Escola pública: a vítima é sempre culpada


Em 8 de outubro de 2007 estivemos no gabinete do Secretário Alexandre Schneider acompanhando duas mães e seus filhos, alunos da EMEF Imperatriz Dona Amélia, para relatarem denúncias da escola, denúncias agravadas por perseguições e represálias. As mães haviam decidido visitar a SME após terem ouvido o Secretário declarar, em um programa de rádio, que estava aberto ao diálogo com a comunidade. Na época, ele não se dispôs a atendê-las, as denúncias deram em "apuração preliminar" e o resultado só foi informado às mães alguns dias atrás, quando, por coincidência, o Secretário finalmente aceitou agendar uma reunião com elas. Entretanto, elas não receberam cópia do processo, apenas leram o resumo, monitoradas por funcionárias da SME.
O resultado lido deu na responsabilização das próprias mães, dentro da prática mais comum na rede pública de ensino: culpar a vítima.

Quem acompanhou o caso desde o início sabe do que estamos falando. A situação ficou ainda mais grave, pois suspeitamos que o resultado da apuração preliminar, processo interno da SME, tenha sido usado pela diretora da escola para entrar com processo criminal de difamação contra as mães.

Hoje, um ano e meio após a primeira visita à SME, acompanhamos novamente as mães à Secretaria e finalmente fomos atendidos por Alexandre Schneider. A pauta da reunião foi a seguinte:
  1. Solicitar que o resultado da apuração preliminar seja investigado e que as mães possam finalmente receber cópia do processo, o que foi prometido pelo Secretário.

  2. Solicitar que as denúncias protocoladas em 08/10/07 e fartamente documentadas sejam finalmente apuradas, o que não ocorreu, já que os livros de atas de Conselho de Escola e de Ocorrências relatam diversos crimes contra os alunos e o patrimônio, sem que tenha havido punições que possam coibir novos crimes.

  3. Solicitar que os alunos filhos das denunciantes deixem de ser finalmente perseguidos na escola. Nesse aspecto, o Secretário também concordou em tomar providências, pois reconheceu textualmente que não cabem perseguições na escola.

  4. Solicitar que a eleição de Conselho de Escola e APM do ano corrente, realizadas sem a devida convocação da comunidade e decididas por indicação dos membros, seja investigada e anulada, inclusive em vista da ausência repetida dos "eleitos" às reuniões.

  5. Pedir o restabelecimento do Disk-Denúncias da SME, que o Secretário afirma nunca ter existido na Secretaria, para que os pais possam ter um canal de encaminhamento de suas denúncias e sugestões.

  6. Pedir o posicionamento do Departamento Jurídico da SME sobre o processo criminal de difamação aberto pela diretora da escola contra as mães denunciantes, baseado na apuração cujo resultado lhes foi negado até o agendamento da reunião com o próprio Secretário, realizada nesta data.

Após as primeiras denúncias, de crimes que já ocorriam nessa escola há pelo menos dois anos e meio, as perseguições e represálias contra as crianças e as mães foram se intensificando, devido à recusa de elas transferirem os filhos para outra escola, medida que lhes foi apresentada como "solução" pela direção e supervisão da escola, inclusive por um advogado da própria diretoria de educação de São Mateus. Essa "solução" todos os pais questionadores e conscientes de seus direitos conhecem de sobra.

Queremos dar um voto de confiança ao Secretário, na esperança de que ele finalmente entenda a gravidade das denúncias encaminhadas e resolva tomar providências, que não consistem, é claro, em pedir para que a Diretora de Educação de São Mateus, presente à reunião de hoje, opine sobre os fatos, mas em coletar provas como livros de atas e de ocorrências, notas fiscais e outros documentos. Ficamos muito, mas muito preocupados, quando o Secretário elogiou incondicionalmente a Diretora de Educação como sendo "a melhor de todas", sendo que ela passou a reunião inteira praticamente calada e está no cargo há quatro anos, sendo indiretamente responsável pelas irregularidades na EMEF.

Leia os principais fatos relatados sobre a EMEF Imperatriz Dona Amélia durante os últimos 18 meses:

