Qualidade do ensino? Isso é de menos!


Apertar o cinto! rsrs

Estivemos hoje na coordenação da COGSP: a Cremilda do NAPA, o Tertuliano do Fórum da Criança e do Adolescente de Marsilac e eu. Nossas reuniões na COGSP confirmam o que sempre defendemos aqui: o maior problema da rede pública não é a qualidade do ensino.

Levamos hoje quatro casos e um que foi mencionado apenas de leve, por ter sido, digamos, “abortado”. Nenhum desses casos merecia ser levado para o coordenador da COGSP, todos eles poderiam ter sido resolvidos sem interferências, aliás, nem precisariam ter-se tornado problemas. Vamos começar justo pelo caso “abortado”, que mostra exatamente o mau caratismo de certos “educadores”, acobertado pelo corporativismo que domina as escolas:

Uma professora se refere a uma classe inteira como sendo “um curral de vacas e galinhas, precisando de uma salsicha para se satisfazer”. Uma das alunas responde que a classe não seria um curral, pois a filha da professora não estuda nela. Essa resposta vale uma semana de suspensão para a aluna. Em sua volta, ela recebe a notícia de que vai ser expulsa. A aluna nos procura e prometemos ajudá-la. Ao conversarmos com a mãe, sentimos que ela vai ficar do lado da escola, pois entende que fala de professor nunca deve ser contestada. A aluna diz que confia no pai, que estaria disposto a ajudá-la. O pai vai para a escola, se humilha ajoelhando-se aos pés da professora , pede desculpas por ela e “consegue” manter a filha matriculada. Caso encerrado! Mais uma “educadora” continua à vontade para xingar os alunos de tudo que é nome e promover a expulsão de quem resolva responder à provocação! Difícil entender por que os pais e alunos relutam em defender seus direitos?

Estivemos também cobrando o resultado da apuração preliminar instaurada na EE José Lins do Rego, onde um aluno sofreu uma expulsão “branca” que conseguimos reverter graças à pronta intervenção do Prof. José Luiz, do Departamento Jurídico da COGSP. O aluno continua na escola, mas é obrigado a ouvir comentários de professores insinuando que “de nada adiantou ele ter feito a denúncia” ou até que “poderá vir a ser processado, caso a apuração conclua que a denúncia não procede”. Essa apuração foi iniciada em junho e até hoje não foi concluída. Será que não está sendo “empurrada com a barriga” até o final do ano, quando, afinal, o aluno terá saído da escola e tudo poderá acabar em pizza?... O prof. José Benedito prometeu averiguar os fatos e vamos dar um voto de confiança.

Dois casos que a Cremilda levou são especialmente graves, pois poderiam ter sido resolvidos tranquilamente nas respectivas escolas e acabaram virando tumulto:

Um é na EE Andronico de Mello, o famoso “Nicão”, escola autoritária e elitista da qual, anos atrás, conseguimos “salvar” quatro alunos com expulsão decretada pelo Conselho. Desta vez, a aluna menor de idade (!) foi expulsa através de BO (coisas que acontecem na rede pública...) e quando a mãe foi exigir sua volta, a garota foi deixada “de molho” por um tempo, pois a vaga que ela ocupava no curso noturno não estaria mais disponível. A escola teima que ela tem vaga garantida à tarde, mas, à noite, nada feito... Finalmente, o coordenador da COGSP prometeu resolver.

O outro caso é de um aluno matriculado na EE Adolfo Gordo “contra vontade” da direção, por ser repetente ou por outro problema qualquer, que para aluno ser malquisto na rede pública é “dois palito”. Um relatório estapafúrdio de um supervisor de ensino avalizando os abusos da escola foi questionado pela Cremilda há mais de 20 dias e a dirigente de ensino responde que não seria possível rever o relatório em “cinco minutos”. E em 20 dias, não daria?...

