Outro dia vimos o caso da menina de 10 anos que foi chamada de "retardada" pela professora, numa escola estadual no bairro de Itaquera, São Paulo. Hoje o Estadão publica a notícia de uma aluna de 15 anos que foi chamada de "songamonga" por um professor, também numa escola estadual, desta vez em Sorocaba, SP.
A rede estadual de São Paulo é campeã na deseducação de alunos, de forma descarada: a Secretaria assina documentos do tipo "é normal um professor chamar o aluno de bicha" e dá seu aval para castigos como o "do elástico", além de estimular a delação entre os alunos promovendo suspensões coletivas "até se descobrir os culpados" de qualquer ato de indisciplina ocorrido na escola.
Todos esses assuntos já foram exaustivamente tratados aqui, bem como inúmeros outros, alguns de extrema gravidade, como por exemplo a expulsão de alunos ou o esquema de desvio de verbas do ensino na região de Araraquara. É portanto difícil, muito difícil afirmar que o maior problema da rede pública é a qualidade do ensino... (sem porém querer diminuir a importância do assunto.)
A escola que chama o aluno de retardado, bicha, songamonga ou qualquer outro apelido depreciativo assina seu atestado de incompetência pedagógica. Diga-se de passagem que os apelidos acima não são os mais populares na rede: o campeão das últimas décadas é "laranja podre". Acredito que praticamente todo aluno da escola pública paulista já tenha ouvido essa expressão, se não dirigida a ele próprio, certamente a algum colega. Talvez não exatamente "laranja", pode ser "maçã" ou "fruta podre". Mas o conceito é claro: com essa expressão, os profissionais da "educação" indicam o "aluno-problema", aquele que na sua opinião "contamina os outros". O uso indiscriminado dessa expressão, que da rede de ensino paulista se alastrou para todo o Brasil, é responsável pela péssima imagem do aluno da rede pública perante a sociedade.
A rede estadual de São Paulo é campeã na deseducação de alunos, de forma descarada: a Secretaria assina documentos do tipo "é normal um professor chamar o aluno de bicha" e dá seu aval para castigos como o "do elástico", além de estimular a delação entre os alunos promovendo suspensões coletivas "até se descobrir os culpados" de qualquer ato de indisciplina ocorrido na escola.
Todos esses assuntos já foram exaustivamente tratados aqui, bem como inúmeros outros, alguns de extrema gravidade, como por exemplo a expulsão de alunos ou o esquema de desvio de verbas do ensino na região de Araraquara. É portanto difícil, muito difícil afirmar que o maior problema da rede pública é a qualidade do ensino... (sem porém querer diminuir a importância do assunto.)
A escola que chama o aluno de retardado, bicha, songamonga ou qualquer outro apelido depreciativo assina seu atestado de incompetência pedagógica. Diga-se de passagem que os apelidos acima não são os mais populares na rede: o campeão das últimas décadas é "laranja podre". Acredito que praticamente todo aluno da escola pública paulista já tenha ouvido essa expressão, se não dirigida a ele próprio, certamente a algum colega. Talvez não exatamente "laranja", pode ser "maçã" ou "fruta podre". Mas o conceito é claro: com essa expressão, os profissionais da "educação" indicam o "aluno-problema", aquele que na sua opinião "contamina os outros". O uso indiscriminado dessa expressão, que da rede de ensino paulista se alastrou para todo o Brasil, é responsável pela péssima imagem do aluno da rede pública perante a sociedade.
A expressão "laranja podre" contaminou a opinião pública até fixar a crença de que o problema da escola é o aluno.
O trabalho dos sindicatos da "educação", com suas poderosas assessorias de imprensa, tem conseguido a atenção da mídia para qualquer situação em que um aluno falte de respeito a um professor ou outro profissional da escola. Infelizmente, os pais não têm esse poder e os abusos cometidos contra alunos só vêm a público em casos muito raros. A situação divulgada hoje, da aluna chamada de "songamonga" por um professor, é um caso limite, pois os pais resolveram processar o Estado.
As verdadeiras "laranjas podres" na escola são os profissionais que tratam os alunos como estorvo. Muito oportuna a declaração da socióloga Miriam Abramovay ao Estadão:
"Existe uma relação de poder, na qual o professor é a figura mais forte e usa da violência verbal contra o lado mais fraco." Segundo ela, o que torna o caso incomum seria a reação da aluna ao se sentir ofendida. "Normalmente os alunos são xingados e não reagem."
Ah! Continuo pedindo encarecidamente para me avisar, quando esse assunto for divulgado no Fantástico, rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrs!
Comentários
Belo tema abordado!
Esse problema não vem só ocorrendo no estado de SP, mas aqui no Rio também, bem como em todo país!
Podemos colocar hoje como, o chamado assédio Moral!
Isso reflete na má formação de muitos professores, onde é mais fácil a discriminação do aluno, muitas das vezes por consequências sociais da origem familiar do próprio aluno: A Pobreza, a Diferença Social...
Mas contudo Giulia, seria melhor a investigação do problema em si, a do Aluno, sua Origem e traumas, vindo da Tal pobreza que assola muitos deles, do que a discriminação feita, no caso, separar do sexto a tal da Laranja Podre, não acha?
Precisamos de professores mais preparados, assim terão uma visão não destrutiva, mas sim, construtiva!
Meus parabéns pela matéria postada, muito bem abordado o Tema.
Um lindo dia pra Ti querida, com muita paz e amor em seu coração
Marcio RJ