A escola tabu nº6 - A violência que ninguém vê



Retomamos a série "A escola tabu" com dois vídeos que mostram a questão que a mídia mais ignora: a violência da escola contra o aluno. Esses vídeos foram parar no telejornal, mas a repercussão foi praticamente nula, pois a escola continua sendo uma instituição intocável e o profissional da "educação" um ser "abnegado", mesmo flagrado em situações degradantes.

Mas aqui acreditamos que água mole em pedra dura tanto bate até que fura. Tanto acreditamos que tivemos a grata surpresa da volta da professora Glória Reis ao seu blog. A Glória, mineira de Leopoldina, é uma grande lutadora pelos direitos da criança e do adolescente na escola. É das poucas pessoas que abominam a hipocrisia que domina a sociedade e voltou justamente por perceber que sua luta faz falta.

Aqui, neste vídeo que marca a volta da Glória ao seu excelente blog, vemos crianças sofrendo maus tratos e espancamentos dentro de uma creche do interior de São Paulo. Não se trata de um fato incomum, apenas calhou de ter sido registrado e corajosamente divulgado. Por ser uma creche particular, as "professoras" foram imediatamente despedidas por justa causa e espera-se que nunca mais voltem a lidar com crianças.






O segundo vídeo foi copiado do blog da Cremilda e mostra um caso de violenta agressão de aluno pelo professor de educação física numa escola estadual, também do interior de São Paulo.





As diferenças deste para o primeiro vídeo são duas:

  • A reportagem é bem menos bombástica: trata-se de uma "suposta" agressão que "teria acontecido"...

  • Para variar, a Secretaria da Educação não se manifestou e deixou o "veredicto" por conta do Conselho de Escola, que "investigará" os fatos e, caso a agressão for confirmada, o professor "poderá até ser punido".

A mídia costuma pisar em ovos quando se trata de mexer com a rede pública de ensino e com os sindicatos da categoria, que oferecem batalhões de advogados para defender os profissionais. A mesma postura é tomada pela Secretaria da Educação, que não se indispõe com os sindicatos e prefere lançar os alunos aos circos montados nos "coliseus" dos Conselhos de Escola, onde eles e seus pais costumam sofrer a violência em dobro, pois são expostos publicamente e "triturados" em interrogatórios intermináveis. Alguma dúvida de que o aluno não queira voltar para a escola???

Já sabemos como vai acabar o caso desse menino, espancado no rosto e pescoço com uma chave de carro. Veja aqui um caso clássico.

Comentários

Maria Isabel Goulart Marangoni disse…
Giulia,
O que será que a ex dirigente de ensino Araraquara estava "supostamente" escondendo da população Matonense no Estado de São Paulo - Diretoria de ensino de Araraquara, para evitar um escândalo na mídia? A atual dirigente não teve como segurar como também não vai conseguir segurar o "Podrão":
Portaria do Chefe de Gabinete, de 12-2-2010
Designando, no uso de sua competência conferida pelo
artigo 266, inciso II, da Lei n° 10.261/68, com a redação que lhe
foi dada pela Lei Complementar n° 942/03, e em face das solicitações
subscritas pela Comissão de Apuração Preliminar, às fls.
109 e 110/126, e pela Senhora Dirigente de Ensino da Região de
Araraquara, às fls. 129/130, bem como da manifestação exarada
pela Coordenadoria de Ensino do Interior (CEI), às fls. 133, MAURICIO
ALMEIDA BASTOS, RG 925.447, Professor Educação Básica
II, classificado na E.E. Dr. Leopoldino Meira Andrade, jurisdicionada
à Diretoria de Ensino - Região de Araraquara, subordinada
à CEI, para exercer atividades exclusivamente burocráticas junto
à referida Diretoria de Ensino, até decisão final do procedimento.
( Processo 1001/0035/2009).
http://diariooficial.imprensaoficial.com.br/nav_v4/index.asp?c=5&e=20100213&p=1
Giulia, acompanho seu blog diariamente, e admiro o sou empenho em escancarar a verdade.
este caso mesmo deveria estar "imcubado",dormindo num lugar sagrado para não obter revelações "esconder do povo, dos pais e alunos da escola pública estadual.
Abraços, Maria Isabel.
Giulia disse…
Maria Isabel, você pode esclarecer melhor esse assunto? Qual a história desse professor? Obrigada!
Metas - Bernake disse…
Que absurdo, só esperamos que esse "profissional" seja punido com o devido rigor.

