Você acompanhou a história do aluno que foi expulso por questionar ser tratado aos gritos pela vice-diretora da escola? Ele foi imediatamente reintegrado após termos procurado o Depto. Jurídico da COGSP. Se não tivéssemos tomado essa providência, ele estaria fora da escola. A DE Sul 2 fez um relato discordando, dizendo que "não há registro" de qualquer suspensão e muito menos da expulsão do aluno.
Não há, mesmo! Isso que fizeram com esse aluno é uma modalidade de EXPULSÃO BRANCA.
A expulsão, pratica ilegal e inconstitucional, é extremamente comum na rede pública estadual de São Paulo. Mesmo sendo ilegal, ela é considerada legítima pela Secretaria, quando o aluno é levado a JULGAMENTO por um tribunal de exceção formado pelo Conselho de Escola, circo de horrores ao qual já assistimos muitas e muitas vezes...
Já a expulsão branca ocorre de várias formas, por exemplo:
- Ao humilhar a família por não poder pagar o uniforme vendido dentro da escola (também prática ilegal, mas tolerada pela Secretaria) e impedindo a entrada do aluno em sala de aula.
- Ao perseguir o aluno até ele preferir ficar na rua do que na escola.
- Ao fechar o portão da escola na cara do aluno trabalhador que chega 5 minutos atrasado.
- Ao recusar alunos que estiverem em liberdade assistida.
Mas o tipo de EXPULSÃO BRANCA que tentaram praticar com esse aluno é algo realmente maquiavélico e que só veio a público por se tratar de um aluno que teve a rara coragem de buscar ajuda fora da escola. É assim que funciona:
Quando um aluno se atreve a reclamar que foi vítima de alguma injustiça ou tratado aos berros por algum "educador", esse profissional pode resolver expulsá-lo da escola. Mas isso é feito SEM DEIXAR MARCAS: o aluno recebe dias ou até uma semana de suspensão, dada de forma oral, sem registro. Em seguida chama-se a família na escola e fala-se que o aluno é mal-educado, arrogante, bagunceiro etc. MAS ESSA CONVOCAÇÃO TAMBÉM É FEITA SEM REGISTRO e os pais, em sua ingenuidade, não pedem nada por escrito. Quando o aluno volta, após a suspensão, ele é informado que não pertence mais àquela escola e que, se quiser continuar seus estudos, que "se vire" ao procurar outra unidade, já que a "transferência compulsória" é uma punição que não obriga a escola a buscar vaga para o aluno. PRONTO! A maioria dos alunos vítimas dessa manobra não retorna à escola e, por outro lado, a família se volta contra eles, pois acredita que a bronca recebida pelos filhos na escola é justa. Assim, a família se conforma em ter um filho "problema", desiste dele e de seus estudos.
O aluno de que estamos falando só não passou por isso porque nos procurou e a manobra foi abortada. Mais uma vez deixamos claro que não defendemos aluno relapso ou mentiroso. Todos os depoimentos, sejam por e-mail, por telefone ou presenciais, são checados com a família e colegas do aluno, para termos certeza de que ele realmente foi injustiçado. Foi o caso desse aluno, que ainda por cima teve que amargar uma sessão de apuração preliminar, aquele circo armado pelas diretorias de ensino na tentativa de livrar as escolas de suas responsabilidades.
Durante essa "apuração", tentaram fazê-lo cair em contradição, fizeram perguntas capciosas e pessoais, trataram-no com arrogância, até que perceberam sua inteligência brilhante e seu equilíbrio, tão raro em um adolescente de 17 anos. Assim foram obrigados a ouvir seus argumentos e a "baixar a bola". Tiveram inclusive que ouvir o que não queriam, quando ele declarou que a vice-diretora mentiu ao justificar seu descontrole por estar sozinha na escola, pois a coordenadora teria faltado naquele dia. Ao contrário, naquela hora a coordenadora estava comemorando seu aniversário junto com os professores numa sala fechada, enquanto os alunos ficaram no pátio durante uma hora e em seguida foram dispensados, sem ter mais aulas naquele dia. Esse fato não seria incluído na apuração, por ser "irrelevante". Mas o aluno insistiu que fosse incluído, já que a suposta falta da coordenadora foi usada para justificar o descontrole da vice-diretora.
Entenderam agora como funcionaria essa EXPULSÃO BRANCA? A torcida das duas profissionais que tentaram expulsar o aluno era para que ele simplesmente sumisse do mapa, mas não contavam com a inteligência e a coragem do mesmo.
Estamos aguardando o resultado da apuração e esperamos que não seja emitido mais um relatório dizendo que as duas "educadoras" quiseram fazer uma brincadeira para cativar o aluno adolescente, como no famoso caso da EE Octacílio de Carvalho Lopes, que você pode relembrar aqui: Homofobia premiada.
Ah: você ainda tem muitas dúvidas do motivo pelo qual quase metade dos alunos do ensino médio não concluem o curso?...
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Comentários
Certos locais (tipo Cracolândia e na "perifa brava") devem ser extremamente educativos
pois podemos ter mais novidades em relação a elas e em relação a equipe responsável pela apuração preliminar
tenho que colocar anônimo se não eu serei perseguido como sempre
mais seria importante sabermos os nomes da vice diretora e da coordenadora e tb da equipe que tá fazendo apuração
acredito que teremos mais novidades em relação a estas pessoas
é verdade