de drogas, como se o sistema não tivesse nada a ver com isso!
O Estado burguês também passa incólume pelo filme. Nenhuma alusão à ausência
do Estado nas comunidades carentes, principal causa do domínio do
banditismo. Nenhuma denúncia de que lá falta tudo que sobra nos bairros
ricos. No filme, corrupção é um soldado da PM tomar um chope de graça, para
dar segurança a um bar. Aliás, o filme arrasa impiedosamente os policiais
"não caveiras", generalizando- os como corruptos e covardes, principalmente
os que ficam multando nossos carros e tolhendo nossas pequenas
transgressões, ao invés de subirem o morro para matar bandido.
A grande sacada do filme é que o personagem ideológico principal não é o
artista principal. Este, branco, é o que mais mata. Ironicamente, chama-se
Nascimento. É um tipo patológico, messiânico, sanguinário, que manda um
colega matar enquanto fala ao celular com a mulher sobre o nascimento do
filho.
Mas para fazer a cabeça de todos os públicos, tanto os "de cima" como os "de
baixo", o grande e verdadeiro herói da trama surge no final: Thiago, um
jovem negro, pacato, criado numa comunidade pobre, que foi trabalhar na PM
para custear seus estudos de Direito, louco para largar aquela vida e ser
advogado. Como PM, foi um peixe fora d'água: incorruptível, respeitava as
leis e os cidadãos. Generoso, foi ele quem comprou os óculos para dar para o
menino míope. Sua entrada no BOPE não foi por vocação, mas por acaso.
Para ficar claro que não há solução fora da repressão e do extermínio e que
não adianta criticar nem fazer passeata, pois "guerra é guerra", nosso novo
herói se transforma no mais cruel dos "caveiras" da tropa da elite, a ponto
de dar o tiro de misericórdia no varejista "Baiano", depois que este foi
torturado, dominado e imobilizado. Para não parecer uma guerra de brancos
ricos contra negros pobres, mas do bem contra o mal, o nosso herói é um
"caveira" negro, que mata um bandido "baiano", de sua própria classe, num
ritual macabro para sinalizar uma possibilidade de "mobilidade social", para
usar uma expressão cretina dos entusiastas das "políticas compensatórias" .
A fascistização é um fenômeno que vem sendo impulsionado pelo imperialismo
em escala mundial. A pretexto da luta contra o terrorismo, criminalizam- se
governos, líderes, povos, países, religiões, raças, culturas, ideologias,
camadas sociais.
Em qualquer país em que "Tropa de Elite" passar, principalmente nos Estados
Unidos e na Europa, o filme estará contribuindo para que a sociedade se
torne mais fascista e mais intolerante com os negros, os imigrantes de
países periféricos e delinqüentes de baixa renda.
No Brasil, a mídia burguesa há muito tempo trabalha a idéia de que estamos
numa verdadeira guerra, fazendo sutilmente a apologia da repressão. Sentimos
isso de perto. Quantas vezes já vimos pessoas nas ruas querendo linchar um
ladrão amador, pego roubando alguma coisa de alguém? Quantas vezes ouvimos,
até de trabalhadores, que "bandido tem que morrer"?
Se não reagirmos, daqui a pouco a classe média vai para as ruas pedir mais
BOPE e menos direitos humanos e, de novo, fazer o jogo da burguesia, que
quer exterminar os pobres, que só criam problemas e ainda por cima não
contam na sociedade de consumo. Daqui a pouco, as milícias particulares vão
se espalhar pelo país, inspiradas nos heróicos "homens de preto", num
perigoso processo de privatização da segurança pública e da justiça. Não nos
esqueçamos do modelo da "matriz": hoje, os mais sanguinários soldados
americanos no Iraque são mercenários recrutados por empresas particulares de
segurança, não sujeitos a regulamentos e códigos militares.
Parafraseando Bertolt Brecht, depois vai sobrar para nós, que teimamos em
lutar contra o fascismo e a barbárie, sonhando com um mundo justo e
fraterno.
A trilha sonora do filme já avisou:
"Tropa de Elite,
Osso duro de roer,
Pega um, pega geral.
Também vai pegar você!"
O fato de se exibir uma fita como Tropa de Elite (pirata ou não) para crianças de 11 - 12 anos dentro de uma escola é tão grave que em outro país até o governador cairia. Mas aqui na bananolândia vale tudo! E sabem por que os professores da rede pública gostam de mostrar esse filme para as crianças? Não venham com esse papo pedagógico, não! É para assustar os alunos, pois para eles se trata de trombadinhas em potencial. Perguntem a um professor se ele deixaria seu próprio filho de 11 anos assistir Tropa de Elite!
quantos de vocês leram tudo o que o
Sr. Ivan Pinheiro escreveu...?????
Falou, falou...
Ninguém merece!
E, também sei que eles estão antenados neste blog.
Inclusive um X-9, que só fica no leva e trás... Nem tá do lado das mães e nem tá do lado da diretora...
Ei! X-9 estamos de olho em você, se liga!!!
Nem o X-9 nem a diretora dessa escola perdem por esperar!!!