Fico com dó e pena dessas familias, muito mais do rapaz que estudo no Estado, olha que agora o futuro desse rapaz pode ser mudado completamente devido a uma agressão que sofreu de um de seus "educadores".

Que vergonha.
Unknown disse…
Tomei conhecimento da existência desse bolg a pouco tempo, resolvi seguí-lo pois acredito que há muito a ser feito para coibir as práticas "pedagógicas" questionáveis as quais são submetidos os nosssos alunos.
Sou professor de escola pública municipal na minha cidade e já pude testemunhar muitas práticas autoritárias de gestores e "colegas" professores que fazem da escola e da sala de aula um verdadeiro cenário de terror e maus tratos.
Fiquei bastante impressionado com os vídeos; onde a violência e os maus tratos sofridos por crianças e adolescentes nos fazem refletir sobre a impunidade desses agentes de educação - se é que podem assim serem chamados.
Nas escolas públicas da minha cidade, é comum adolescentes serem expulsos sem direito a defesa, professores que abraçam a causa dos alunos serem remanejados todos os anos para enfraquecer a lutas pelos direitos dos alunos que por sua vez não têm condições de se defenderem. Mesmo os adolescentes que conseguem se impor minimamente, mas que não possuem uma argumentação consistente, são forçados a se calarem sob pena de serem tratados como vândalos, e sofrerem perseguições como suspensões e até expulsão.
E assim, a escola que deveria ser um lugar de bem-estar; ou seja que deveria ser um espaço agradável onde o aluno se sentisse bem para desenvolver ser habilidades e competências, vem se tornando uma espécie de "campo de consentração". Um lugar sem a mínima persapectiva de futuro, no qual o fracasso escolar, a evasão, a violência e a descrensa no processo de formação se tornam uma constante.
Isso é desolador!!!
Entretanto, quanto mais testemunhamos esses absurdos mais acreditamos que, assim como o educaforum - o bolg, ainda há muitos profissionais empenhados na defesa de uma educação de qualidade. Isso nos revitaliza as forças.
Giulia disse…
Bem-vindo, Adelmir! Também estamos seguindo seu lindo blog. É um enorme prazer termos aqui educadores que tem para os alunos o respeito que você demonstra!
Victor Zazuela disse…
Giulia,
como sou de Marília me sinto quase que na obrigação de refletir sobre este caso. Soubemos também pela mídia desta suposta violência. Olha, penso que a luta por uma educação de qualidade não deve ser pautada pela escolha de algozes. Nem bandidos nem mocinhos. Todos sabemos que há péssimos profissionais. Mas também não vamos fechar os olhos e achar que alunos são santos. Tenho 17 anos de experiência em escola pública e já vivi muitas situações que me dão a certeza de que o sistema faliu. Professores e alunos hoje são vítimas. Claro, alguns "educadores" por sua condição privilegiada de autoridade, extrapolam. Mas já presenciei violência de alunos e suas famílias, até mesmo invadindo escola.
Bom, neste caso até onde eu soube as coisas não caminharam desta forma. De qualquer maneira, há uma investigação, um inquérito policial que terá a lisura e independência pra esclarecer a situação, até mais que qualquer sindicância interna da Diretoria e da SEE. Quando tudo se esclarecer, espero que voltemos ao assunto, seja o professor culpado ou não.

Abraços
cremilda disse…
Victor Zazuela:
Sou de Pompéia, e metade dos meus parentes são de Marília.
Sei muito bem como são feitas as investigações lá...
Pior do que aquí em São Paulo.
Lá professor é autoridade, e aluno é nada....
Imagina...o ex prefeito de Marilia era professor de escola pública e sua mulher também, eram todos amiguinhos das professoras suas cabos eleitorais...
Dizer que professor é vítima, ora... me poupe...
Estou sempre em Marília, pelo manos duas vêzes por ano, e os casos que me contam de professores folgados~....
Estarei em Marília em Março e vou ouvir a família da vítima.
Com certeza tem estória de terror nessa escola
Familia não invade escola, que escola é da familia mesmo...ela é quem paga tudo...
Sindicância da DE de lá ???
Me poupa, vá me poupa...
Victor Zazuela disse…
"Familia não invade escola, que escola é da familia mesmo...ela é quem paga tudo..."
Cara Cremilda, com todo respeito, mas ainda vivemos sob o manto da civilização, penso eu. Invadir é caso de polícia, sim. Caso contrário, vamos defender invasões em massa de órgãos públicos, já que pagamos por eles. Não é bem assim.
Mas não estamos tratando disso neste caso.