http://educaforum.blogspot.com/2008/12/cobranas-para-sme.html

http://educaforum.blogspot.com/2008/12/o-direito-vingana-e-impunidade.html

Comentários

mãe de aluno disse…
Não acreditamos que a diretora de educação ficou calada...isso é exagero ou mentira do blog.
Cremilda disse…
Então eu sabia que o seu texto seria muito diferente do meu
Você é muito elegante.
O Mauro muito técnico.
Então a gente junta as forças e faz mais do que pode, e espera que Deus faça o milagre....
Cremilda Estella Teixeira disse…
Pois é ....
Ela falava muito pouco.
Só levava "bordoada"
Quando falei para o Secretário que ela tinha que sair daquela reunião
exonerada, que tinha razões e motivos de sobra, tudo fundamentado ela me fulminou com os olhos, mas ficou bem quietinha
Não tinha como argumentar
Contra fatos não tem argumento.
Se quiser acreditar, acredite...
Se não quiser não muda o fato...
Ela não tinha argumento e a hora que a Averiguação Preliminar for mostrada aí é que o bicho vai pegar para o lado dela....
Cremilda disse…
Giullia
Então, sugere para as mães que estejam na Alesp na próxima quarta.
De lá a gente vai para a Radio
Quarta tem gravação do programa
Assembleia Popular, estaremos lá.
Vamos malhar enquanto o ferro está quente.
Lá eu posso perguntar pela TV se tem vereador que segura o cargo da Diretora de Educação de São Matheus
Perguntar não ofende...
Se elas me ligarem a gente combina.
Giulia disse…
Mãe de aluno, a única coisa que a diretora de educação disse foi a mesma expressão que você usou: que as denúncias foram "um exagero". Um argumento bem pobre, não acha?
De resto ela ficou quase o tempo todo calada.
Anônimo disse…
A Cremilda disse mesmo assim
" se esta é a melhor, então estamos ferrados" ?
O Secretário respondeu o quê?
A Diretora de Educação não fez nada?
Duvido.
Giulia disse…
E se a Cremilda tiver falado "estamos ferrados" para o Secretário? Ele deveria ter chamado a polícia para expulsar-nos da SME?... Anônimo (não sei porque ainda perco meu tempo para discutir com anônimos, deve ser masoquismo, rsrs), dizer "estamos ferrados" ou "a situação está insustentável" significa exatamente a mesma coisa, só muda o estilo. Por isso, não desvie a atenção do foco: a situação é muito grave, o sistema de ensino está na mão de profissionais que permitem os maiores abusos contra os alunos e perseguem os poucos pais que ousam denunciar esses abusos. A Cremilda foi muito feliz em suas colocações ao Secretário, ela disse inclusive que não adianta mudar um diretor da educação e deixar o sistema como está, pois é a mesma coisa que tirar o bolo e deixar as moscas. Então, caros anônimos que visitam este blog, tentem refletir sobre os fatos e conceitos que trazemos aqui e não se prendam a meras palavras. O Mestre que nos conduz dizia que "a letra mata e o espírito vivifica"...
CREMILDA. disse…
Bem, eu disse estamos ferrados, para ser o mais polida possível, que a vontade era dizer estamos
f...
Eu também disse sobre a Diretoria de Educação do Butantã, que não adianta tirar a mosca e deixar o bolo.Mas gostaria de ter dito
deixar a m...
Tudo a mesma coisa.
Uma questão de estilo, que não tenho a menor vontade de modificar.
Polida, fina a Giulia é
Então a gente junta os estilos e
PAU NA MÁQUINA...
Anônimo disse…
Giullia,
O caso do Lucas você pode dizer que parte foi resolvido , pelo o menos o mínimo. A supervisora que era toda peituda saiu , a diretora que dizia conosco nnguem podosco voltou para sala de eula em outra escola ,no Lucas nunca mais, a secretária a poderosa chefona do departamento foi para outra escola ,mas vai perder o cargo porque teve escolha de secretáriasendo assim voltará para seu posto mais baixo "Agente de Organização Escolar", a vice foi para outra escola e agora tem um coordenador que também vai voltar para sala de aula. A paneloca acabou...
Tô de olho disse…
A funcionária que jogou um sapato nas costas de uma criança, e que continua na escola, ela faz muito mais que isso com as crianças, ela trata as crianças como animal...sem contar com o fato dela ir trabalhar UM DIA SIM e UM DIA NÃO! Ela mais falta do que vai trabalhar, e tudo com a permissão da diretora...e quando ela vai pra escola ela fica de "ti-ti-ti" no portão.
Seis num acredita? Dá uma perguntadinha lá.
Anônimo disse…
Esse tipo de funcionaria que mora próximo da escola e é valentona pode ir atras que tem coisa. está junto com os manos para defender a diretora . cheira a poder paralelo ,pode ir atras . isso acontece na maioria das escolas. A dirjetora para se defender ou criar asas arruma esse tipo de funcionário . È a ponte tá bom. Mande este recado para o Secretário da Educação e diga na cara dele até com o dedo no nariz dele que o poider paralelo esta tomando conta das scolas. Ele não enxerga , está na cara.
Esse papao dele de educação de q2ualidade e que professor ganha bônus é apenas uma portinha que ele abriu para corrupção porque o aluno leva nota sem ter. as provas
Saresp e outras são aplicadas por professores e passado o gabarito, a redação é orientada pela professora em sala de aula . Chega de enganação! Manda esse secretário tomar vergonha na cara juntamente com o Governador e outros tantos que alimenta essa farsa. Brasil de educação fajuta e burra.
Cê sabia? disse…
Que dentro dessa escola tem policiais que dá aula sobre drogas e não enxergam um palmo na frente do nariz......e nem cheiram tbm...
Olha queria saber pra que serve esse tal de PROERD, qual é o objetivo das aulas????????
Alguem que td vê disse…
Giulia, os professores todos da Emef Imperariz assinaram um documento contra as mães e com falsas acusações, apenas três ficaram de fora disso, não concordaram com essa arbitrariedade, inclusive o Presidente do Conselho não assinou, pois ele testemunhou as denuncias que essas maes faziam em reunião do CE e que muitas vezes a diretora berrava com elas na frente de todos....enfim, minha pergunta é:
Não cabe a eles provarem tudo o que eles falaram, ops...assinaram???
Anônimo disse…
Que tem professor que assina documento falso tem, lembra da EE Lucas Roschel os professores assinaram documento falso para defender a professora em troca de favores. São os professores que mais faltam na escola e nesse fim de ano receberam um bolão do bô nus, troca de favores as custa da contribuição do trouxa que paga imposto.