O último caso que discutimos na COGSP é de escola particular, uma questão de reclassificação de aluno que a escola se negou a fazer, apesar de a mãe ter documentos de sobra que comprovam a inadequação do filho ao ano que está cursando. Essa mãe tentou uma reunião com a supervisora de ensino durante todo o recesso de julho e até hoje não foi atendida. A COGSP prometeu verificar.

Enfim, tudo o que se discutiu na reunião de hoje poderia ter sido resolvido no âmbito de cada escola, se houvesse boa vontade e competência por parte de profissionais que preferem mostrar sua “autoridade” a resolver problemas. E as denúncias feitas abertamente são raras, pois geralmente os pais e alunos se calam em vista das perseguições e represálias. Mais uma vez, agradecemos ao prof. José Benedito por deixar aberta a porta de sua Coordenadoria e esperamos não continuar precisando incomodá-lo com questões banais. Mas pedimos que esteja mais alerta com respeito aos abusos de autoridade e à dissimulação dos profissionais da rede. Que faça blitze nas escolas e vai ver o que não imagina.

O MAIOR PROBLEMA DO SISTEMA ESCOLAR NÃO É A QUALIDADE DO ENSINO!

Finalmente, sobraram alguns minutos para entrarmos em um assunto de interesse mais geral, como a polêmica levantada pela ideia de diminuir a carga horária de português e matemática no Ensino Médio, com o objetivo de tornar o ensino “mais atraente”. Como deixamos claro no post Diminuir o número de aulas ruins? Ótima ideia! não somos a favor, nem contra essa medida. Repetimos o que sempre falamos aqui:

O ensino só vai se tornar mais atraente quando o aluno sentir que ele está PROGREDINDO NOS ESTUDOS, entendendo a matéria e sentindo que há uma continuidade e uma lógica naquilo que está APRENDENDO. Esse é o desafio!

Comentários

Anônimo disse…
mas e qdo um aluno desrespeita, desacata professor e funcionário o q deve ser feito? O problema é q algumas pessoas tratam todos os alunos como coitados, parece q algumas pessoas q trabalham nos órgãos centrais da educação nunca foram professores da rede pública

meu msn. e-mail é rufino2010@ig.com.br
cremilda disse…
Rufino....para com isso.
Desacatar é não acatar, mas a gente ensina os pais e alunos a não acatar abusos
Para proteger professor, tem até a Ronda Escolar
A única corporação que a policia militar faz a segurança privada
Aluno olhou feio para o professor e vai para a delegacia de polícia.
Glória disse…
Ufa! Dá até engulho, e ainda esse comentário-fotografia do ódio pelos alunos. O que fazer quando o aluno "desrespeita, desacata professor e funcionário"??? Meu Deus, que resposta mais óbvia: diálogo. Mas o "anônimo" e seus pares não devem conhecer essa palavra. Ou se conhece, não deve ter competência para realizar algo tão simples.
cremilda disse…
Pior é que esse ódio contra aluno é a imprensa que dá força.
Acho que o Brasil é o único pedófobo no mundo.
Fico incomodada com a nossa imprensa antropófaga que devora os seus filhos pequenos.
Glória disse…
Giulia, hoje em Contagem/MG,uma professora usou uma faca para ameaçar os alunos... E o mais irritante como sempre é a imprensa com o apresentador alegando:"Coitados dos professores, estão tão estressados, por isso ela usou a faca..." Procurei na web, só achei no UOL, postei lá no meu blog...
Anônimo disse…
Demorei pra postar... Como dialogar com um aluno que manda a direção da Escola (gritando) tomar naquele lugar... Chamar a ronda? Vcs já chamaram? qto tempo ela demorou pra chegar? Diálogo se diz DI= 2 pessoas mas qdo o aluno (falo dos q saum sétima e oitava séries) naum respeitam nem os pais imagine funcionários/professor?
Anônimo disse…
Continuando... Dêem uma olhada neste link o q quer dizer desacato:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Desacato e tb
http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=desacato