Não trato a educação elegendo bandidos nem mocinhos, minha discussão é sempre em termos conceituais. Se há falta de transparência nas apurações devemos lutar contra isso também.
Talvez por minha formação como cientista social me faça ver todos os lados da questão e as implicações de tudo isso.
Cremilda disse…
Victor
Sim, família deveria entrar na escola a hora que precisar.
Se entra fora de hora é considerado invasão???
Negativo família não invade escola coisa nenhuma.
Que escola não é da diretora e nem dos professores.
Prioridade é o aluno e sua família é dona da escola sim....
Invadir é entrar, adentrar espaço alheio, portanto familia não pode invadir escola.
A família, entrou e vocês chamaram a polícia ????Que coisa odienta e lamentável...
Invasão em massa em órgão publico ?
Depende, depende de que direito os "invasores" estão sendo violados.
Você como Cientista Social deveria saber que professor que falta mais do que vai e tem a direção acobertando suas faltas estão comentendo um crime. Pior ainda
É FORMAÇÃO DE QUADRILHA.
Isso sem contar os espancamentos as humilhações e as perseguições que ocorrem nas escolas da cidade de Marilia.Se tem anuência da DE são bandidos sim, com certeza.
E se o aluno não tem como se defender, é tortura, líquida e certa.
È violação dos direitos humanos...
cremilda disse…
VICTOR ZAZUELA...
Fiquei imaginando e dando risada.
Já pensou se a família resolvesse invadir a escola pública ???
Lembrando que para cada aluno tem pelo menos 4 adultos pagando imposto e o salário das professoras.
Nem precisava ter tumulto, muito menos quebra quebra. Era só uma classe de cada vez.
Entrassem 200 pessoas na escola, de uma vez só e um porta voz desses 200 exigissem aula de qualidade e cobrasse uma medida enérgica em relação a determinado professor, que toda classe tem o pior de todos.
Alguns dias depois outra classe fizesse o mesmo....
Eitcha que ia ser a glória essa invasão.....
Se toda vez que uma professora batesse num aluno a escola inteira (pais e alunos) "invadissem a Diretoria de Ensino e a Delegacia de Polícia, assim tudo pacificamente, deixando que um só falasse pela multidão.
Isso só na cidade de Marilia
Garanto que os maus professores tomavam jeito.
Nota que é uma invasão dentro da maior pacifidade, sem interromper nada. Entravam mudos e saiam calados, só o porta voz falaria....
Acho que a sua idéia é ótima...
cremilda disse…
Pelo jeito gostou tanto do Portal do Nassif que só atualiza o blog de lá....
brincadeirinha rs.rs.rs.
Giulia disse…
Cremilda, não me provoque, rsrs. Eu prefiro deixar essas matérias mais pesadas em cima, para não diluir os assuntos.
Victor Zazuela disse…
Cara Cremilda,
entendo sua indignação.
Mas não sejamos inocentes. Nem todos são intelectualmente equilibrados, emocionalmente então...
Uma "invasão" branca seria excelente, mas sabemos todos nós que existem baderneiros mesmo entre aqueles que se dizem baluartes da justiça.
Tomemos cuidado com nossos propósitos também.

Abraços
cremilda disse…
Victor
Não, eu não sou inocente...nem um pouquinho...vocês não deixam rs.rs.
Sei que uma invasão assim do jeito que descreví seria o ideal, mas não existe, no meio dos duzentos pais ia ter muitos com muita mágoa guardada e assim em conjunto, o risco maior seria algum se sentir seguro e querer fazer justiça com as próprias mãos,dai seria dificil segurar....
Gostaria muito de saber qual escola que você trabalha, aí sim eu iria até a porta da escola e perguntaria aos alunos, o que eles acham.
Se você chega sem se identificar, eles dizem que todos são maravilhosos e a escola também, tudo muito bem doutrinadinho, que se falar mal é um perigo.
Deixando os alunos a vontade, falam a verdade e contam coisas que até Deus duvida.
Tem coragem ????
Se você é um bom professor, vai passar por esse crivo e eu garanto que divulgo....
Augusto disse…
Cremilda, você pensou que o Zazuela iria ser como você e ficar simplificando a situação sem antes analisar. Não é bem assim. PArece que voce não aprende que existem pessoas que criticam somente depois de analisar o caso, sem generalisar.